Quando, de repente, se olha para o título deste post, vem-nos à ideia aquele sentimento batido que nos diz que a noite de Natal é uma noite de esperança, de alegria, de família...
Quando se fala de "noite feliz", por esta altura, é impensável não estarmos a falar da Noite de Natal, mas, neste caso em particular, a minha reflexão pretende ser um pouco mais lata.
A noite a que me refiro não é (ou melhor, não "é apenas") a de Natal.
A noite que me refiro, e quase como metáfora, é a noite em que vamos entrar nos próximos tempos: uma noite de descrença, desilusão, desespero...
Ainda ontem, quando passeava por um dos centros comerciais da capital, e observava os transeuntes, qual formiguinhas, nos seu afã "natalício", a deambularem por lojas, a discutirem o melhor preço, a pensar no que dar a quem já tem tudo o que não precisa e lhe falta o fundamental, me interroguei sobre o efeito da crise na carteira destes tão ocupados cidadãos.
Até agora, a crise é (foi) muito mais uma ideia, um cenário, que propriamente um efeito sentido. Apesar de tudo, as carteiras,que estão "meias", ainda não estão, realmente, vazias. Há como que um "caminhar em frente", tão caraterístico dos portugueses que lhe permite acharem que "tudo se resolverá".
O próximo ano começará com um aumento brutal no consumo (em média, mais 23%), uma efetiva diminuição do poder de compra (os efeitos da redução salarial), e, "aquelas contas" que ficavam para pagar nas férias não podem mais ser suportadas pelos subsídios que não vão chegar.
Esta é, verdadeiramente, a "noite" que se aproxima.
E "noites" semelhantes a esta têm trazido, consigo, muito más notícias.
Na maior parte das vezes, trazem formas de fazer e de estar contrárias a tudo aquilo em que fomos educados, a tudo aquilo que aprendemos a aceitar.
Foram noites como esta que surgiram no nascimento de alguns (senão todos) os momentos de rotura do quotidiano (e especialmente o ocidental) de milhões de pessoas que se dizem democratas, solidários, cooperantes e altruístas.
Foram noites como estas que nos trouxeram a Inquisição, as tiranias, os Nacionalismos exacerbados, os crimes contra a humanidade...
Foram noites como estas que nos trouxeram aqui.
Se tivermos a coragem de "consultar" a história que nos trouxe até aqui, saberemos fazer desta noite uma Noite Feliz. Mas para isso temos de saber que as noites felizes chegaram pela mão dos que não se resignaram.
Dos que não desistiram.
Mas, independentemente de tudo isso, que estas sejam, realmente, as melhores festas que podemos ter!
21 de dezembro de 2011
14 de dezembro de 2011
Feliz Natal, Bom Ano Novo, ou o início de qualquer coisa igual a tantas outras?...
Tenho cada vez mais a certeza de que aquilo que sou e aquilo que pareço é, cada vez mais, definido não pelo que, na verdade pretendo que seja, mas pelo que os "outros" acham que deve ser.
Chegados que estamos ao final de mais um ano (civil, que o letivo ainda nem a meio está!), começo a sentir aquela sensação estranha de que, nem com a crise (tão falada e propalada), nem mesmo com as mudanças operadas nos diversos setores da vida quotidiana, se dissipa, na época natalícia, a maldade, a inveja, a mesquinhez e a incongruência...
Tenho por princípio (que não delego nem renego) que a solidariedade, a partilha, a justiça e a bondade não são valores eminentemente cristãos.
São valores humanos.
Tenho por defesa (destes meus princípios) uma ação constante (quer em termos profissionais, quer pessoais) de participação, de igualdade, de equidade na ação, na decisão, no desenvolvimento de estratégias, na análise, na avaliação...
Por tudo isto (e muito mais), tenho construído uma espécie de "imagem" que, na maior parte das vezes não corresponde ao que os "outros" vêem.
A minha luta (por vezes inglória!) por igualdade (nas oportunidades), por equilibro (nas relações), por envolvimento (nas atividades), pelo respeito (pelo outro), é, na maior parte das vezes, confundida e mal interpretada.
E, acima de tudo, porque profissionalmente o devo fazer também, não cedo a interpretações pessoais, a análises sumárias ou a julgamentos convencionais.
O que fazemos no tempo de duração da nossa vida não é avaliado pelos que nos rodeiam, mas pelo que deixamos.
Concedo que, por vezes também, não me dou ao trabalho de justificar, de satisfazer a curiosidade ou, simplesmente, de me disponibilizar para dialogar no mesmo nível mas sei que esta atitude pode ser interpretada e apelidade de petulância, de presunção ou mesmo de vaidade.
Não me interessa. Sinceramente, não me interessa.
Mas continuo a sentir algum incómodo quando me dizem: "Afinal tinhas razão!".
E se querem saber, dizem-me muito mais vezes do que seria (para quem de mim tem a ideia que tem) natural.
E ainda pior do que me dizerem isso, é dizerem-me que uma determinada "minha ideia", por que me bati até à exaustão, por a considerar fundamental, pertinente e exequível, com efeitos práticos de mudança, de melhoria e/ou de crescimento qualitativo, "acabou por ser assumida" como um "projeto de um grupo de pessoas" (onde, normalmente, estão aqueles que a combateram, que me desrespeitaram e que a não merecem!), e que será "fundamental para a nova organização".
Mas, muito pior do que tudo o resto, é quando a imagem que os outros constroem sobre quem eu sou e como sou se torna muito mais importante, credível e justificada do que a imagem daquilo que, realmente, sou.
Não sou cristão. Sou humano!
E acredito que os valores fundamentais, na sua mais vasta expressão, são aqueles que nos devem orientar.
Mas para que nos "comentem", é preciso que nos conheçam. E conhecer não é "saber por..."
A todos os que me querem bem, e com os quais conto para continuar este caminho mas, especialmente aos que não "me querem bem", a quem agradeço a minha dedicação e envolvimento (porque algum dia terão de mudar!), os votos sinceros de que esta época, caraterizada por ser um tempo de bondade, sirva para reflexões profundas e, acima de tudo, sérias.
Para com cada um de vós e para com todos nós.
Boas Festas!
Chegados que estamos ao final de mais um ano (civil, que o letivo ainda nem a meio está!), começo a sentir aquela sensação estranha de que, nem com a crise (tão falada e propalada), nem mesmo com as mudanças operadas nos diversos setores da vida quotidiana, se dissipa, na época natalícia, a maldade, a inveja, a mesquinhez e a incongruência...
Tenho por princípio (que não delego nem renego) que a solidariedade, a partilha, a justiça e a bondade não são valores eminentemente cristãos.
São valores humanos.
Tenho por defesa (destes meus princípios) uma ação constante (quer em termos profissionais, quer pessoais) de participação, de igualdade, de equidade na ação, na decisão, no desenvolvimento de estratégias, na análise, na avaliação...
Por tudo isto (e muito mais), tenho construído uma espécie de "imagem" que, na maior parte das vezes não corresponde ao que os "outros" vêem.
A minha luta (por vezes inglória!) por igualdade (nas oportunidades), por equilibro (nas relações), por envolvimento (nas atividades), pelo respeito (pelo outro), é, na maior parte das vezes, confundida e mal interpretada.
E, acima de tudo, porque profissionalmente o devo fazer também, não cedo a interpretações pessoais, a análises sumárias ou a julgamentos convencionais.
O que fazemos no tempo de duração da nossa vida não é avaliado pelos que nos rodeiam, mas pelo que deixamos.
Concedo que, por vezes também, não me dou ao trabalho de justificar, de satisfazer a curiosidade ou, simplesmente, de me disponibilizar para dialogar no mesmo nível mas sei que esta atitude pode ser interpretada e apelidade de petulância, de presunção ou mesmo de vaidade.
Não me interessa. Sinceramente, não me interessa.
Mas continuo a sentir algum incómodo quando me dizem: "Afinal tinhas razão!".
E se querem saber, dizem-me muito mais vezes do que seria (para quem de mim tem a ideia que tem) natural.
E ainda pior do que me dizerem isso, é dizerem-me que uma determinada "minha ideia", por que me bati até à exaustão, por a considerar fundamental, pertinente e exequível, com efeitos práticos de mudança, de melhoria e/ou de crescimento qualitativo, "acabou por ser assumida" como um "projeto de um grupo de pessoas" (onde, normalmente, estão aqueles que a combateram, que me desrespeitaram e que a não merecem!), e que será "fundamental para a nova organização".
Mas, muito pior do que tudo o resto, é quando a imagem que os outros constroem sobre quem eu sou e como sou se torna muito mais importante, credível e justificada do que a imagem daquilo que, realmente, sou.
Não sou cristão. Sou humano!
E acredito que os valores fundamentais, na sua mais vasta expressão, são aqueles que nos devem orientar.
Mas para que nos "comentem", é preciso que nos conheçam. E conhecer não é "saber por..."
A todos os que me querem bem, e com os quais conto para continuar este caminho mas, especialmente aos que não "me querem bem", a quem agradeço a minha dedicação e envolvimento (porque algum dia terão de mudar!), os votos sinceros de que esta época, caraterizada por ser um tempo de bondade, sirva para reflexões profundas e, acima de tudo, sérias.
Para com cada um de vós e para com todos nós.
Boas Festas!
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