Há dias assim.
Há aqueles dias em que acordamos com uma vontade hercúlea de mudar o mundo. De fazer mais e melhor.
Há dias em que nos sentimos poderosos, inexpugnáveis, D. Quixotes em busca do seu ideal...
Mas, nestes dias, há também como que uma força invisível que nos mostra, desde o primeiro minuto, que não é, sequer, legítimo pensar em ser (e fazer) mais do que nos é permitido. E o que nos é permitido é, sem muitas exeções, muito pouco, comparado com o que queremos fazer.
E o invisível é, também com frequência, muito mais visível do que queremos admitir: é visível no amigo que nos rouba a energia (mesmo que disso não tenha consciência); no colega que, apesar de "defender" publicamente uma perspetiva, age de forma completamente diferente; no serviço que fecha quando chegamos; na fila da caixa do supermercado que "empanca" quando nos aproximamos do pagamento...
Mas, o pior mesmo é quando sentimos que tudo aquilo em que acreditamos, tudo aquilo por que nos batemos diariamente é apenas uma espécie de "el dorado" idílico e distante, que habita no espaço do utópico.
É assim que me sinto quando, por exemplo, numa reunião profissional tento defender uma dinâmica que, na minha boca é interpretada como uma blasfémia e que, se escrita ou apresentada na televisão por um qualquer doutor encartado, assume honras de descoberta da pólvora.
Canso-me muito de muitas coisas. Mas o mais cansativo (e desmotivador) é mesmo lutar contra a mesquinhez e a incoerência (entre o dizer e o fazer!). E essa dói mesmo!
Faz-me desistir...
22 de setembro de 2011
19 de setembro de 2011
Derrubar o Governo? Porquê?!
Tenho assistido, amiúde, nas redes, nas "conversas de café", nos "ajuntamentos de ideias e reflexões" a uma crescente "vontade de derrubar o Governo".
Continuo a achar que o "nosso mal" não é uma questão de "governo".
É uma questão de conhecimento. Se pensarmos bem, o(s) governo(s) não são mais do que escolhas pessoais de uns quantos "senhores das sombras", que, protegidos pelos fantoches que manipulam, estão sempre "fora da confusão".
Experimentemos, em vez de "manifestações", apelar ao boicote: às petrolíferas, às grandes superfícies, ao "capital", organizando movimentos de cidadãos que "provoquem" brechas nos rendimentos dessa gente, e, de certeza, veremos as coisas a mudar.
Vejamos o caso da Islândia, em que o "povo saiu à rua", e "correu", literalmente com os políticos e com o "capital" corrupto e, agora, lentamente, se reergue, sem condicionamentos, sem amarras...
E até recusaram a pagar dívidas que não são deles (das pessoas)...
Mostram-nos que é possível.
Não é uma questão de Passos, de Silvas, de Jardins, mas sim uma questão de Amorins, de Santos, de Salgados...
Quando quisermos abrir os olhos, acabaremos por ver que não é a "representação democrática", habilmente manipulada para que acreditemos que é uma nossa escolha, que define a nossa vida.
Se quisermos analisar os dados (e tão só os financeiros), basta olharmos para os valores (em dinheiro e "serviços") que, de ciclo em ciclo, se vão mudando de partidos políticos para (outros) partidos políticos...
Um exemplo concreto: em 2005, depois da primeira maioria do Governo PS, os média anunciavam "a falência" e as "dívidas do PSD". Em 2010 o PSD (que manteve o número de militantes), apresentou os maiores orçamentos eleitorais dos partidos candidatos a constituir governo. De onde veio o dinheiro? De investimentos em imobiliário? de "produção" de bens transácionaveis?, Não. Apenas de "entregas", em numerário, que, de uma forma inexplicável, "entraram" na S. Caetano à Lapa.
De onde vieram, se o País (e os portugueses) está em falência técnica?
Pensemos, pois.
Continuo a achar que o "nosso mal" não é uma questão de "governo".
É uma questão de conhecimento. Se pensarmos bem, o(s) governo(s) não são mais do que escolhas pessoais de uns quantos "senhores das sombras", que, protegidos pelos fantoches que manipulam, estão sempre "fora da confusão".
Experimentemos, em vez de "manifestações", apelar ao boicote: às petrolíferas, às grandes superfícies, ao "capital", organizando movimentos de cidadãos que "provoquem" brechas nos rendimentos dessa gente, e, de certeza, veremos as coisas a mudar.
Vejamos o caso da Islândia, em que o "povo saiu à rua", e "correu", literalmente com os políticos e com o "capital" corrupto e, agora, lentamente, se reergue, sem condicionamentos, sem amarras...
E até recusaram a pagar dívidas que não são deles (das pessoas)...
Mostram-nos que é possível.
Não é uma questão de Passos, de Silvas, de Jardins, mas sim uma questão de Amorins, de Santos, de Salgados...
Quando quisermos abrir os olhos, acabaremos por ver que não é a "representação democrática", habilmente manipulada para que acreditemos que é uma nossa escolha, que define a nossa vida.
