2 de abril de 2010

Às vezes...

Às vezes, achamos que "tudo está mal!".
Outras, julgamos que "está tudo contra nós!".
Na maior parte das vezes, fingimos acreditar que há como que uma "ordem geral" que define o nosso passado, age no nosso presente e condiciona o nosso futuro.
Mas, invariavelmente, acreditamos na "sorte" e no "acaso".
Porque em Educação o "acaso" e a "sorte" são conceitos pouco compreensíveis, perdemos bastante tempo a achar que "não nos é possível" fazer a mudança.
Mudar implica, antes de mais, acreditar. Acreditar que é possível.
Claro está que, para compreendermos a possibilidade de mudar temos de nos tornar proactivos e geradores da mudança. Das pequenas mudanças.
Saído recentemente de uma reunião de docentes, e apesar dos assuntos "escalpelizados", e das propostas de mudança, ficou-me nítida a sensação de que, para mudar, não basta querer. É necessário acreditar na mudança.
A atitude passiva, o discurso destrutivo ou desadequado, a opinião inconsequente, a reflexão oca são, infelizmente, "notas" importantes em reuniões de e com docentes.
Por mais que exista quem, de forma sincera, opte por uma atitude disruptiva e consequente com as suas práticas, tende-se a desvalorizar o benefício da mudança em nome de uma determinada "forma de fazer".
Até quando?
Até quando continuaremos a "fazer de conta" que o Bullying (por exemplo) ou a Indisciplina, ou a incapacidade de aprender não é só "culpa" dos outros?
Quando é que chegaremos à conclusão de que, enquanto docentes, somos também, de certa forma, culpados...
E não teremos de mudar?

1 comentário:

voo do tapete disse...

Das tuas palavras ficou-me:

"Mudar, acreditar.
Acreditar que é possível…
… tornar-nos proactivos e geradores da mudança. As pequenas mudanças.
… de forma sincera, optar por"

Como dizias, sempre que acreditamos, queremos e fazemos acontecer.

Então, talvez valesse a pena que todos e cada um reflectissem como continuamos a permitir-nos, por exemplo, estar horas e horas em reuniões em que nunca há o espaço de construção da mudança, concretizada em pequenos passos, como dizes.

Porque é em pequenas coisas que vamos aprendendo a sonhar e a construir…
E nesse processo empenhado, vivo, criativo, são essas pequenas mudanças que tornam os dias grandes, os projectos realizáveis, os recursos reinventados, as parcerias fortes e entrosadas…

E só desta forma todos, os que sonham e os que são usufrutuários desses sonhos, crescem e engrandecem na sua experiência humana e nas suas competências para uma vida realizada e plena.

Como tu, faço a pergunta: então porque não instalamos de vez as condições para que a mudança se instale?

Ana