Chegou hoje ao fim um processo intrincado, doloroso e absolutamente desnecessário.
E o que fica é uma tristeza profunda.
No âmbito da ADD, não é fácil nem simples acreditar que o processo é sério, competente e, acima de tudo inspirado (e ajustado) por um objetivo fundamental de melhorar, de crescer e de qualificar.
Não tendo concordado com a visão subjetiva e maniqueísta do avaliador, fui recorrendo, tal como a lei define, de forma a ver recompensado o esforço e o empenho, mais numa perspetiva de engrandecimento da profissão do que numa pespetiva pessoal (não interessará para aqui, mas a melhoria de avaliação que solicitei não muda nem altera as condições, em termos legais, que obtive com a notação inicial. Ou seja, nos termos da Lei, é-me indiferente o resultado final do processo. Os benefícios procedimentais serão os mesmos!).
Após variados momentos de evolução, eis-nos chegados ao Júri Externo, que, de acordo com o referido, apenas se poderia debruçar sobre as "questões processuais".
Não querendo aqui discutir se o peso e a subjetividade de observação do Avaliador poderá ser incluído nesse campo de análise, interessa, para reflexão posterior concluir o seguinte:
- se ficar provado a subjetividade do processo;
- se ficar provada a incompetência (neste caso em concreto, refiro incompetência enquanto avaliador e não como profissional);
- se ficar provada a inconsistência e a razão das razões justificativas e, por último,
- se ficar provado a responsabilidade partilhada...
...o processo é indeferido por não "existir inconveniência processual".
Por outras palavras, podemos reconhecer os erros de conteúdo mas se não existirem erros de forma, então está tudo bem.
Tristeza profunda.
É, realmente o que sinto.
Vinte anos de trabalho, uma vontade e uma capacidade reconhecida e uma dedicação exclusiva mostram-nos que não vale a pena.
Sinto que, a partir de hoje farei o que a maior parte faz: faltarei, não me importarei, atribuirei pouca importância...
Talvez assim me reconheçam o esforço.
Só uma última nota: pode parecer que reclamo de "barriga cheia", mas quem me conhece sabe que luto por ideais. E, além do mais, outros fatores poderiam ser demonstrativos: como por exemplo o fato de ter razões de queixa no único serviço público onde a avaliação global (da Unidade Orgânica) foi a mais baixa de todas onde antes desenvolvi o meu trabalho.
Tristeza profunda.
Não por mim. Pelo país que, infelizmente, tem pessoas que não sabem, não querem e nem conseguem fazer mais e melhor.
9 de março de 2012
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