30 de junho de 2009

Virtuosismos...

Num passado recente, bastou a "compra" de melhores condições para alguns (os que, há muito tempo, fazem das estruturas sindicais a sua casa), para se "deixar passar" a aprovação...
Agora, a quatro meses das eleições, rompem-se "negociatas"...
Será que não há mais nada para negociar?
Será que todas as pensões, destacamentos e acessos automáticos estão garantidos?

22 de junho de 2009

Calores...

Está prestes a começar aquela altura do ano (comummente chamada de "Silly Season") na qual todos começam a assumir um comportamento, no mínimo, estranho.
Este ano, apesar de estarmos a preparar eleições (legislativas e autárquicas) não vai ser muito diferente.
Tenho quase a certeza que a indolência provocada pelo calor alterará (negativamente) a atitude dos portugueses, e, como se espera, a época de acasalamento das Garças Reais e dos Flamingos será ocupada por um desinteresse evidente pelos "assuntos da nação".
Já aqui o escrevi, continuo a acreditar que todos os povos têm o país que merecem (ou será o contrário?!) e, como não poderia deixar de ser, também este se enquadra no perfil.
Possivelmente andaremos a ouvir falar do que foi feito e do que poderia ter sido feito...
É sempre assim, mas, para que, pelo menos fique mais fresco na memória, aqui deixo algumas "pérolas":
O que deveria ter sido feito e não foi...
...a avaliação dos professores;
...a redução da pobreza;
...a promoção do Turismo;
...a valorização dos recursos naturais do país;
...a reforma da justiça;
...a alteração do método eleitoral;
...o combate à corrupção...
Sei que esta lista é igual às inúmeras listas que vamos vendo escritas por aqui e por aí. Sei também que alguns dirão: "mas não falaram (eles, os outros, os políticos...) do mesmo?".
Deixo-a aqui escrita apenas para funcionar como "marcador de tempo". Até quando falaremos das mesmas "necessidades" de sempre????
Haja vontade de mudar! E não se esqueçam: as eleições estão já aí!!!

12 de junho de 2009

O que mudar...

Às vezes gosto de comentar as dissertações do nosso Presidente da República...
E tenho-o feito amiúde, normalmente a partir das peças oratórias com que ele nos brinda nos "dias especiais"...
Desta vez apetece-me comentar o discurso dele no 10 de Junho de 2009...
Disse ele, para quem quer ouvir, estar preocupado com os níveis de abstenção eleitoral que marcaram as eleições europeias, no passado dia 7 de Junho...
Mostrou-se ele atento à "mensagem" que tem recebido dos "vários agentes" sobre a "pobreza democrática" a que esse "comportamento" das pessoas levará...
Está ele consternado com a "qualidade das instituições democráticas"...
Pois bem, tem toda a razão para estar.
Também nós estamos.
Daí, as perguntas: Para quando uma remodelação dos processos eleitorais deste país? Para quando uma alteração ao procedimento de governação desta "democracia" forte? Para quando procedimentos claros e eficazes de organização administrativa da coisa pública? Para quando um processo claro de financiamento dos partidos políticos? Para quando um espaço de igualdade entre os que já são "políticos" e os outros que o querem ser? Para quando um tratamento justo aos que não se veêm reconhecidos nos partidos do espectro político nacional?...
Podem parecer perguntas "difíceis", mas têm (ou podem ter) respostas directas: Quando pessoas com responsabilidades políticas no país (como o Sr. Presidente da República!) o quiserem, pois será, a partir de dentro, que a mudança se fará.
E nós continuaremos mudos, surdos e imóveis...
"et pur se muove"...

1 de junho de 2009

O imobilismo é geral...

Sinceramente, às vezes sinto-me completamente incapaz de viver esta vida...
Já aqui o escrevi, e só por isso mantenho esta atitude que é a de defender o "experimentar antes de negar"...
Sendo educador, são muitas as vezes em que os meus alunos, ou por nunca terem experimentado, ou até porque "ouviram dizer", se negam a experimentar algo.
Seja a sopa, seja um novo jogo ou mesmo uma nova forma de fazer algo, o que é certo é que, por uma natural e quase inata resistência à mudança, o "Não quero!" ou "Não gosto!" sai muitas vezes antes de pensar.
Assim somos nós durante toda a vida.
São mais as vezes em que o nosso receio e incómodo de mudança nos impede de evoluir, que o contrário.
E é-o em todo o lado: na escola, na família, na comunidade...
Pensamos sempre (acho eu) que se tudo estiver "na mesma, como a lesma", não sofremos muito com isso: porque já conhecemos o que "aí vem", já "sabemos o que nos espera" e, além disso "eles são todos iguais!"
Mas quantos de nós se preparou convenientemente para a tal "crise" que muitos propalam?
E se há certeza que eu tenho é que ela, essa "crise", ainda não se mostrou. Por enquanto, há centenas (senão milhares) de novos desempregados que ainda continuam a subsistir graças aos subsídios de desemprego e ajudas de familiares...
Mas, e quando isso acabar?
E não faltará muito para que estes "adeptos" do imobilismo social (que somos todos!) venham para a rua e se manifestem.
Mas sei que essa "manifestação" não terá, em nenhum momento, a exigência de um novo comportamento e atitude de cada um de nós. Não!
O que teremos, estou certo, é a reclamação unilateral de cansaço e de saturação face "aos outros, aos que "nos governam"...
Mas então e nós?
Não teremos alguma "culpa"?
Não fomos nós que, constantemente nos recusámos a mudar?
Não sou adepto de "cheques em branco", mas se bem me lembro, até nas mudanças que teoricamente são simples (como mudar um Governo por pessoas sérias e honestas), nos tem sido difícil mudar, apesar das evidências.
E se continuarmos a negar o desconhecido, mais fundo bateremos!
Valeria a pena pensar nisto...