Muito me tem irritado toda esta celeuma à volta dos professores, esta discusão paralela, estes gritos e exaltações estéreis.
Sou educador de infância há 13 anos, tenho cumprido, orgulhosamente, com vontade e (acho eu) competência técnica e profissional a minha função.
Em 12 anos de escolas, passei por algumas, e, ao contrário do que vieram alguns afirmar (nomeadamente os sindicatos!) é mesmo verdade que em todas elas há sempre umas turmas escolhidas a dedo, uns professores que ficam com as melhores (normalmente os que chegam primeiro ou os mais velhos), pouco apoio aos professores iniciantes e muita burocracia.
Há ainda os colegas que faltam indiscriminadamente (e são normalmente sempre os mesmos) e não são punidos por isso, há aqueles pelo seu estatuto (auto afirmado) se recusam a prestar alguns tipos de serviço (vigilâncias, reuniões de coordenação e planificação, etc.), há os que nem se veêm nas reuniões dos Conselhos de Docentes e há aqueles (que ainda são muitos) que nem às reuniões com pais se dignam a ir...
Ao contrário do que dizem os sindicatos, isto é mesmo verdade e não é um procedimento assim tão mínimo e insignificante como isso.
Tenho, ao longo dos anos, sentido, de forma permanente, um apoio dos pais e famílias no trabalho que desenvolvo. Tenho sentido, da parte dos alunos, uma motivação para a aprendizagem e participação. Poder-se-á dizer: "mas estamos a falar da educação Pré-escolar!" (ao que eu contraponho, que, no que respeita às minhas experiências de formação de professores e educadores e de agentes e animadores em vários cursos profissionais, os sentimentos são os mesmos!). Não é difícil senti-lo. Se motivados, alunos e famílias respeitam o papel da Escola. É genético.
Infelizmente, o problema da escola são mesmo os professores.
E razão tem a Ministra da Educação ao tentar mudar estes procedimentos que estão errados, e ainda mais quando está em causa o futuro de um Estado, de uma Nação!
Em relação aos sindicatos, só mais um reparo: para quando uma efectiva defesa da Qualidade na Educação? É que defender um grupo de funcionários instalados, regalias inimagináveis e incompetência gritante não deve ser o papel de instituições que clamam para si os louros de um "desenvolvimento inigualável dos processos de decisão nas escolas" (sic).
Por último uma pequena estória: no passado ano lectivo (2004/2005) após mais um ano positivo na minha prática, considerei que, de acordo com a legislação em vigor (Dec.-regulamentar 11/98 de 15 de Maio) poderia/deveria solicitar a menção qualitativa de Bom. Fi-lo, considerando que essa seria a forma de ver o meu trabalho recompensado. Tenho consciência de que não iria aumentar o meu ordenado, nem ter lugar destacado nas listas de colocação, nem qualquer outra benesse. Fi-lo por uma questão de justiça, e porque é a forma legal em vigor de o fazer.
Apresentei, tal como solicitado, o meu Relatório Crítico e toda a produção escolar (planificações, estatísticas, produtos, resultados, etc.) da minha turma. De notar que, através de uma página de internet (http://salaverde.no.sapo.pt) disponibilizei, durante o ano, toda a informação relativa ao trabalho desenvolvido. Após a primeira reunião de avaliação, constituída, de acordo com a Lei, no seio no meu grupo profissional, foi-me solicitado mais material/reflexões do trabalho desenvolvido (acresce que esta comissão não teve elementos que tivessem acompanhado, in loco, o meu trabalho, e é constituída, na globalidade, por educadores de infância). Entreguei, rapidamente, depois do pedido, mais um conjunto de documentos que considerei interessantes para este processo. Depois de preencher todos os itens e de me ter disponibilizado a participar em qualquer reunião/encontro para esclarecimento (que nunca aconteceu), continuo a aguardar, na data de hoje, a conclusão do processo. Ou seja, ainda não sei se tenho ou não a classificação que solicitei.
Será esta a avaliação que serve a Educação? Eu acho que não.
Por tal, todas as mudanças são bem-vindas!