Se quisermos analisar os dados (e tão só os financeiros), basta olharmos para os valores (em dinheiro e "serviços") que, de ciclo em ciclo, se vão mudando de partidos políticos para (outros) partidos políticos...
Um exemplo concreto: em 2005, depois da primeira maioria do Governo PS, os média anunciavam "a falência" e as "dívidas do PSD". Em 2010 o PSD (que manteve o número de militantes), apresentou os maiores orçamentos eleitorais dos partidos candidatos a constituir governo. De onde veio o dinheiro? De investimentos em imobiliário? de "produção" de bens transácionaveis?, Não. Apenas de "entregas", em numerário, que, de uma forma inexplicável, "entraram" na S. Caetano à Lapa.
De onde vieram, se o País (e os portugueses) está em falência técnica?
Pensemos, pois.
1 de setembro de 2011
Expetativas para o ano lectivo que se aproxima
Expetativas para o ano lectivo que se aproxima?!...
Talvez prefira falar em “desejos”.
Nunca, em mais de quinze anos, um Programa de Governo fora tão parco em “medidas” e “propostas” para a Educação Pré-Escolar (EPE): apenas uma breve referência à “continuação do alargamento da rede escolar”.
Podemos “ler” este facto à luz de dois olhares: ou este nível de ensino está “tão bem” que é preferível “não mexer”, ou que as alterações significariam um conjunto de ações que estão, à partida, vedadas por desígnios financeiros que as tornam inoportunas.
A frequência de uma oferta educativa e pedagógica formalizada, antes da entrada na chamada “escolaridade obrigatória”, traz ganhos qualitativos e quantitativos ao sucesso escolar e social posterior dos alunos. Se atentarmos na melhoria global dos resultados PISA dos alunos portugueses neste último exercício (2010) e se considerarmos que estes (com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos) são os primeiros que, mercê de um investimento feito há cerca de dez anos na EPE, frequentaram esta oferta educativa, de forma generalizada e contínua, então, também nós, podemos comprovar os resultados deste investimento.
Para qualquer decisor político é importante considerar alguns pressupostos, antes de apagar, de forma rápida e convincente dos programas governativos, a EPE da vanguarda do investimento em educação:
1) A EPE é, pela sua natureza, a base de desenvolvimento científico do cidadão escolar, quer seja através da especificidade da sua dinâmica lectiva, quer seja porque é o primeiro espaço formalizado e organizado de contacto com o rigor académico;
2) A formação cívica pressupõe que o aluno aprenda a ser. A EPE posiciona-se como lugar destacado para potenciar este pressuposto, pois as suas bases curriculares definem que este nível de ensino deve pautar-se por desenvolver a personalidade, potenciar o aumento da capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade do aluno;
3) Vários estudos internacionais identificam a idade pré-escolar como “momento oportuno” para criar as bases do raciocínio matemático e linguístico. Nesse sentido, o reforço dos tempos dedicados à Matemática e à Língua Portuguesa nos ciclos escolares consequentes, como “fatores de desenvolvimento” dos alunos, deve ser, também, analisado à luz do investimento num espaço formal de EPE.
De acordo com as palavras do actual Ministro, a educação “deve deixar de lado a sua visão romântica” e centrar-se no desenvolvimento de competências e conhecimento. Ora, se assim é, é tempo de reflectir, de forma séria, a Educação no seu todo. O que me leva aos tais “desejos” para 2011/2012…
Que se assuma a EPE como espaço central da formação do cidadão escolar
E, neste particular, é meu desejo que as escolas (e a sua administração), valorizem a acção pedagógica dos seus docentes, designadamente ouvindo-os e potenciando os seus conhecimentos específicos, em vez de escolherem processos administrativos, bastas vezes desadequados e insignificantes, emanados por estruturas dispensáveis e inócuas que não reconhecem a especificidade deste nível;
Que a reflexão pedagógica e educativa substitua, nas escolas e nas vidas dos professores, o tema Avaliação de Desempenho Docente.
Estes últimos anos retiraram à escola e aos seus agentes a capacidade de refletir, de analisar, de planear, de organizar, de articular e fizeram decrescer, consideravelmente, a resposta educativa que é suposto oferecer.
Esse fato precipitou a desvalorização do espaço da EPE dando-lhe um pendor mais assistencialista em detrimento da sua vocação pedagógica e educativa. É preciso voltar a credibilizar o espaço pedagógico da EPE apostando na formação dos seus profissionais e na discussão, reflexão, análise e organização de respostas educativas globais e duradoras. E este desejo leva-me a outro, mais global, no âmbito da formação:
Que a formação dos profissionais (presentes e futuros) permita uma efectiva renovação pedagógica, assente em novos valores sociais e educativos.
Temas fundamentais como “Europa”, “Formação Financeira”,”Globalização”, “Gestão da Informação” que têm estado afastados dos currículos, tornam-se, cada vez mais, actuais e necessários na base de formação dos docentes.
A Escola, como um todo, tem de ser capaz de adequar, de forma sistemática e eficaz, os seus curricula ao progresso social e cognitivo das comunidades, e, dessa forma, responder rapidamente às “crises” que se colocam. Vivemos, nesta altura, tempos de mudança social.
