Pois é, as férias, essa coisa absurda que os empregadores insistem em apresentar como uma benesse por eles oferecida, como se de uma especial atenção (e um favor) se tratasse, estão a acabar por este ano (pelo menos para mim!).
E o que é facto é que, esse tempo ao qual damos tanta importância e relevo (dizem os especialistas que é fundamental para a reposição dos níveis de equílibrio físico, emocional e psíquico dos indíviduos), já não é o que era.
Para quem, como eu, escolheu, entre outros destinos, o Algarve, bem pode desejar um ano pouco intenso, descansado e equilibrado, pois para esses, as férias de nada serviram.
O Algarve descaracterizado e desorganizado não permite uma efectiva pausa para reposição de níveis de equilíbrio.
As praias sujas e de díficil acesso, o estacionamento desregulado e selvagem, as construções feias e egoístas, o desarranjo urbanístico e, acima de tudo, a manutenção do estado de graça do típico "chico-esperto" português (se bem que por vezes ouvem-se "chicos-espertos" a falar outras línguas) contribuiram para a degradação efectiva do litoral algarvio.
Estas palavras, como é de ver, juntam-se a milhares de outras palavras no mesmo sentido, mas, apesar disso, sinto esta premente necessidade de deixar escrita esta minha sensação de impotência.
De que me serviu reclamar (oficialmente) das condições apresentadas por um concessionário de praia que oferece casas de banho públicas comparadas a estrumeiras, sem acesso para defecientes e que cobrava os bens e os serviços que oferecia a, pelo menos, mais 30% do seu real valor?
De que me serviu ter feito notar que, numa mesma praia, as duas bandeiras de sinalização apresentavam cores diferentes (amarela e verde) e o Nadador-Salvador esteve, durante toda a manhã em alegre cavaqueira com uns turistas e de costas voltadas para o mar?
De que serviu ter juntado os restos de embalagens que alguns incautos veraneantes deixaram no areal, quando, ao tentar depositá-los no recipiente respectivo, este transbordava e tinha já embalagens no chão, à volta (apesar de serem ainda 10 horas da manhã)?
O descanso preconizado para as férias não acontece quando se escolhe o Algarve, mas, por mais que o diga, nunca será demais fazer notar que poderia ser bem melhor, desde que, para isso, todos nós nos obrigassemos a ser exigentes, implacáveis e cumpridores...
...mas quem não tem telhados de vidro, não é?
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1 comentário:
Tendo em conta o ritmo a que estamos sujeitos diaramente, umas férias dignas desse nome pressupõem um afastamento total (ou quase total) da agitação urbana. Sem filas, sem correrias, sem preocupações com estacionamento, sem multidões...
Por outro lado é sempre agradável olhar ao nosso redor e contemplar uma paisagem deslumbrante e serena onde tudo parece estar "arrumadinho" ao pormenor (como se de uma pintura se tratasse). E se a isso pudéssemos juntar pessoas agradáveis, simpáticas e competentes... Como seria perfeito!
Um bom início de ano lectivo! :)
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