Parece que agora tudo gira em volta do Natal.
Até mesmo os que se apresentam como "republicanos e laicos" correm atrás das peças para o presépio.
Sinto mesmo que já ninguém pensa no que faz. Faz-se e pronto!
O que é preciso é fazer.
Cada vez mais o mundo é do "fazer", e do "fazer sem pensar".
Será que é isto que queremos para os nossos filhos?
Que eles se limitem a fazer? a construir? a elaborar?
E onde fica o tempo para estabelecer uma relação? Para pensar e retirar da vida o prazer e o proveito de ouvir uma peça musical, sentir um aroma, observar (e sentir) uma pintura que "fala" connosco?
Há uns anos, um professor meu dizia que "pensava a 1000 à hora e falava a 5 à hora!". Como o respeito cada vez mais!
Valorizamos cada vez menos a capacidade de reflectir, de analisar antes de agir, de encontrar soluções antes de experimentar.
Será que já nem sequer gostamos de sentir o prazer de saborear um momento?
Este meu discurso, é, aos olhos da generalidade das pessoas, um discurso oco e sem fundamento. Mas creiam-me que não é novo. Debato-me, constantemente, com esta espécie de completa dormência social que impede valorizar os que pensam, em detrimento dos que fazem.
São muitos os exemplos deste meu receio: a incapacidade de planearmos, de projectarmos, inclusivamente, a nossa vida (os bancos, e os seus créditos mal-parados e o endividamento da famílias, infelizmente, dão-me alguma razão), a incapacidade de respeitarmos quem faz escolhas diferentes das nossas (por ter dedicado algum tempo à sua análise) ou a exigência de "velocidade" na acção, estrangulam-nos e, por vezes, destroem-nos.
E ainda nos damos ao trabalho de "gastar tempo" a discutir a "Avaliação". Avaliar para quê? Para deixar tudo na mesma?
O que é preciso avaliar, realmente, é este nosso comportamento que nos aproxima do precipício. Esta forma de acreditar que é fazendo que chegamos lá não nos pode ser benéfica.
Pensemos nisso.
28 de novembro de 2007
27 de novembro de 2007
Condutores???...
Só um breve (brevíssimo, talvez) comentário:
Já repararam (ou reparámos todos) que, mesmo nas missões internacionais, só morremos de acidente de viação?
Algo está mesmo muito mal quando a publicidade de um automóvel (actualmente a passar nas TVs e na rádio) anuncia, para apresentar as "excepcionais qualidades de segurança" do dito, o número de mortos na estrada em Portugal no último ano....
Ele há coisas assim.
Continuo a referir (fazendo uma ligação a um artigo que, há uns anos fiz publicar com o nome sugestivo de "Porque é que os polícias se escondem atrás das moitas?") que é tudo uma questão de Educação.
Mas Educação mesmo!
Já repararam (ou reparámos todos) que, mesmo nas missões internacionais, só morremos de acidente de viação?
Algo está mesmo muito mal quando a publicidade de um automóvel (actualmente a passar nas TVs e na rádio) anuncia, para apresentar as "excepcionais qualidades de segurança" do dito, o número de mortos na estrada em Portugal no último ano....
Ele há coisas assim.
Continuo a referir (fazendo uma ligação a um artigo que, há uns anos fiz publicar com o nome sugestivo de "Porque é que os polícias se escondem atrás das moitas?") que é tudo uma questão de Educação.
Mas Educação mesmo!
13 de novembro de 2007
Melhores Professores
Estive hoje (e desculpem-me a presunção) na apresentação dos seleccionados para o Prémio Nacional de Professores como nomeado para uma das categorias.
Apesar de não ter passado a fase da nomeação, sinto-me como um vencedor, pois só a união de todos nós poderá contribuir para que nos respeitem e que nos (re)conheçam, e o mérito, esse, é merecido por quem o persegue.
Devo dizer, desde já, que apoio incondicionalmente a promoção do mérito em todas as actividades, sejam elas quais forem.
