Pois é.
Por mais um ano consecutivo um apelo veemente à "congregação de esforços" para que as comemorações do 25 de Abril não passem ao espaço dos "esquecidos"...
E, mais uma vez, este apelo vem do mais alto dignitário da Nação.
Pois é. Como eu dizia!
Mas o que é mau não é a repetição do apelo. O que é realmente mau é que, para "encorpar" o apelo, o Exmo. Sr. Presidente da República se tenha baseado em dados estatísticos que (com)provam que "os jovens estão distantes da realidade" (sic).
Mas vamos por partes.
Não terá o Sr. Presidente da República tido (em algum tempo, em algum lugar...) alguma responsabilidade pelo facto?
Não continuará a ter, ao, de forma tão parcimoniosa, não apontar, verdadeiramente o dedo aos que (se calhar como ele) terão interesse em manter este "estado de coisas"?
Não seria bem mais efectivo, dentro dos poderes que lhe competem, exigir uma mais eficaz "realização de Abril" junto daqueles que, realmente, podem fazê-lo?
E não seria mais eficaz também, disponibilizar-se para, nas escolas, nos centros cívicos, nos espaços comunitários, promover a participação e a partilha?
E, por último, não faria sentido, para que se "cumprisse Abril", que "coisas" simples como a discussão pública do "Tratado de Lisboa" ou a alteração da Lei Eleitoral (para permitir uma efectiva participação dos cidadãos!) fossem, realmente, consideradas IMPORTANTES!
Pois é, Sr. Presidente, as estatísticas só nos mostram os dados. As pessoas podem mudá-los!
27 de abril de 2008
22 de abril de 2008
Dia da Terra
Na nossa actividade profissional, quase que sabemos de cor os dias em que se comemoram efemérides ou que, de alguma forma, nos fazem sentido.
O dia do Pai, o dia da Mãe, o Natal, a Páscoa, o Carnaval, o Dia Mundial da Criança, o Dia da Árvore e tantos outros.
Mas poucos há tão universais e tão pertinentes como este: o Dia da Terra.
Que, se pudesse dizer algo (ela, a Terra!), de certeza que não seria, neste momento, mais que uma palavra de esperança.
Para que nos lembremos (e eu já fiz a minha parte!) do fundamento da sua criação:
O Dia da Terra foi criado em 1970, pelo Senador norte-americano Gaylord Nelson, que convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição, protesto esse coordenado a nível nacional por Denis Hayes. Esse dia conduziu à criação da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
A partir de 1990, o dia 22 de Abril foi adoptado mundialmente como o Dia da Terra, dando um grande impulso aos esforços de reciclagem a nível mundial e ajudando a preparar o caminho para a Cimeira do Rio (1992).
Actualmente, uma organização internacional, a Rede Dia da Terra coordena eventos e actividades a nível mundial que celebram este dia.
O dia do Pai, o dia da Mãe, o Natal, a Páscoa, o Carnaval, o Dia Mundial da Criança, o Dia da Árvore e tantos outros.
Mas poucos há tão universais e tão pertinentes como este: o Dia da Terra.
Que, se pudesse dizer algo (ela, a Terra!), de certeza que não seria, neste momento, mais que uma palavra de esperança.
Para que nos lembremos (e eu já fiz a minha parte!) do fundamento da sua criação:
O Dia da Terra foi criado em 1970, pelo Senador norte-americano Gaylord Nelson, que convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição, protesto esse coordenado a nível nacional por Denis Hayes. Esse dia conduziu à criação da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).
A partir de 1990, o dia 22 de Abril foi adoptado mundialmente como o Dia da Terra, dando um grande impulso aos esforços de reciclagem a nível mundial e ajudando a preparar o caminho para a Cimeira do Rio (1992).
Actualmente, uma organização internacional, a Rede Dia da Terra coordena eventos e actividades a nível mundial que celebram este dia.
4 de abril de 2008
50 Contribuições!
Este post é só mesmo pra assinalar que é o 50º comentário que insiro neste Blog.
Agora, passados quatro anos do primeiro comentário no Reflexões d'Hoje (criado, acima de tudo, como uma forma de "ver o que vem aí"), e depois de ter feito um rápido "viewing" sobre alguns deles, duas coisas me surgem de imediato à memória: a primeira, as palavras de um grande (enorme!, diria) "crítico construtivo" que tenho a honra de conhecer, que me desafiou (possivelmente sem o imaginar) para, na página de internet que tinha recentemente criado, "falar mais por mim, utilizando menos as palavras dos outros" (Obrigado Fernando Serra!), a segunda, que este espaço de auto-infligido prazer, se ficou a dever à necessidade que fui sentindo de "pôr cá fora" as coisas que me iam fazendo cabelos brancos.
Não sei se é lido. Não sei quem o lê. Não sei, sequer, se os que lêem concordam, discordam ou são imunes.
Também não sei que efeitos podem ter estas palavras nos outros.
Mas sei, isso sim, que este espaço me serve como um escape precioso e necessário. E além do mais, como está agora na moda, serve-me para "ter opinião" sobre tudo e sobre todos.
