Escrevia eu, no último post, que me afligia a possibilidade de termos mais do mesmo.
À hora que escrevo este post, estão a anunciar, na televisão, as primeiras sondagens (à "boca de urna", como gostam de dizer) nas quais os resultados eleitorais não surpreendem, globalmente, todos aqueles que ainda acreditam que vale a pena pensar...
E não surpreendem não pelos resultados em si, mas mais pelo facto de, com eles, podermos constatar que os portugueses são, de facto, uns seres estranhos.
Por um lado ouvimos, ao longo dos últimos 4 anos, uma constante crítica violenta sobre os políticos e, consequentemente, sobre as suas políticas.
Ao longo dos últimos meses, estas mesmas críticas centraram-se, fundamentalmente, na pessoa do Primeiro-Ministro (e, no caso dos docentes, na Ministra da Educação).
Nos últimos dias, o Governo em funções "foi o pior de sempre", e o seu Primeiro-Ministro, o "culpado de todos os males".
Pois agora, com os resultados apresentados nas sondagens a confirmar que o partido do Governo continuará, nestes próximos tempos, a gerir a "coisa pública", confirma-se que os tais "portugueses" são, maioritariamente, masoquistas.
Coligado ou não, com coligações/acordos de conveniência, com constantes "golpes de rins" caso a necessidade obrigue, o que é facto é que esta forma de governar, bem como as políticas que a consubstanciam, continuarão.
Não quero, aqui, fazer uma análise da qualidade/pertinência dessas políticas, mas não deixa de ser estranho que, apesar das inúmeras críticas/manifestações/declarações de vontade, os "portugueses" (seja lá o que for que significa essa formulação) escolheram continuar como até aqui.
Claro está que é ainda mais estranho saber que foram esses mesmo "portugueses" que elegeram, por exemplo, o ex-Presidente do Conselho, António Salazar, como o "Melhor Português" de sempre. Foram também esses "portugueses" que optaram por escolher, para Presidente da República, a mesma pessoa que tinham, literalmente, "corrido" do Governo, quando as coisas começaram a "ficar feias"...
Pois é. Os "portugueses" merecem bem o que têm. E não me venham comparar o meu país com a Filândia ou com a Nova Zelândia: eles (esses países) podem ser óptimos para viver, mas por muito que queiram, jamais terão como cidadãos os ilustres "portugueses". E isso não lhes permitirá, nunca, ter a capacidade bivalente de serem vítimas e culpados.
E, para quem gosta de pensar, isso é um excelente desafio...
27 de setembro de 2009
21 de setembro de 2009
Mais do mesmo...
Estamos, neste momento, a cinco dias de mais umas eleições legislativas.
Poderia (se estivessemos num "país normal") ser um momento envolvente, excitante, ansiosamente esperado...
Mas não é.
Frente-a-frente situam-se duas propostas por demais conhecidas: num lado, um Partido (dito) Socialista que, nos últimos quatro anos empurrou um país quase sem rumo para um abismo de onde será difícil sair.
Afirmo, mais uma vez, que não culpo, especialmente, o Partido Socialista (nem os seus "representantes"), pois, infelizmente, a "gestão da coisa pública" há muito que não está nas suas (deles, os políticos) mãos. Somos, cada vez mais, um "objecto" de intervenção europeu.
Independentemente de serem Sócrates e companhias, pouco diferente seria se fossem outros.
Do outro lado do frente-a-frente, uma Manuela (e reparem, não digo Partido Social Democrata) bem conhecida de todos nós: ex-Ministra da Educação (e que memórias!!!!), ex-Ministra das Finanças e de Estado (quem não se lembra do aumento do IVA e do PEC????). Mais palavras para quê?
Fica este post apenas para que todos aqueles que se manifestam fartos, irritados, descontentes, desesperados ou outra coisa qualquer, tenham consciência de que não vale a pena fugir das responsabilidades: será a vossa decisão de voto no próximo domingo de que falarão nos próximos quatro anos.
Tenham cuidado com o que querem dizer/decidir!
E já agora, bons resultados eleitorais!
Poderia (se estivessemos num "país normal") ser um momento envolvente, excitante, ansiosamente esperado...
Mas não é.
Frente-a-frente situam-se duas propostas por demais conhecidas: num lado, um Partido (dito) Socialista que, nos últimos quatro anos empurrou um país quase sem rumo para um abismo de onde será difícil sair.
Afirmo, mais uma vez, que não culpo, especialmente, o Partido Socialista (nem os seus "representantes"), pois, infelizmente, a "gestão da coisa pública" há muito que não está nas suas (deles, os políticos) mãos. Somos, cada vez mais, um "objecto" de intervenção europeu.
Independentemente de serem Sócrates e companhias, pouco diferente seria se fossem outros.
Do outro lado do frente-a-frente, uma Manuela (e reparem, não digo Partido Social Democrata) bem conhecida de todos nós: ex-Ministra da Educação (e que memórias!!!!), ex-Ministra das Finanças e de Estado (quem não se lembra do aumento do IVA e do PEC????). Mais palavras para quê?
