Serve este post para, essencialmente, saudar a medida de distribuição, a baixo custo, de computadores portáteis a professores e alunos.
Há algum tempo (algures em 1998), escrevi, num artigo publicado numa revista da especialidade, que a mais adequada forma de levar os portugueses a aceitar e integrar as práticas ditas teconlógicas na sua vida quotidiana era, à imagem do que se passara então com os telemóveis, generalizar o seu acesso ao hardware (e também ao software) de forma a que, pela simples proximidade, se criasse o desejo e a vontade de fazer.
Servi-me, como exemplo, da generalização e massificação dos terminais de telefonia móvel (ou seja, dos telemóveis), no qual as operadoras apostaram, e com enorme sucesso.
Após esse artigo, recebi algumas críticas que, em alguns casos, estavam cheias de razão: "que formação daí adviria", "que uso efectivo", "que integração seria seguida pela Escola"...
Reconheço que essas críticas me levaram a pensar seriamente na questão, e, mais ainda porque algumas delas vieram de pessoas que respeito nesta área.
Mas, apesar dessa reflexão, continuei a admitir o princípio como um bom princípio, desde que, se pensasse nessas questões (nas críticas).
Agora, passados alguns anos, e integrada num plano ambicioso, eis que chega a medida de generalização dos computadores (e ainda por mais portáteis) encabeçada pelo Governo que tanto tem andado "nas bocas do mundo".
E o que eu vi, nas Escolas (em todas as Escolas), foram os professores a correr para requerer um dos milhares de computadores, a solicitar códigos e impacientes por "nunca mais chegar" o prometido terminal...
Ao serem questionados sobre a efectiva vontade de utilização destes equipamentos, alguns deles responderam: "o meu filho está a precisar de um computador novo", ou "eu não sei para o que serve, mas pelo preço...", ou ainda "...logo se vê. O que é importante é ter um..."
Por aqui se poderá espreitar um pouco do caminho que ainda deve ser feito.
Tal como me chegaram críticas há uns anos, eu agora mantenho-as: que formação faremos de agora em diante? que respostas efectivas devemos esperar nas práticas docentes? como é que vamos readaptar as nossas práticas lectivas a este plano ambicioso?
Não nos podemos esquecer que, nesta equação (alunos+professores+computadores), os alunos possuem já uma proficiência que os docentes ainda não têm.
E se alguns dos primeiros já se sentiam desmotivados, como ficaremos agora?
De qualquer forma, como costumo referir em algumas acções de formação: "se aprendemos a utilizar o cartão multibanco e o telemóvel, de certeza que aprenderemos a utilizar o computador"...
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