10 de maio de 2009

O que nos espera?...

Estamos, neste momento, em todo o país, a proceder à eleição (em quase todos os Agrupamentos) dessa nova figura institucional que, no dizer de muitos, se baseia numa ideia antiga (de muitos anos) da imagem de rigor, exigência e autoridade.
O Director, essa figura agora "reconquistada" no Decreto-Lei 75/2008, vem, penso eu, trazer consigo a intenção de "devolver à Escola" a vontade e a legitimidade de decidir no interesse da comunidade e do país.
Algures, no preâmbulo da referida lei, diz-se que se pretende aumentar o espaço de participação da comunidade bem como aumentar a capacidade de decisão do órgão de gestão executivo.
Não discordo de que assim possa ser.
Mas assusto-me, desde já, com a própria arbitrariedade do processo de eleição dessa mesma figura legítima.
Diz também a lei que o Conselho Geral Transitório (CGT) tem como função "preparar" o processo eleitoral para a escolha de um Director apenas se se esgotarem os prazos devidamente fixados. Essa era "apenas" a terceira das obrigações do CGT, depois de "actualizar o Regulamento Interno" e "preparar a eleição do Conselho Geral definitivo". Eis que surge, concomitantemente, um despacho ministerial dando poderes aos CGT para proceder à "eleição" dos referidos.
E aqui, começa, penso eu, a história...
Há cerca de uma ano os docentes manifestaram-se, e em grande número, contra a discricionidade do Ministério da Educação e contra aquilo que achavam injusto e incorrecto que, na sua base, era a aprovação de um "esquema" de avaliação de desempenho incapaz.
Depois manifestaram-se contra um estatuto de carreira que se apresentava como incongruente e que servia de base a "atrocidades" que "aí vinham"...!
E agora, não há, sequer um (pelo menos que eu saiba!) CGT que se tenha insurgido contra o tal despacho que "engana" todos aqueles que elegeram um Conselho que "iria preparar a eleição do Director"...
Que legitimidade têm para eleger o Director?
Não votei neles para eleger o director. Apenas para que "preparassem o caminho"!
E acho que o que cada um dos "nossos" representantes deveria ter feito era apresentar a demissão assim que o despacho viu a luz do dia...
Mas, daqui a uns meses, todos faremos manifestações... Ou talvez não!
Porque se calhar, os que aceitaram este "modelo" de eleição de director talvez possam vir a ser "recompensados"...
É esta a situação que vivemos: somos culpados dos nossos próprios actos!
E assim continuará a ser...
Por isso, que venham mais manifestações e outras "insurgências" como greves e "dias negros". Porque "enquanto o povo andar distraído, avançaremos com o progresso!"...

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria de começar por referir que a legitimidade dos CGT em eleger o/a Director/a está consagrada na Lei. não sei o que pretende mais.
Em segundo, o seu juízo de valor é de puro preconceito, generalista e manifestamente pouco democrático, não me parecendo que seja o mais importante em todo este processo.