Devo também dizer que, o facto de ter sido nomeado me congratula, acima de tudo porque, sendo educador de infância, a minha nomeação, ao nível da escola que represento, é também a nomeação das práticas e do trabalho desenvolvido neste nível de ensino.
Desde já agradeço o carinho e atenção que foram dados, por todos, a este processo de nomeação, especialmente aos órgãos de gestão do Agrupamento que, dessa forma, se mostraram disponíveis para apoiar e, acima de tudo, promover a reflexão e a avaliação das práticas, com especial atenção ao que desenvolvemos no pré-escolar.
Fui com muito agrado que acompanhei a apresentação dos seleccionados e que me orgulho da nomeação de docentes que, espero eu, passarão a "andar nas bocas do Mundo".
Espero, sinceramente, que este prémio possa vir a ser um espaço "normalizado" onde as práticas de qualidade venham a ser escalpelizadas e apresentadas à comunidade em geral e que, acima de tudo, venham a mostrar o que de muito bom se faz na educação.
Parabéns a todos os docentes, pois a eleição de um entre muitos para nos representar é, acima de tudo, uma vitória de todos nós.
E o que fazemos é Importante!
Apesar de não ter passado a fase da nomeação, sinto-me como um vencedor, pois só a união de todos nós poderá contribuir para que nos respeitem e que nos (re)conheçam, e o mérito, esse, é merecido por quem o persegue.
Devo dizer, desde já, que apoio incondicionalmente a promoção do mérito em todas as actividades, sejam elas quais forem.
Devo também dizer que, o facto de ter sido nomeado me congratula, acima de tudo porque, sendo educador de infância, a minha nomeação, ao nível da escola que represento, é também a nomeação das práticas e do trabalho desenvolvido neste nível de ensino.
Desde já agradeço o carinho e atenção que foram dados, por todos, a este processo de nomeação, especialmente aos órgãos de gestão do Agrupamento que, dessa forma, se mostraram disponíveis para apoiar e, acima de tudo, promover a reflexão e a avaliação das práticas, com especial atenção ao que desenvolvemos no pré-escolar.
Fui com muito agrado que acompanhei a apresentação dos seleccionados e que me orgulho da nomeação de docentes que, espero eu, passarão a "andar nas bocas do Mundo".
Espero, sinceramente, que este prémio possa vir a ser um espaço "normalizado" onde as práticas de qualidade venham a ser escalpelizadas e apresentadas à comunidade em geral e que, acima de tudo, venham a mostrar o que de muito bom se faz na educação.
Parabéns a todos os docentes, pois a eleição de um entre muitos para nos representar é, acima de tudo, uma vitória de todos nós.
E o que fazemos é Importante!
3 de novembro de 2007
Referendos...
Pois é.
Parece que nasceu o novo tabu. Este servirá para manter anestesiado o país até às épocas festivas do Natal. Ou talvez mais adiante.
Agora a questão "proibida" prende-se com o fazer (ou não) um Referendo ao Tratado de Lisboa (ou Reformador, ou Constitucional, ou lá o que é....)!
A pergunta que se tem colocado é: Será que o nosso Primeiro-Ministro cede ou não à sua própria promessa de vir a fazer um Referendo à integração europeia, tenha ela por forma um Tratado ou outra qualquer dinâmica de organização?
Esta é, quanto a mim, a falsa pergunta.
Por um lado, os anos que nós levamos já de integração europeia têm-nos mostrado que não será essa a questão principal. Neste momento, com todo o desenvolvimento (sustentado ou não) que a integração europeia nos permitiu, com a efectiva criação de riqueza (e não, não estou a falar de cada um de nós!), com o crescimento social, cultural, académico e mesmo económico, não faz sentido falarmos de referendar a integração europeia. Pura e simplesmente, não faz!
Se, por outro lado, o que se pretende é referendar o Tratado em si, há algumas questões que deverão ser equacionadas:
1. Será que nós, portugueses e europeus, conhecemos, em pormenor, o que está escrito neste Tratado?
2. Será que nós, portugueses e europeus sabemos o que, realmente, está escrito em outros Tratados que regulam a dimensão europeia?
