Desde há cerca de dois meses que temos vivido numa espécie de dúvida permanente sobre as nossas reais capacidades e competências.
Primeiro, mudámos (mudaram-no!) de primeiro-ministro, tendo o exmo. sr. Presidente da República afirmado que estaria vigilante e atento.
Depois, o mesmo Governo que estava sob vigilância cerrada começou por divulgar um conjunto de iniciativas absolutamente únicas, a saber: continuação do processo de concurso de docentes tal como teria sido desenhado anteriormente; introdução de diferenciação no sistema de taxas moderadoras hospitalares; continuação do destacamento da GNR no Iraque por mais uns meses; introdução de portagens pagas em estradas de regiões em que essas mesmas estradas são únicas; aumento concertado dos preços dos transportes públicos, associando-os ao aumento do preço do petróleo; substituição de vários conselhos de administração de empresas públicas (CGD, EDP, TAP, etc, etc...); afirmação, pelo sr. ministro das finanças, de que a administração do país era igual à de uma "família" (sic!)...
Bem, é de facto verdade que os portugueses são mesmo os campeões europeus. São os campeões da indiferença, da inoperacionalidade, da despreocupação, do desinteresse, do "é culpa do outro", da incompetência!
Se não é verdade, porque é que ainda não fomos todos para a rua exigir ser tratados como pessoas de bem, preocupadas, atentas e informadas?
Porque é que permitimos que, em finais de Setembro se continue a adiar o início do ano lectivo, quando sabemos que qualquer nação só evolui, efectivamente, quando faz a aposta na Educação de qualidade (vide Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, etc.).
Será por isso, por não nos manifestarmos (e manifestação não é sinónimo de arruada!), que continuamos a ser o último da lista. Se calhar chegou a altura de mudarmos de opinião e de comportammento.
Parafraseando o Edson Atayde: "A culpa não é de Portugal, é dos portugueses!"
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário