29 de maio de 2009

De onde vem isto?...

De onde virão os recursos para as faustosas cerimónias que se começam a observar, por esse país fora, no que à posse do Director diz respeito?
Chegam-me informações (algumas, admito, contraditórias) sobre as tomadas de posse que os recém escolhidos Directores têm encenado (ou alguém por eles) que, para quem, como eu, sempre se mostrou céptico sobre as reais intenções que, por vezes, se escondem debaixo de uma carapaça de "continuidade" e de "mais-valia", que me fazem saltar a pulga da desconfiança.
Que razão dá azo a que, num momento de convulsão social (pelo menos no que à Educação diz respeito), se produzam elementos de tamanha evidência festiva, com convites dirigidos a Directores Gerais, Presidentes disto e daquilo e órgãos de soberania para "presenciar e ser parte interessada" numa "revolução para a Educação em Portugal"?
Suspeito imenso destes unanimismos e, acima de tudo, sinto um enorme desconforto por achar que, mais uma vez, seremos enganados.
Que opções temos nós?
Há quem diga que as eleições legislativas farão o "acerto de contas", mas, apesar de optimista, sou céptico o suficiente para achar que não serão umas meras eleições que mudarão o "estado das coisas".
Já teria sido o tempo. Agora, tenho a certeza, há muitas mais "mãos molhadas"...
E terá de começar em cada um de nós a vontade de mudança. E não basta apenas "atribuir culpas e assobiar para o lado". Nas pequenas (e nas grandes) coisas, temos de assumir o que realmente pretendemos. Que até pode ser muito bem o que temos.
O que é importante é provocar a queda da máscara.
Estaremos prontos?
A acreditar no que vou vendo...
...ainda não estamos!

15 de maio de 2009

Partilhas...

Este meu Blog (que não é secreto mas que se tem posicionado, para mim, como um espaço de auto-reflexão e análise), faz-me, por vezes, algumas surpresas interessantes.
Hoje, ao consultar o meu e-mail, eis que tenho um comentário a uma das ideias/reflexões que apresentei.
A primeira "estranheza" prende-se com o facto de, por ter tão poucos comentários a tópicos (posts), ter hoje um!
A segunda surpresa, com o facto de ser um comentário anónimo.
Por último, a surpresa de parecer um comentário de resposta, sentido e envolvido.
Quero deixar bem claro que pretendo, com este Blog dar apenas "asas" às minhas angústias e reflexões. Quero também deixar claro que não uso este espaço para fazer acusações particulares (ou mesmo comuns) e também que abro este espaço à intervenção pública e conhecida, mas também à possibilidade de, tão simplesmente, participar anonimamente.
Contudo, face a este último comentário, não posso deixar de fazer dois reparos: 1. que a Lei, efectivamente, discrimina três objectivos para o CGT, 2. Que a história nos tem, infelizmente, mostrado que eu tenho alguma razão no meu "juízo de valor de puro preconceito, generalista e manifestamente pouco democrático"...
Mas é por isso que eu sou o autor do Blog...
Para poder ter opiniões!

10 de maio de 2009

O que nos espera?...

Estamos, neste momento, em todo o país, a proceder à eleição (em quase todos os Agrupamentos) dessa nova figura institucional que, no dizer de muitos, se baseia numa ideia antiga (de muitos anos) da imagem de rigor, exigência e autoridade.
O Director, essa figura agora "reconquistada" no Decreto-Lei 75/2008, vem, penso eu, trazer consigo a intenção de "devolver à Escola" a vontade e a legitimidade de decidir no interesse da comunidade e do país.
Algures, no preâmbulo da referida lei, diz-se que se pretende aumentar o espaço de participação da comunidade bem como aumentar a capacidade de decisão do órgão de gestão executivo.
Não discordo de que assim possa ser.
Mas assusto-me, desde já, com a própria arbitrariedade do processo de eleição dessa mesma figura legítima.
Diz também a lei que o Conselho Geral Transitório (CGT) tem como função "preparar" o processo eleitoral para a escolha de um Director apenas se se esgotarem os prazos devidamente fixados. Essa era "apenas" a terceira das obrigações do CGT, depois de "actualizar o Regulamento Interno" e "preparar a eleição do Conselho Geral definitivo". Eis que surge, concomitantemente, um despacho ministerial dando poderes aos CGT para proceder à "eleição" dos referidos.
E aqui, começa, penso eu, a história...
Há cerca de uma ano os docentes manifestaram-se, e em grande número, contra a discricionidade do Ministério da Educação e contra aquilo que achavam injusto e incorrecto que, na sua base, era a aprovação de um "esquema" de avaliação de desempenho incapaz.
Depois manifestaram-se contra um estatuto de carreira que se apresentava como incongruente e que servia de base a "atrocidades" que "aí vinham"...!
E agora, não há, sequer um (pelo menos que eu saiba!) CGT que se tenha insurgido contra o tal despacho que "engana" todos aqueles que elegeram um Conselho que "iria preparar a eleição do Director"...
Que legitimidade têm para eleger o Director?
Não votei neles para eleger o director. Apenas para que "preparassem o caminho"!
E acho que o que cada um dos "nossos" representantes deveria ter feito era apresentar a demissão assim que o despacho viu a luz do dia...
Mas, daqui a uns meses, todos faremos manifestações... Ou talvez não!
Porque se calhar, os que aceitaram este "modelo" de eleição de director talvez possam vir a ser "recompensados"...
É esta a situação que vivemos: somos culpados dos nossos próprios actos!
E assim continuará a ser...
Por isso, que venham mais manifestações e outras "insurgências" como greves e "dias negros". Porque "enquanto o povo andar distraído, avançaremos com o progresso!"...