24 de fevereiro de 2010

Este país não é para novos!

Antes de mais, aproveito este "post" para prestar uma homenagem aos madeirenses que, nestes momentos de infortúnio, clamam aos "céus" um pouco de conforto e de paz. Sejamos nós os Céus de que eles tanto precisam!
Mas aproveito ainda este "post" para reflectir algumas questões que, dada a situação, se tornam pertinentes, designadamente aquelas que nos relevam a "Portugalidade" e a tão exigida (nestas situações de infortúnio) "solidariedade nacional".
Vem isto a propósito, por um lado, devido à situação em si, que, não tenho dúvidas, nos faz pensar, justamente, no nosso contributo individual enquanto cidadãos de um país, de uma nação...
Tal como tenho vindo a escrever em alguns dos textos aqui publicados, devemos sentir-nos solidários e portugueses não apenas em casos extremos, mas no dia-a-dia e, sobretudo, nas nossas acções comuns, seja no trabalho, em casa ou com os amigos.
Neste sentido, parece-me fundamental que, perante situações destas, que nos tocam a todos, pensemos:
- O que fazemos quando somos confrontados com momentos (de eleições, por exemplo) que podem, efectivamente "mudar" a perspectiva que temos de algo que não nos afecta directamente (e tanto se fala das questões da corrupção municipal, por exemplo, onde podem estar radicadas algumas das "dinâmicas" tão referidas agora das "construções impensadas" em leitos de cheia e outros)?
- O que fazemos quando ouvimos que situações de catástrofe natural (cheias, terramotos, etc.) se tornam tão comuns actualmente, e que nos podem estar mais próximas do que julgamos?
- Porque nos esquecemos, em momentos de "paz" social, que, depois, as coisas podem piorar?
- Porque teimamos em achar que "o pior só acontece aos outros"?
Estas minhas dúvidas, que mais não são do que constatações de uma realidade tão presente em nós, são apenas uma "leitura" simplificada das situações que tenho assistido, nomeadamente em termos profissionais:
- Nunca há tempo (nem disponibilidade) para "ensaiar/treinar/preparar" situações de prevenção sísmica e/ou de incêndio nas escolas, pois "temos muito que fazer" (neste particular, revelo que, ao longo de mais de 15 anos de prática profissional, em diferentes estabelecimentos, só fiz um (!) exercício de prevenção sísmica, apesar de sempre ter trabalhado na região de Lisboa, que, sabemos nós, está sobre uma falha geológica);
- Habituámo-nos a esperar a intervenção divina (que é como quem diz do "Estado") mas apresentar uma reclamação sobre um serviço mal prestado é sempre "desnecessário";
- Tememos sempre "incomodar" um vizinho que teve um comportamento social desadequado porque "achamos que não vale a pena aborrecermo-nos com isso"...
Estes (poucos) exemplos mostram bem o que tento conceptualizar, ou seja, somos sempre "solidários" e "portugueses" quando toca a reunir, mas, prevenir é uma palavra vã...
Deixamos para depois, porque não queremos evitar...
Será que é isso que caracteriza o chamado "desenrrascanço" português?

13 de fevereiro de 2010

Insistir...

Continuo a acreditar que é possível mudar o Mundo.
Apesar das dificuldades, sei que se cada um de nós tentar, é possível fazê-lo.
Uma amiga dizia-me que "agora, aos quarenta, vemos as coisas de forma diferente...". Tenho a certeza que é verdade, mas ainda quero usar os anos que me faltam para me recusar a desistir...
Não sei se por cansaço, pela idade ou, pura e simplesmente, por me recusar a "fazer igual", mas esta sensação de impossibilidade, de ver todas a "boas intenções" esbarrarem num obstáculo intransponível, deixa-me confuso e desmotivado.
Não sei se conseguirei resistir por muito mais tempo, mas começo a sentir que não vale a pena Ser e Pensar por mim e pela minha cabeça. Se calhar é mais fácil seguir a onda, ser ovelha.
Tento, em cada minuto da minha vida fazer as coisas de forma a que a minha pequena "migalha" possa contribuir para um Mundo melhor. Faço-o no trabalho, na família, no lazer...
E por mais que possa, por vezes, ser "recompensado" por isso, sou-o num círculo muito restrito. É evidente que, como no jogo do hipopótamo (quem se lembra?), há sempre uma marreta à espera para me "dar na cabeça".
Porque será?
Será assim tão desafiador entregar-me ao que faço e querer, dessa forma, mudar alguma coisa?
Profissionalmente sinto um reconforto enorme quando sou reconhecido pela prática profissional que desenvolvo, seja em forma de "nomeação", de reconhecimento público, de avaliação de desempenho ou apenas de felicitações...
Mas parece que isso não chega para pararem de me "azucrinar"...
A dor de cotovelo de que ouço falar parece ser mesmo persistente...
Insistir ou desistir?
Eis a questão...

8 de fevereiro de 2010

Mais de 100 "posts"...

Hoje faço o meu centésimo primeiro "comentário" neste Blog.
Quando o criei, há uns anos, não imaginei que "me" servisse tanto.
Fi-lo, numa primeira fase, para "experimentar", para me manter atento e actualizado no que concerne às disponibilidades tecnológicas. Na altura tinha já uma "página pessoal" e algumas "páginas web" dos jardins de infância onde tinha trabalhado.
Foi como um bichinho...
Começou a aumentar e devo deixar escrito que a existência de um espaço virtual onde vou discorrendo sobre tudo e sobre nada, onde me exprimo, onde "afuguento" alguns dos meus fantasmas é terapeutico.
E vale a pena.
Talvez um dia, com calma, e ao reler todos os comentários, consiga fazer a "minha história de vida"...
Quem sabe.
Mas não há dúvida que manter este "diário", pessoal e (in)transmissível é fascinante. Principalmente quando recebo alguns comentários e respostas que me fazem, realmente pensar. Que me mudam o Mundo!
Obrigado!

2 de fevereiro de 2010

Doutores...

No passado fim-de-semana assisti a um encontro de ideias, de reflexões, de práticas, de sugestões...
No passado fim-de-semana estive presente num espaço que, por excelência, "pertence" à investigação, à comprovação, à pesquisa.
No passado fim-de-semana participei, activamente, numa dinâmica de partilha, de colaboração, de cooperação.
Do passado fim-de-semana ficou-me a ideia de que é possível fazer muito. De que é possível fazer mais e melhor.
De que nós, portugueses, envolvidos, conhecedores, dinâmicos, temos muito (de bom!) para dar.
E de que não devemos temer fazê-lo!
Contudo, uma nota: porquê insistir nesta "décalage" entre os que "fazem" e os que "pensam"?
Foi notório, no fim-de-semana, que quem não "estuda", quem não tem um Mestrado ou um Doutoramento nem sequer "merece o tratamento por doutor...", dificilmente estará integrado no "topo" do conhecimento...
Que pena sinto de a nossa magnífica língua não permitir (como no Inglês ou no Espanhol) que o você signifique mesmo que "tu"...
Tantas distâncias se esbatiam...
No fim-de-semana que me "encheu as medidas" tive pena de, por não ter "estudado", de não me ter sido dado a mesma "oportunidade" de mostrar que o que faço, também posso fazer bem...
Pode ser que mude.