Parece que agora tudo gira em volta do Natal.
Até mesmo os que se apresentam como "republicanos e laicos" correm atrás das peças para o presépio.
Sinto mesmo que já ninguém pensa no que faz. Faz-se e pronto!
O que é preciso é fazer.
Cada vez mais o mundo é do "fazer", e do "fazer sem pensar".
Será que é isto que queremos para os nossos filhos?
Que eles se limitem a fazer? a construir? a elaborar?
E onde fica o tempo para estabelecer uma relação? Para pensar e retirar da vida o prazer e o proveito de ouvir uma peça musical, sentir um aroma, observar (e sentir) uma pintura que "fala" connosco?
Há uns anos, um professor meu dizia que "pensava a 1000 à hora e falava a 5 à hora!". Como o respeito cada vez mais!
Valorizamos cada vez menos a capacidade de reflectir, de analisar antes de agir, de encontrar soluções antes de experimentar.
Será que já nem sequer gostamos de sentir o prazer de saborear um momento?
Este meu discurso, é, aos olhos da generalidade das pessoas, um discurso oco e sem fundamento. Mas creiam-me que não é novo. Debato-me, constantemente, com esta espécie de completa dormência social que impede valorizar os que pensam, em detrimento dos que fazem.
São muitos os exemplos deste meu receio: a incapacidade de planearmos, de projectarmos, inclusivamente, a nossa vida (os bancos, e os seus créditos mal-parados e o endividamento da famílias, infelizmente, dão-me alguma razão), a incapacidade de respeitarmos quem faz escolhas diferentes das nossas (por ter dedicado algum tempo à sua análise) ou a exigência de "velocidade" na acção, estrangulam-nos e, por vezes, destroem-nos.
E ainda nos damos ao trabalho de "gastar tempo" a discutir a "Avaliação". Avaliar para quê? Para deixar tudo na mesma?
O que é preciso avaliar, realmente, é este nosso comportamento que nos aproxima do precipício. Esta forma de acreditar que é fazendo que chegamos lá não nos pode ser benéfica.
Pensemos nisso.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário