Hoje, temos Medo de tudo.
Temos medo do "que foi". Do que "aí vem". Do que "se calhar"...
Temos medo porque nos habituámos a ter medo. Porque nos habituaram a ser temerosos.
Temos medo de não ser bons pais. De não sermos bons filhos.
De incomodar. De sermos incomodados.
Temos medo da polícia. E dos ladrões. Temos medo das certezas e das incertezas. Das perguntas. Das respostas.
Temos medo de ter medo. Ou de sermos corajosos.
Temos medo de ser mal interpretados. Temos medo de interpretar mal...
Vivemos num ambiente de medo. De desconfiança. De descrédito.
De nós e dos outros.
Se nos pisam, calamos a nossa dor. Se pisamos, desfazemo-nos em desculpas.
Temos medo que não gostem de nós. Temos medo de sermos amados.
Por isso, não amamos.
Não confiamos.
Não gostamos.
Mas nós somos "o outro".
Pensemos o "outro" como nos pensamos a nós.
Mas pensemos. Porque o que nos falta é isso mesmo: reflexão.
Falta-nos aferir, avaliar, compreender. Falta-nos conhecer. Falta-nos disponibilidade.
Falta-nos aceitar um abraço por ser um abraço e não porque significa uma recompensa. Ou um pagamento.
Falta-nos abraçar porque precisamos. Falta-nos beijar para podermos ser beijados.
Ter medo é morrer a cada dia.
Amo-vos!
17 de novembro de 2012
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