O que é isto da Autonomia???. É um conceito complexo de entender.
E sinto que a coisa vai ficar, cada vez, mais preta. Por um lado, o ME quer dar às escolas e professores autonomia, por outro, as escolas e os professores não a querem receber. A desculpa, invariavelmente, é que "esta" autonomia implica receber menos dinheiro, e, logo, ter menos capacidade de “fazer coisas”.
Mas isso é uma falsa questão.
E é essa a ideia que nos vendem e que nós, sem querer e sem saber (ou seja, sem ler!) aceitamos como única.
Mas, desculpem-me a intrusão, o que o termo “autonomia” (em educação) pressupõe é que as escolas persigam objectivos de Qualidade, e que vivam disso!.
Estamos constantemente importar modelos do estrangeiro, maior parte das vezes sem os testarmos ou conhecermos bem, mas eis um exemplo simples que pode pôr algumas cabeças a pensar:
Na Suécia, por exemplo, ao nível do Secundário as escolas são, efectivamente, autónomas, quase como colégios privados. Não nos podemos esquecer, contudo, que o país está dividido em regiões administrativas (“län, em sueco”) e que cada região é competente em termos educacionais, desde, é claro, que respeite as orientações nacionais.
Nesse país, cada escola "especializou-se" numa área ou num conteúdo específico (sem menosprezar todos os outros. Por exemplo, estive, Falun (na região de Dalarna) onde, no ano anterior à minha estadia, tinham tido lugar os Jogos Olímpicos de Inverno.
Toda a cidade construiu espaços e equipamentos de raiz: desportivos, sociais, culturais, residenciais, etc. Neste caso concreto, a escola secundária ficou a "tomar" conta de alguns dos espaços e equipamentos, com competência para os rentabilizar no pressuposto educativo. O que acabou por acontecer é que, a escola secundária de Falun funciona, actualmente, como uma espécie de Universidade de desporto de nível secundário, tendo-se especializado, por exemplo, na formação de atletas mas também de técnicos desportivos e outros agentes do desporto. Alguns dos melhores (e actuais) campeões da Suécia fazem (ou fizeram) o ensino secundário lá...
Claro está que este tipo de escola tem muitos apoios: de marcas desportivas, de empresas desportivas, de entidades estatais...
Mas, assim é possível atingir alguma autonomia, quanto muito porque os resultados obtidos com a formação e a educação convertem-se em créditos financeiros capazes de suportar investimentos globais (da Escola).
Paralelamente, os “gestores” são equipas constituídas por docentes, não docentes e gestores profissionais (em Conselhos Directivos que têm até cinco pessoas).
Comparativamente, em Portugal, queixamo-nos do estado mas depois queremos ser dependentes do Estado!!!!
Não sei se será só receio da mudança.
Hoje ao almoço uma colega minha dizia que "Cada vez há menos Professores e cada vez há mais Técnicos de Educação", pode parecer rebuscado, mas é mesmo isto. Há cada vez mais pessoas (nem me digno a chamar-lhes professores) para quem dar uma aula é "seguir o que está no manual"...
E são estas “pessoas” que nós temos eleito para os Conselhos Executivos…
No fundo, a culpa é (também) nossa, individual e colectivamente.
A nossa história mostra-nos que, como cidadãos, optamos pela opção de “não nos querermos envolver", ou "isso é para os outros", mas depois acabámos por escolher os mais incompetentes.
E não só os que são mais incompetentes na gestão da "coisa pública" como os incompetentes na Sala de Aula (que nós pensámos que era melhor retirar da sala, a bem das crianças)...
Pensemos um bocadinho nisto, agora que se aproximam as “nomeações” dos Directores.
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1 comentário:
olá ! sempre ficaste na póvoa ?
bom ano !
bji celeste
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