23 de junho de 2006
2 de junho de 2006
Educar Portugal
Sinto-me sempre incapaz.
Acho sempre que é difícil apresentar, de forma séria e responsável, aquelas que são as mais básicas regras da atitude profissional dos docentes. Sinto-me sempre a "falar para o boneco".
Vem esta reflexão a propósito das actividades que se vêm desenvolvendo nas escolas, com especial incidência nos Jardins de infância, sobre o Campeonato Mundial de Futebol na Alemanha, e o apoio à selecção nacional.
Antes de mais, dois pontos a reter: não sou contra o apoio, nem sou contra o campeonato do Mundo.
O que revolta prende-se apenas com a forma pouco séria e pouco profissional como tenho assistido a essas manifestações que, nas escolas, um pouco por todo o país, são alvo de dinâmicas e estratégias que me parecem incorrectas.
Sem dúvida que a participação da selecção portuguesa numa final do campeonato do mundo de futebol é um momento não muito vulgar. É óbvio também que a nossa nacionalidade se manifesta exuberantemente quando existem esses factores centralizadores das emoções, é também óbvio que a escola deve "trabalhar" de forma estruturada e educativa esses momentos, mas, não obstante esses princípios, as escolas e professores não devem ser reféns de uma pretensa "onda nacional" e não devemos, pura e simplesmente, caminhar atrás de uma mobilização geral sem duvidarmos, sem criticarmos ou muito simplesmente, sem reflectirmos.
Ensinar a Bandeira, ensinar o Hino Nacional, Ensinar os símbolos da Soberenia Nacional são assuntos "a talho de foice" por estas alturas. Mas é competência dos professores e dos educadores que a aprendizagem que advém deste processo educativo seja significativa. Por tal, a Bandeira, o Hino e os restantes simbolos, por mais que possam não nos agradar pessoalmente, são signos identitários, e não devemos deixar que se confundam com atitudes de nacionalismo e xenofobia, nomeadamente ao servir para promover algumas perspectivas manipuladas de alguns "comentadores"...
É aos professores e educadores que compete "ensinar" (e ensinar dá trabalho!) as correctas formas e estruturas dos símbolos nacionais. O Hino Nacional não refere que se "sentem os avós" ou a Bandeira Nacional não é constituída por nove Escudos. É fundamental que os professores façam uma pesquisa séria (se não o souberem), de forma a que possam (e saibam) transmitir correctamente os conteúdos relativos.
Por favor, não vamos deixar que, para uma criança, a Bandeira Nacional é "uma parte encarnada, outra verde e com uma bola amarela no meio".
Já agora, e por causa das coisas: "Depois de acesa polémica, mesmo no seio dos republicanos, o decreto de 19 de Junho de 1911, da Assembleia Nacional Constituinte, determinou: «A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivado de negro.»
Pelo mesmo decreto, o comprimento ficou fixado em vez e meia a largura, ocupando o verde dois quintos do comprimento, enquanto a esfera armilar deveria ocupar metade da altura.
Como um agregado complexo de diversas significações, as cores e os símbolos inscritos na Bandeira Nacional assumem a seguinte interpretação:
Vermelho - segundo a Comissão, o vermelho deveria figurar na Bandeira Nacional «como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória». Era uma cor já tradicional nos símbolos portugueses, entando presente no brasão de armas reais desde D. Afonso III.
Verde - a escolha do verde foi das mais controversas, dado que não tinha tradição histórica na representação dos símbolos portugueses. Foi alegada a presença desta cor aquando da Revolução de 31 de Janeiro de 1891, no «momento decisivo em que, sob a inflamada reverberação da bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago redentor da alvorada». O verde era recomendado por Auguste Comte como a cor que «mais convém aos homens do porvir», fazendo parte da bandeira do Partido Republicano Português.
Branco - o branco representava para a Comissão «uma bela cor fraternal, em que todas as outras se fundem, cor de singeleza, de harmonia e de paz». Era a cor das primeiras bandeiras reais, tendo-se travado com elas as primeiras batalhas da História Nacional. Sobre pano branco haviam-se, também, inscrito as cruzes de Cristo na gloriosa epopeia dos descobrimentos. A cor branca estabeleceu-se na orla e no fundo do Brasão das Arnas Nacionais.
