Terei, em breve, quarenta anos.
Posso dizer que já me cansa (bastante!) ouvir dizer que "vais amolecendo", "vais aprender a desvalorizar isso", "mantém-te na tua linha, porque essas coisas não te podem afetar..."
Mas, confesso, afetam-me as situações que motivam essas "declarações" de simpatia.
Afeta-me a hipocrisia, a falta de frontalidade, os subterfúgios incompetentes e mesquinhos, a falta de coragem para afirmar (e manter!) uma opinião, um ponto de vista.
Confesso que, ao longo do meu percurso profissional já errei muitas vezes, demasiadas até, mas, olhando para trás, sempre tive a frontalidade (ou mesmo a humildade) de reconhecer os meus erros e aprender com eles.
Contudo, o meu currículo, o reconhecimento que tenho tido do que faço são, sem dúvida, os "imputs" positivos que prevalecem na hora de continuar.
Mas já cansa.
Fazerem de mim a ideia pelo "que ouviram", ou pretender que a minha postura é situacional são as maiores agressões que posso sofrer.
Ao contrário da prática comum (e refiro, fundamentalmente, o meu espaço profissional, se bem que, em termos pessoais não sou diferente!), o que faço, quer se queira quer não, faço-o em prol de um bem comum. Nunca, em toda a minha vida utilizei as costas dos outros para subir mais alto.
Quem me conhece (e conhecer de comigo fazer, de comigo partilhar, de comigo Ser!) sabe que sou (e mesmo quando sinto que não sou, faço por ser) um elemento de equipa.
Sou, em termos profissionais, um "agente destabilizador". Reconheço-o.
Mas sei também que me norteia a vontade de fazer pensar, de fazer refletir, de partilhar, de propor para fazer. Mas, acima de tudo, sou o primeiro a fazer o que defendo.
Neste mundo da Educação em que me movo, tenho aprendido (com imensa dificuldade em o aceitar) que uma parte importante dos que cá andam não perdem muito (ou nenhum) tempo a pensar o que fazem.
Fazem porque "sempre fizeram". Fazem porque "é assim".
E, pior que tudo, ficam "enxonfrados" quando confrontados com a sua "imobilidade", com a sua ignorância, com a sua incompetência.
São estes a "Primas Donnas". Acham que nunca desafinam.
Tenho tido a capacidade de aprender com os meus erros e nunca os repito. É uma questão de seriedade e credibilidade. Para com os outros, mas, sobretudo, para mim.
E, na Educação, é fundamental sabermos que, mais do que "simples pessoas", somos MODELOS: nas relações, nas competências, nas dúvidas, na humildade...
Dói-me bastante que "jogar para ganhar", de forma ética e responsável seja, normalmente, confundido com vaidade, prepotência, desrespeito.
Imoral e pouco ético é mudar as regras do jogo a meio, por vontade do "árbitro" ou por "desistência" dos adversários.
Jogo para ganhar. É uma verdade. Querer obter a graduação de Excelente, num sistema de graduação em que o topo é, isso mesmo: Excelente, não tem de ser uma "imoralidade" ou um crime de "lesa majestade".
Já aqui o escrevi e volto a dizer: se a palavra escolhida pelo "sistema", para definir a classificação quantitativa situada entre o 9 e o 10 se chamasse "Porco", eu faria por ter "PORCO"!
Que será de nós quando passarmos a ter de dizer que não atribuímos o valor 20 a um aluno nosso porque a Universidade só "aceita" uns quantos "excelentes alunos"? Mandamos os outros para trás, ou aumentamos o "leque de escolhas universitárias"?
Mas, infelizmente, a maior parte dos agentes, de certeza, não faz um esforço para compreender (ou pelo menos refletir) o que aqui está em causa.
E, pior que tudo isso, custa-me que não sejam capazes de ultrapassar algumas das suas dificuldades em partilha.
Pois...
Partilhar é lixado!
E não se "aprende" na escola...
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