Só espero que, um dia, não sirva também para me cercearem o direito a ter uma!
Muito obrigado àqueles (acho que poucos!) que, de forma regular ou talvez não, aqui têm vindo dar "uma espreitadela"!
Agora, passados quatro anos do primeiro comentário no Reflexões d'Hoje (criado, acima de tudo, como uma forma de "ver o que vem aí"), e depois de ter feito um rápido "viewing" sobre alguns deles, duas coisas me surgem de imediato à memória: a primeira, as palavras de um grande (enorme!, diria) "crítico construtivo" que tenho a honra de conhecer, que me desafiou (possivelmente sem o imaginar) para, na página de internet que tinha recentemente criado, "falar mais por mim, utilizando menos as palavras dos outros" (Obrigado Fernando Serra!), a segunda, que este espaço de auto-infligido prazer, se ficou a dever à necessidade que fui sentindo de "pôr cá fora" as coisas que me iam fazendo cabelos brancos.
Não sei se é lido. Não sei quem o lê. Não sei, sequer, se os que lêem concordam, discordam ou são imunes.
Também não sei que efeitos podem ter estas palavras nos outros.
Mas sei, isso sim, que este espaço me serve como um escape precioso e necessário. E além do mais, como está agora na moda, serve-me para "ter opinião" sobre tudo e sobre todos.
Só espero que, um dia, não sirva também para me cercearem o direito a ter uma!
Muito obrigado àqueles (acho que poucos!) que, de forma regular ou talvez não, aqui têm vindo dar "uma espreitadela"!
1 de abril de 2008
A Identidade da Escola. Reflexões sobre uma reflexão
Mais uma vez, e nem sempre pelas melhores razões, a televisão pública dedica um programa de (pelo menos pretende-se que assim seja) grande audiência à escola (ou, neste caso, aos seus problemas!)
O mote foi a Indisciplina, ou no dizer do seu subtítulo: a Perda da Autoridade.
Mais uma vez, assisti a um debate interessante, mas que, invariavelmente, reteve muito ruído sobre a Educação. Nomeadamente para aqueles que (ou porque querem, ou porque os obrigam), estão fora do espaço proximal da relação educativa profissionalizada e ética, ou seja, todos aqueles que não estão, directamente, ligados à Escola.
Falou-se de muita(s) coisa(s), umas com maior e melhor direccionalidade e assertividade, outras com menor acuidade e proporcionalidade, mas falou-se. Isso sim. Falou-se!
E das muitas coisas que se disseram, uma delas, quase em jeito de conclusão, retive com maior empenho: falta à Escola (ou seja, às escolas) uma Identidade.
Concordo inteiramente. Também concordo que, como foi dito, parte desta Identidade nasce com uma liderança forte, com um projecto devidamente planeado e incorporado nas práticas, com um espaço de reflexão e compromisso entre todos os envolvidos e, sobretudo, com autonomia para o fazer.
E não falo de autonomia legal, económica e/ou financeira.
Falo, isso sim, de autonomia social, ética e cívica.
Mas, dessa, não estamos preparados para falar.
Retive também, nesse aspecto da autonomia que se precisa, que, casos como o da Escola da Ponte, ou do Agrupamento de Escolas de Vialonga, são considerados casos de sucesso, invejados e aplaudidos, plagiados ou citados.
Portanto, pergunto-me: se casos como este são (foram) possíveis de desenvolver (e deles obter sucesso) como referido, com a legislação em vigor, com as condicionantes que todos nós repetimos à exaustão (colocação de professores, desinteresse ministerial, condicionalismos sociais, etc., etc.) e com as pessoas (professores, alunos, famílias, etc.), porque é que estamos sempre a criticar a legislação, os sucessivos governos, as condições "deploráveis"?
Parece-me, neste caso, que se alguns foram capazes de fazer omoletes com os ovos que têm, então o problema não são os ovos nem a frigideira. Talvez seja do cozinheiro.
Por outro lado, e em outra pergunta: se todos nós reconhecemos que a sociedade está em mudança, que as crianças e jovens são "educadas pela televisão", não nos caberá a nós, pais e professores, chamarmos a responsabilidade desse facto? Não será competência nossa assumirmos o "controlo" das nossas vidas e as das gerações futuras?
Quanto a mim, apesar de se falar da televisão, penso como muito mais importante "olharmos" para a nova relação cognitiva (em rede), dependente de um conjunto complexo de novas formas de conhecer e compreender, instrumentalizadas (?) por um novo meio de comunicação de massas, mas eficaz e mais "presente" (a Internet) e, enquanto pais e professores, enfrentarmos, com segurança e consciência da sua pertinenência e adequabilidade a um "novo Mundo", esta nova relação social e geracional.
É que, também a este nível (autoridade Vs. disciplina), a certeza do Saber é um eficaz instrumento de respeito e liderança. Ou seja, continuar a ignorar a evidência é desprestigiante e, acima de tudo, redefine a hierarquia vigente.
