15 de dezembro de 2007

Coerências...

Pois é.
Mais uma vez volto ao tema.
Será que nada mudou desde que, há uns tempos, reflectia estas questões da coerência educativa?
Pelos vistos, na minha zona proximal, não!
Continuam os docentes que querem dinheiro, a ser os pais que não o querem dar.
Continuam os docentes que escrevem, nos seus planos e projectos, que a escola deve garantir a autonomia e educar a solidariedade, a ser os colegas que não partilham, invejam ou "avisam" se alguma coisa não estiver adequado à sua própria forma de estar e de pensar.
Continuam a ser estes mesmos docentes, aqueles que, avaliando diariamente, por vezes interferindo definitiva e negativamente na vida de muitas crianças e jovens, aqueles que não querem ser avaliados (ou, no dizer dos seus representantes sindicais: "não querem esta avaliação").
Que coerência será esta?
Que processo dinâmico será este em que os mesmos homens e mulheres que defendem, profissionalmente, um processo educativo justo, solidário, igualitário (nos deveres e direitos), se opõem, tão ferozmente, enquanto pessoas, a esses mesmos princípios?
E se este meu desabafo pode parecer exagerado, por generalizar de forma cega e descabida, bastar-nos-à olhar para o lado e "ouvir" o colega que, em público, tece loas às virtudes da escola aberta, transparente, "porta de entrada" da comunidade, e depois, em privado, cerra os dentes contra aqueles "ignóbeis da Associação de Pais"...
Ou então aquele outro que, desenvolvendo a sua actividade profissional numa zona de forte influência de contextos culturais multiétnicos, continua a achar que não é importante compreender nem sequer uma "palavrinha" numa outra Língua...
Mas não se ficam aqui as incoerências.
Um dia volto cá.