Esfera Armilar - símbolo característico do reinado de D. Manuel, época de apogeu da história do nosso país, representa os quatro cantos do mundo descobertos pelos portugueses, ao mesmo tempo que traduz a grandiosa obra de civilização e evangelização empreendida pelos nossos antepassados, e exprime o espírito universalista de Portugal. No dizer da Comissão, a Esfera Armilar consagra «a epopeia marítima portuguesa (...) feito culminante, essencial da nossa vida colectiva».
O Escudo das Armas Nacionais - assente sobre a Esfera Armilar, evoluiu ao longo da História de Portugal, identi:ficando-se durante muitos séculos com o Brasão de Armas Reais, já que só lentamente o Estado Português se foi diferenciando da Casa Real. Do actual Escudo das Armas Nacionais fazem parte as Quinas e a Bordadura de Castelos.
As Quinas - em número de cinco e inscritas a azul sobre campo branco, cada uma delas em forma de escudo ponteado de cinco besantes, as quinas aparecem nos símbolos de autoridade régia, pelo menos, desde D. Sancho I. As Quinas têm uma origem duvidosa e longe de estar esclarecida. O Major Santos Ferreira defendeu que os escudetes em forma de cruz resultariam de uma evolução heráldica da primitiva cruz azul que compunha o estandarte do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, na sequência de seu pai o Conde D. Henrique. Está muito divulgada a ideia de que os cinco escudetes ponteados de cinco besantes aludiriam à lenda da Batalha de Ourique e à aparição de Cristo com as cinco chagas ao nosso primeiro rei antes desse recontro. Neste episódio o filho de Deus havia prometido a D. Afonso Henriques protecção para o Reino e a fundação de um Império. Na sequência desta batalha o nosso primeiro monarca teria vencido cinco reis mouros. Nenhuma comprovação histórica irrefutável autoriza esta tese muito popularizada em Portugal. De resto, a própria Batalha de Ourique de 1139 está envolta em muitas incertezas e obscurecida por não menores fantasias. Durante toda a Idade Média o número de besantes foi irregular e sempre superior a cinco.
Besantes - em número de cinco são de prata sobre os escudetes azuis. O seu número foi definido por D. João II, em 1485. Anteriormente eram representados em número muito variável. Heraldicamente o termo Besante resulta na moeda de Bizâncio. A origem da sua implantação no escudo das Armas Reais Portuguesas carece ainda de cabal explicação. Para quem defende que os escudetes são reforços do escudo enquanto instrumento defensivo, os besantes explicam-se como sendo as cabeças das brochas com que os escudetes eram fixados ao pavês. Esta hipótese explicativa funda-se numa teoria que relaciona os brasões de armas medievais com os escudos que os cavaleiros usavam em combate e em torneios. As insígnias aí implantadas como símbolos pessoais, teriam, segundo este pensamento, transitado para os brasões heráldicos da nobreza.
Banda encarnada com 7 castelos em ouro - a bordadura com os castelos apareceu com D. Monso III persistindo até hoje com ligeiras alterações. Se inicialmente os castelos eram em número variável, mas sempre superior a sete, em 1485, por D. João II o quantitativo de castelos foi fixado naquela cifra. Pela mesma disposição régia o número de besantes de cada escudete foi fixado em cinco, ficando todos os escudetes postos a direito. Os castelos constituem um símbolo heráldico de Castela, entrando na heráldica portuguesa pelo casamento de D. Afonso II, pai de D. Afonso III, com D. Urraca, :fi1ha de Afonso VIII de Castela. Sendo Afonso III filho segundo de D. Afonso II, a bordadura dos castelo diferenciava-o do irmão D. Sancho II, de quem tomou o trono por deposição papal. Não tem qualquer fundamento a opinião popularizada que explica os sete castelos como as praças roqueiras conquistadas aos mouros por D. Afonso III no Algarve." (in http://portugalsite.no.sapo.pt)
Acho sempre que é difícil apresentar, de forma séria e responsável, aquelas que são as mais básicas regras da atitude profissional dos docentes. Sinto-me sempre a "falar para o boneco".
Vem esta reflexão a propósito das actividades que se vêm desenvolvendo nas escolas, com especial incidência nos Jardins de infância, sobre o Campeonato Mundial de Futebol na Alemanha, e o apoio à selecção nacional.
Antes de mais, dois pontos a reter: não sou contra o apoio, nem sou contra o campeonato do Mundo.
O que revolta prende-se apenas com a forma pouco séria e pouco profissional como tenho assistido a essas manifestações que, nas escolas, um pouco por todo o país, são alvo de dinâmicas e estratégias que me parecem incorrectas.
Sem dúvida que a participação da selecção portuguesa numa final do campeonato do mundo de futebol é um momento não muito vulgar. É óbvio também que a nossa nacionalidade se manifesta exuberantemente quando existem esses factores centralizadores das emoções, é também óbvio que a escola deve "trabalhar" de forma estruturada e educativa esses momentos, mas, não obstante esses princípios, as escolas e professores não devem ser reféns de uma pretensa "onda nacional" e não devemos, pura e simplesmente, caminhar atrás de uma mobilização geral sem duvidarmos, sem criticarmos ou muito simplesmente, sem reflectirmos.
Ensinar a Bandeira, ensinar o Hino Nacional, Ensinar os símbolos da Soberenia Nacional são assuntos "a talho de foice" por estas alturas. Mas é competência dos professores e dos educadores que a aprendizagem que advém deste processo educativo seja significativa. Por tal, a Bandeira, o Hino e os restantes simbolos, por mais que possam não nos agradar pessoalmente, são signos identitários, e não devemos deixar que se confundam com atitudes de nacionalismo e xenofobia, nomeadamente ao servir para promover algumas perspectivas manipuladas de alguns "comentadores"...
É aos professores e educadores que compete "ensinar" (e ensinar dá trabalho!) as correctas formas e estruturas dos símbolos nacionais. O Hino Nacional não refere que se "sentem os avós" ou a Bandeira Nacional não é constituída por nove Escudos. É fundamental que os professores façam uma pesquisa séria (se não o souberem), de forma a que possam (e saibam) transmitir correctamente os conteúdos relativos.
Por favor, não vamos deixar que, para uma criança, a Bandeira Nacional é "uma parte encarnada, outra verde e com uma bola amarela no meio".
Já agora, e por causa das coisas: "Depois de acesa polémica, mesmo no seio dos republicanos, o decreto de 19 de Junho de 1911, da Assembleia Nacional Constituinte, determinou: «A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivado de negro.»
Pelo mesmo decreto, o comprimento ficou fixado em vez e meia a largura, ocupando o verde dois quintos do comprimento, enquanto a esfera armilar deveria ocupar metade da altura.
Como um agregado complexo de diversas significações, as cores e os símbolos inscritos na Bandeira Nacional assumem a seguinte interpretação:
Vermelho - segundo a Comissão, o vermelho deveria figurar na Bandeira Nacional «como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória». Era uma cor já tradicional nos símbolos portugueses, entando presente no brasão de armas reais desde D. Afonso III.
Verde - a escolha do verde foi das mais controversas, dado que não tinha tradição histórica na representação dos símbolos portugueses. Foi alegada a presença desta cor aquando da Revolução de 31 de Janeiro de 1891, no «momento decisivo em que, sob a inflamada reverberação da bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago redentor da alvorada». O verde era recomendado por Auguste Comte como a cor que «mais convém aos homens do porvir», fazendo parte da bandeira do Partido Republicano Português.
Branco - o branco representava para a Comissão «uma bela cor fraternal, em que todas as outras se fundem, cor de singeleza, de harmonia e de paz». Era a cor das primeiras bandeiras reais, tendo-se travado com elas as primeiras batalhas da História Nacional. Sobre pano branco haviam-se, também, inscrito as cruzes de Cristo na gloriosa epopeia dos descobrimentos. A cor branca estabeleceu-se na orla e no fundo do Brasão das Arnas Nacionais.
Esfera Armilar - símbolo característico do reinado de D. Manuel, época de apogeu da história do nosso país, representa os quatro cantos do mundo descobertos pelos portugueses, ao mesmo tempo que traduz a grandiosa obra de civilização e evangelização empreendida pelos nossos antepassados, e exprime o espírito universalista de Portugal. No dizer da Comissão, a Esfera Armilar consagra «a epopeia marítima portuguesa (...) feito culminante, essencial da nossa vida colectiva».
O Escudo das Armas Nacionais - assente sobre a Esfera Armilar, evoluiu ao longo da História de Portugal, identi:ficando-se durante muitos séculos com o Brasão de Armas Reais, já que só lentamente o Estado Português se foi diferenciando da Casa Real. Do actual Escudo das Armas Nacionais fazem parte as Quinas e a Bordadura de Castelos.
As Quinas - em número de cinco e inscritas a azul sobre campo branco, cada uma delas em forma de escudo ponteado de cinco besantes, as quinas aparecem nos símbolos de autoridade régia, pelo menos, desde D. Sancho I. As Quinas têm uma origem duvidosa e longe de estar esclarecida. O Major Santos Ferreira defendeu que os escudetes em forma de cruz resultariam de uma evolução heráldica da primitiva cruz azul que compunha o estandarte do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, na sequência de seu pai o Conde D. Henrique. Está muito divulgada a ideia de que os cinco escudetes ponteados de cinco besantes aludiriam à lenda da Batalha de Ourique e à aparição de Cristo com as cinco chagas ao nosso primeiro rei antes desse recontro. Neste episódio o filho de Deus havia prometido a D. Afonso Henriques protecção para o Reino e a fundação de um Império. Na sequência desta batalha o nosso primeiro monarca teria vencido cinco reis mouros. Nenhuma comprovação histórica irrefutável autoriza esta tese muito popularizada em Portugal. De resto, a própria Batalha de Ourique de 1139 está envolta em muitas incertezas e obscurecida por não menores fantasias. Durante toda a Idade Média o número de besantes foi irregular e sempre superior a cinco.
Besantes - em número de cinco são de prata sobre os escudetes azuis. O seu número foi definido por D. João II, em 1485. Anteriormente eram representados em número muito variável. Heraldicamente o termo Besante resulta na moeda de Bizâncio. A origem da sua implantação no escudo das Armas Reais Portuguesas carece ainda de cabal explicação. Para quem defende que os escudetes são reforços do escudo enquanto instrumento defensivo, os besantes explicam-se como sendo as cabeças das brochas com que os escudetes eram fixados ao pavês. Esta hipótese explicativa funda-se numa teoria que relaciona os brasões de armas medievais com os escudos que os cavaleiros usavam em combate e em torneios. As insígnias aí implantadas como símbolos pessoais, teriam, segundo este pensamento, transitado para os brasões heráldicos da nobreza.
Banda encarnada com 7 castelos em ouro - a bordadura com os castelos apareceu com D. Monso III persistindo até hoje com ligeiras alterações. Se inicialmente os castelos eram em número variável, mas sempre superior a sete, em 1485, por D. João II o quantitativo de castelos foi fixado naquela cifra. Pela mesma disposição régia o número de besantes de cada escudete foi fixado em cinco, ficando todos os escudetes postos a direito. Os castelos constituem um símbolo heráldico de Castela, entrando na heráldica portuguesa pelo casamento de D. Afonso II, pai de D. Afonso III, com D. Urraca, :fi1ha de Afonso VIII de Castela. Sendo Afonso III filho segundo de D. Afonso II, a bordadura dos castelo diferenciava-o do irmão D. Sancho II, de quem tomou o trono por deposição papal. Não tem qualquer fundamento a opinião popularizada que explica os sete castelos como as praças roqueiras conquistadas aos mouros por D. Afonso III no Algarve." (in http://portugalsite.no.sapo.pt)
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