No fundo, o que se conclui é que, para se ser respeitado (e, necessariamente, aceite como Líder e Autoridade) é imperioso que se Conheça (saiba, compreenda, aceite, reflicta, etc.).
Não necessariamente para se Saber Muito, mas para se Saber do quê (do que se fala, do que trata, do que é...)!
P.S. Sobre isto (e talvez por isso este post-scriptum), como formador na área das chamadas TIC, continuo a não compreender nem respeitar que, apesar de, nas nossas escolas se assistir a um quase completo estado de "analfabetismo funcional" (Ponte, J. P. (1998). Novas tecnologias, novos desafios na formação de professores. In A sociedade de informação na escola (pp. 171-176). Lisboa: Conselho Nacional de Educação) por parte de um dos importantes parceiros da educação - professores -, cursos como os por mim ministrados (e com acreditação pelo CCFCP e "organizados" pelo CRIE) não se realizem por "falta de formandos". É triste!
O mote foi a Indisciplina, ou no dizer do seu subtítulo: a Perda da Autoridade.
Mais uma vez, assisti a um debate interessante, mas que, invariavelmente, reteve muito ruído sobre a Educação. Nomeadamente para aqueles que (ou porque querem, ou porque os obrigam), estão fora do espaço proximal da relação educativa profissionalizada e ética, ou seja, todos aqueles que não estão, directamente, ligados à Escola.
Falou-se de muita(s) coisa(s), umas com maior e melhor direccionalidade e assertividade, outras com menor acuidade e proporcionalidade, mas falou-se. Isso sim. Falou-se!
E das muitas coisas que se disseram, uma delas, quase em jeito de conclusão, retive com maior empenho: falta à Escola (ou seja, às escolas) uma Identidade.
Concordo inteiramente. Também concordo que, como foi dito, parte desta Identidade nasce com uma liderança forte, com um projecto devidamente planeado e incorporado nas práticas, com um espaço de reflexão e compromisso entre todos os envolvidos e, sobretudo, com autonomia para o fazer.
E não falo de autonomia legal, económica e/ou financeira.
Falo, isso sim, de autonomia social, ética e cívica.
Mas, dessa, não estamos preparados para falar.
Retive também, nesse aspecto da autonomia que se precisa, que, casos como o da Escola da Ponte, ou do Agrupamento de Escolas de Vialonga, são considerados casos de sucesso, invejados e aplaudidos, plagiados ou citados.
Portanto, pergunto-me: se casos como este são (foram) possíveis de desenvolver (e deles obter sucesso) como referido, com a legislação em vigor, com as condicionantes que todos nós repetimos à exaustão (colocação de professores, desinteresse ministerial, condicionalismos sociais, etc., etc.) e com as pessoas (professores, alunos, famílias, etc.), porque é que estamos sempre a criticar a legislação, os sucessivos governos, as condições "deploráveis"?
Parece-me, neste caso, que se alguns foram capazes de fazer omoletes com os ovos que têm, então o problema não são os ovos nem a frigideira. Talvez seja do cozinheiro.
Por outro lado, e em outra pergunta: se todos nós reconhecemos que a sociedade está em mudança, que as crianças e jovens são "educadas pela televisão", não nos caberá a nós, pais e professores, chamarmos a responsabilidade desse facto? Não será competência nossa assumirmos o "controlo" das nossas vidas e as das gerações futuras?
Quanto a mim, apesar de se falar da televisão, penso como muito mais importante "olharmos" para a nova relação cognitiva (em rede), dependente de um conjunto complexo de novas formas de conhecer e compreender, instrumentalizadas (?) por um novo meio de comunicação de massas, mas eficaz e mais "presente" (a Internet) e, enquanto pais e professores, enfrentarmos, com segurança e consciência da sua pertinenência e adequabilidade a um "novo Mundo", esta nova relação social e geracional.
É que, também a este nível (autoridade Vs. disciplina), a certeza do Saber é um eficaz instrumento de respeito e liderança. Ou seja, continuar a ignorar a evidência é desprestigiante e, acima de tudo, redefine a hierarquia vigente.
No fundo, o que se conclui é que, para se ser respeitado (e, necessariamente, aceite como Líder e Autoridade) é imperioso que se Conheça (saiba, compreenda, aceite, reflicta, etc.).
Não necessariamente para se Saber Muito, mas para se Saber do quê (do que se fala, do que trata, do que é...)!
P.S. Sobre isto (e talvez por isso este post-scriptum), como formador na área das chamadas TIC, continuo a não compreender nem respeitar que, apesar de, nas nossas escolas se assistir a um quase completo estado de "analfabetismo funcional" (Ponte, J. P. (1998). Novas tecnologias, novos desafios na formação de professores. In A sociedade de informação na escola (pp. 171-176). Lisboa: Conselho Nacional de Educação) por parte de um dos importantes parceiros da educação - professores -, cursos como os por mim ministrados (e com acreditação pelo CCFCP e "organizados" pelo CRIE) não se realizem por "falta de formandos". É triste!
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