A pergunta que faço, no título deste post, deve-se às experiências que me foram concedidas neste período de férias.
Por opção (forçada, mas opção), dediquei estes (poucos) dias de descanso profissional a "visitar" o que por cá temos. Devo dizer, antes de mais, que me orgulho de conhecer bastante bem o nosso país (que desde cedo escolhi conhecer) e, em alguns casos, o que optei por fazer este ano foi "revisitar" alguns sítios que não visitava há bastante tempo.
Apesar de ter começado por locais tão distantes como Caminha ou Sobral de Monte Agraço (só para lá chegar foram quase 45 minutos!), o que me chocou mais foi mesmo visitar o Castelo de S. Jorge.
Começando: já não ia visitar o local há cerca de dez anos. As memórias que dele tinham eram, apesar disso, bastante presentes. Lembrava-o como um local interessante mas um tudo nada "parado". Ou seja: um local que merece uma visita esporádica, nesse intervalo de tempo. É interessante "ver" Lisboa desse ângulo...
O que não esperava era que me pedissem sete euros (!) para aceder ao seu interior. E ainda menos esperava que se mantivesse tudo (mas absolutamente tudo!) na mesma.
É inacreditável o elevado preço para nem sequer existirem umas placas descritivas, ou algum tipo de animação, ou mesmo algo por que o preço valha...
Começa tudo na bilheteira: um conjunto de diferentes "modelos" de bilhete (com exclusão de professores que, como eu, pretendam, também, preparar uma possível visita pedagógica com os seus alunos), no qual apenas os residentes no Concelho de Lisboa têm entrada gratuita (azar o meu que resido em Odivelas!). Dos muitos "tipos" de bilhetes, nem um que pudesse "favorecer" um visitante como eu: que até convidei uns amigos para me acompanharem, e, por isso, senti-me na obrigação de lhes pagar a entrada...
Depois, lá dentro, uma imensa pobreza paisagística: apenas as fabulosas vistas de Lisboa (que, contudo, são igualmente esplendorosas a partir do "gratuito" Jardim do Príncipe Real), mas tudo o resto, decididamente, inócuo e repetitivo. O castelo de Beja, apesar de despojado de "animação", está bem melhor. E a visita é gratuita.
Por último, apenas uma esplanada (integrada no restaurante do local) onde me pediram dois euros por uma garrafa de água de 33cl...
Mas para acabar em grande, a visita pelo bairro do Castelo (que me mostrou um Teatro Romano cada vez mais votado ao abandono), grosso modo, mal cuidado e pouco "turístico (com o miradouro João Castilho votado ao abandono e à degradação) culminou no pagamento da módica quantia de 4.90€ de parque, por duas horas de "visita"...
Tudo somado, o dia saiu-me por muito mais do que uma diária na República Dominicana na tarifa "tudo incluído"... E no Castelo de S. Jorge nem sequer passei a noite...
Não fossem as "mais-valias" de um "passeio" a Caminha, onde ainda é possível aproveitar, quase gratuitamente, das excelentes condições de visita e animação (além de óptimas paisagens, cuidadas e mantidas), o "ir para fora cá dentro" deixaria muito a desejar... (e nem falo no Algarve, em Torres Vedras ou no Cartaxo, por onde também andei...).
Se me sentisse bem, poderia, de certeza, ter deixado umas migalhas nos cofres das empresas (e instituições) portuguesas e, dessa forma, contribuir também com um pequeno quinhão para a recuperação económica nacional, mas, assim, a coragem não é muita.
Juro que não gastarei muito mais dinheiro a "ir para fora cá dentro". Na realidade, e apesar de defender até à exaustão o que de tão bom temos, começo a ficar cansado de que não olhem por nós. Se calhar tenho de imigrar, para que tudo me pareça mais belo quando voltar...
Tenho pena. Muita pena!
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2 comentários:
Caminha?!! Tu vieste a Caminha?!!!! A Caminha do Norte?!!!Aquela que fica "já ali" e não passaste por aqui?!!! Nunca mais me fales ... :-I ;-)
Toma lá, que já te "fizeram a caminha"! Lol!
É assim mesmo, Cristina!
Veja-se o desplante, de desprezar a magnífica hospitalidade dos amigos nortenhos!
Beijos para os dois!
Ana :)
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