Fica este post apenas para que todos aqueles que se manifestam fartos, irritados, descontentes, desesperados ou outra coisa qualquer, tenham consciência de que não vale a pena fugir das responsabilidades: será a vossa decisão de voto no próximo domingo de que falarão nos próximos quatro anos.
Tenham cuidado com o que querem dizer/decidir!
E já agora, bons resultados eleitorais!
13 de setembro de 2009
Bom ano (lectivo)!
A educação é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado
Wilde, O.
Com esta citação, deixo aqui assinalado o início do ano lectivo (efectivo) que amanhã começa.
A Educação é, sem dúvida, uma coisa admirável. E os seus efeitos são-no mais.
Mas o que é facto é que não podemos confundir Educação com Ensino e, consequentemente, não podemos confundir "educados" com "ensinados".
Que consigamos, ao longo de mais um ano lectivo, motivar para a aprendizagem, para o conhecimento, para o interesse, para a cultura, para a solidariedade, para a humildade e, dessa forma, para a Educação.
Bom ano!
Wilde, O.
Com esta citação, deixo aqui assinalado o início do ano lectivo (efectivo) que amanhã começa.
A Educação é, sem dúvida, uma coisa admirável. E os seus efeitos são-no mais.
Mas o que é facto é que não podemos confundir Educação com Ensino e, consequentemente, não podemos confundir "educados" com "ensinados".
Que consigamos, ao longo de mais um ano lectivo, motivar para a aprendizagem, para o conhecimento, para o interesse, para a cultura, para a solidariedade, para a humildade e, dessa forma, para a Educação.
Bom ano!
2 de setembro de 2009
Conhecimento
Não se percebe bem porquê, mas o facto é que se assiste, com demasiada frequência, a uma espécie de desejo colectivo de que os outros, os que nos rodeiam ou os que estão por perto, não prestem, não sejam capazes nem competentes. Como se as limitações dos outros fossem a nossa margem de manobra, como se os deméritos dos outros fossem os nossos méritos, como se a falta de esperteza dos outros fosse a nossa inteligência.
in em teoria, o amor é sempre bom. Leal, I.
Não são palavras minhas, mas podiam sê-lo. Quando reflectimos sobre competência, sobre capacidade de fazer, de pensar, de executar, tendemos, quase naturalmente, a assumir uma atitude etno e egocêntrica.
Defendo que competência (ou incompetência) é um conceito ligado, de forma irreversível, a um outro ao qual, muitas vezes, aparentemente, não se dá valor: Conhecimento!
Conhecer é saber e, consequentemente, saber é agir conscientemente e de forma capaz. Ora, se assim é, incompetência é sinónimo de ignorância (ou melhor, de desconhecimento).
Não saber, não conhecer, é o primeiro passo para agir de forma inconsistente, prejudicial e incorrecta. Logo, desconhecer é um sinal evidente de incompetência.
E quando refiro desconhecimento, não me debruço apenas na capacidade de saber-fazer, mas, e fundamentalmente, na capacidade de reflectir, de liderar, de proporcionar...
Ser ignorante é ser incapaz de delegar, de confiar, de trabalhar em equipa e de pôr em comum o que melhor nos servirá a todos.
Ser competente, é, por oposição, ser capaz de se envolver, fazer envolver, acreditar, confiar e produzir.
Por tudo o que agora exponho, desejo, neste início de ano lectivo, que todos tenhamos coragem de querer saber mais, de querer Conhecer!
in em teoria, o amor é sempre bom. Leal, I.
Não são palavras minhas, mas podiam sê-lo. Quando reflectimos sobre competência, sobre capacidade de fazer, de pensar, de executar, tendemos, quase naturalmente, a assumir uma atitude etno e egocêntrica.
Defendo que competência (ou incompetência) é um conceito ligado, de forma irreversível, a um outro ao qual, muitas vezes, aparentemente, não se dá valor: Conhecimento!
Conhecer é saber e, consequentemente, saber é agir conscientemente e de forma capaz. Ora, se assim é, incompetência é sinónimo de ignorância (ou melhor, de desconhecimento).
Não saber, não conhecer, é o primeiro passo para agir de forma inconsistente, prejudicial e incorrecta. Logo, desconhecer é um sinal evidente de incompetência.
E quando refiro desconhecimento, não me debruço apenas na capacidade de saber-fazer, mas, e fundamentalmente, na capacidade de reflectir, de liderar, de proporcionar...
Ser ignorante é ser incapaz de delegar, de confiar, de trabalhar em equipa e de pôr em comum o que melhor nos servirá a todos.
Ser competente, é, por oposição, ser capaz de se envolver, fazer envolver, acreditar, confiar e produzir.
Por tudo o que agora exponho, desejo, neste início de ano lectivo, que todos tenhamos coragem de querer saber mais, de querer Conhecer!
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