3. Será que alguém, de entre nós, portugueses e europeus, se dará sequer ao trabalho de os ler e de reflectir nos efectivos efeitos da integração europeia? e, por último,
4. Será que, entre nós, portugueses e europeus, existe alguém que sinta que, com o seu voto num referendo, vai, efectivamente, mudar este estado de coisas?
Não me parece. Sinceramente que não!
Mas há, em relação a este possível referendo, algumas outras questões a reflectir:
Se os dois maiores partidos portugueses já mostraram o seu acordo face ao texto (afinal sempre houve alguns portugueses e europeus que o leram!) e se, sabendo nós, votarão a favor num hipotético referendo, porque será que se pretende gastar tanto dinheiro num acto que, tendo em conta a nossa história recente, será tão pouco participado?
Para quê mobilizar tantos recursos (materiais e humanos) na organização e execução de um referendo que tem, além do resultado final anunciado, um preço exorbitante e, além do mais, não definirá uma nova linha de intervenção europeia por parte dos líderes que elegemos?
Não tenho resposta para todas estas perguntas, mas por uma questão de consciência social, serei o primeiro a opor-me à realização de um referendo sobre o Tratado de Lisboa.
Não pela questão europeia em si, mas sim pelo alto preço (financeiro) que esse referendo terá.
Nem parece que andamos a apertar o cinto há tanto tempo...
Parece que nasceu o novo tabu. Este servirá para manter anestesiado o país até às épocas festivas do Natal. Ou talvez mais adiante.
Agora a questão "proibida" prende-se com o fazer (ou não) um Referendo ao Tratado de Lisboa (ou Reformador, ou Constitucional, ou lá o que é....)!
A pergunta que se tem colocado é: Será que o nosso Primeiro-Ministro cede ou não à sua própria promessa de vir a fazer um Referendo à integração europeia, tenha ela por forma um Tratado ou outra qualquer dinâmica de organização?
Esta é, quanto a mim, a falsa pergunta.
Por um lado, os anos que nós levamos já de integração europeia têm-nos mostrado que não será essa a questão principal. Neste momento, com todo o desenvolvimento (sustentado ou não) que a integração europeia nos permitiu, com a efectiva criação de riqueza (e não, não estou a falar de cada um de nós!), com o crescimento social, cultural, académico e mesmo económico, não faz sentido falarmos de referendar a integração europeia. Pura e simplesmente, não faz!
Se, por outro lado, o que se pretende é referendar o Tratado em si, há algumas questões que deverão ser equacionadas:
1. Será que nós, portugueses e europeus, conhecemos, em pormenor, o que está escrito neste Tratado?
2. Será que nós, portugueses e europeus sabemos o que, realmente, está escrito em outros Tratados que regulam a dimensão europeia?
3. Será que alguém, de entre nós, portugueses e europeus, se dará sequer ao trabalho de os ler e de reflectir nos efectivos efeitos da integração europeia? e, por último,
4. Será que, entre nós, portugueses e europeus, existe alguém que sinta que, com o seu voto num referendo, vai, efectivamente, mudar este estado de coisas?
Não me parece. Sinceramente que não!
Mas há, em relação a este possível referendo, algumas outras questões a reflectir:
Se os dois maiores partidos portugueses já mostraram o seu acordo face ao texto (afinal sempre houve alguns portugueses e europeus que o leram!) e se, sabendo nós, votarão a favor num hipotético referendo, porque será que se pretende gastar tanto dinheiro num acto que, tendo em conta a nossa história recente, será tão pouco participado?
Para quê mobilizar tantos recursos (materiais e humanos) na organização e execução de um referendo que tem, além do resultado final anunciado, um preço exorbitante e, além do mais, não definirá uma nova linha de intervenção europeia por parte dos líderes que elegemos?
Não tenho resposta para todas estas perguntas, mas por uma questão de consciência social, serei o primeiro a opor-me à realização de um referendo sobre o Tratado de Lisboa.
Não pela questão europeia em si, mas sim pelo alto preço (financeiro) que esse referendo terá.
Nem parece que andamos a apertar o cinto há tanto tempo...
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