4 de junho de 2007

Melhorias, ou talvez não?...

Hoje deu tudo em doido. Toda a gente faz contas: pontos daqui, pontos dali, pontos dacolá...
Estiveram anos e anos a obrigar-se a cumprir o calendário e agora deu-lhes para justificar tudo e mais alguma coisa...
Se calhar é melhor ver se aquele beijinho que deram na mão do Papa também vale pontos.
Estou assustado. Estou assustado porque sinto que, de acordo com estas orientações, há muito boa gente que vai estar no poleiro a cantar de Galo e, sinceramente, não acho que o mereçam!
Espero bem que esta (re)classificação não traga ainda mais problemas à Educação.
Um dia destes li, na Visão, um comentário que achei muito pertinente: dizia alguém que, ao longo destes últimos anos, foram alguns dos professores que, nas escolas, sustentaram Clubes e Projectos (de Música, de Cinema, de Jornalismo, Língua, etc.), muitas vezes pagando dos seus próprios bolsos as despesas, que mantiveram o interesse pela escola em centenas (senão milhares) de crianças e jovens para quem, se assim não fosse, desmotivariam ainda mais.
Contudo, esses dedicados professores, bem se tramam agora. Nem um pontinho!
Não posso estar mais de acordo com esse texto da Visão.
Todos os grandes estudos nacionais e internacionais sobre a Qualidade da Educação e da Escola referem, vezes sem conta, que a escola tem de se aproximar dos interesses dos alunos através de estratégias alternativas que os motivem e integrem. Muitos professores, ao longo do tempo, leram inteligentemente esses estudos e passaram-nos à prática e agora... agora vêem o seu tempo completamente desperdiçado e ignorado.
E que justiça a de voltar a valorizar a ascensão académica (Mestrados, Doutoramentos, etc.) quando esses graus académicos já foram, uma vez, recompensados?
Nada tenho a opor à progressão académica e individual dos docentes, mas para quem proclama que se "deve recompensar o trabalho, nas aulas, com os alunos", não me parece a forma mais eficaz de definir regras para um Concurso para Professor Titular.
E a estes que agora ascendam ao nível seguinte, continuar-se-á a avaliar a suas práticas? E se não corresponderem, serão despromovidos?
Estas são algumas das interrogações que veria, com gosto, respondidas.

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