A escola (e os docentes) tem de os acompanhar.
E que o ano lectivo seja um espaço de paz na escola.
*base do texto de colaboração com o Jornal de Letras, 3 a 17 de Setembro de 2011
**a partir deste "post", tentarei (e digo tentarei, porque até ser um hábito, ainda demora), escrever de acordo com o Acordo Ortográfico. por isso, desculpem as incongruências, erros, gralhas e omissões...
Talvez prefira falar em “desejos”.
Nunca, em mais de quinze anos, um Programa de Governo fora tão parco em “medidas” e “propostas” para a Educação Pré-Escolar (EPE): apenas uma breve referência à “continuação do alargamento da rede escolar”.
Podemos “ler” este facto à luz de dois olhares: ou este nível de ensino está “tão bem” que é preferível “não mexer”, ou que as alterações significariam um conjunto de ações que estão, à partida, vedadas por desígnios financeiros que as tornam inoportunas.
A frequência de uma oferta educativa e pedagógica formalizada, antes da entrada na chamada “escolaridade obrigatória”, traz ganhos qualitativos e quantitativos ao sucesso escolar e social posterior dos alunos. Se atentarmos na melhoria global dos resultados PISA dos alunos portugueses neste último exercício (2010) e se considerarmos que estes (com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos) são os primeiros que, mercê de um investimento feito há cerca de dez anos na EPE, frequentaram esta oferta educativa, de forma generalizada e contínua, então, também nós, podemos comprovar os resultados deste investimento.
Para qualquer decisor político é importante considerar alguns pressupostos, antes de apagar, de forma rápida e convincente dos programas governativos, a EPE da vanguarda do investimento em educação:
1) A EPE é, pela sua natureza, a base de desenvolvimento científico do cidadão escolar, quer seja através da especificidade da sua dinâmica lectiva, quer seja porque é o primeiro espaço formalizado e organizado de contacto com o rigor académico;
2) A formação cívica pressupõe que o aluno aprenda a ser. A EPE posiciona-se como lugar destacado para potenciar este pressuposto, pois as suas bases curriculares definem que este nível de ensino deve pautar-se por desenvolver a personalidade, potenciar o aumento da capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade do aluno;
3) Vários estudos internacionais identificam a idade pré-escolar como “momento oportuno” para criar as bases do raciocínio matemático e linguístico. Nesse sentido, o reforço dos tempos dedicados à Matemática e à Língua Portuguesa nos ciclos escolares consequentes, como “fatores de desenvolvimento” dos alunos, deve ser, também, analisado à luz do investimento num espaço formal de EPE.
De acordo com as palavras do actual Ministro, a educação “deve deixar de lado a sua visão romântica” e centrar-se no desenvolvimento de competências e conhecimento. Ora, se assim é, é tempo de reflectir, de forma séria, a Educação no seu todo. O que me leva aos tais “desejos” para 2011/2012…
Que se assuma a EPE como espaço central da formação do cidadão escolar
E, neste particular, é meu desejo que as escolas (e a sua administração), valorizem a acção pedagógica dos seus docentes, designadamente ouvindo-os e potenciando os seus conhecimentos específicos, em vez de escolherem processos administrativos, bastas vezes desadequados e insignificantes, emanados por estruturas dispensáveis e inócuas que não reconhecem a especificidade deste nível;
Que a reflexão pedagógica e educativa substitua, nas escolas e nas vidas dos professores, o tema Avaliação de Desempenho Docente.
Estes últimos anos retiraram à escola e aos seus agentes a capacidade de refletir, de analisar, de planear, de organizar, de articular e fizeram decrescer, consideravelmente, a resposta educativa que é suposto oferecer.
Esse fato precipitou a desvalorização do espaço da EPE dando-lhe um pendor mais assistencialista em detrimento da sua vocação pedagógica e educativa. É preciso voltar a credibilizar o espaço pedagógico da EPE apostando na formação dos seus profissionais e na discussão, reflexão, análise e organização de respostas educativas globais e duradoras. E este desejo leva-me a outro, mais global, no âmbito da formação:
Que a formação dos profissionais (presentes e futuros) permita uma efectiva renovação pedagógica, assente em novos valores sociais e educativos.
Temas fundamentais como “Europa”, “Formação Financeira”,”Globalização”, “Gestão da Informação” que têm estado afastados dos currículos, tornam-se, cada vez mais, actuais e necessários na base de formação dos docentes.
A Escola, como um todo, tem de ser capaz de adequar, de forma sistemática e eficaz, os seus curricula ao progresso social e cognitivo das comunidades, e, dessa forma, responder rapidamente às “crises” que se colocam. Vivemos, nesta altura, tempos de mudança social.
A escola (e os docentes) tem de os acompanhar.
E que o ano lectivo seja um espaço de paz na escola.
*base do texto de colaboração com o Jornal de Letras, 3 a 17 de Setembro de 2011
**a partir deste "post", tentarei (e digo tentarei, porque até ser um hábito, ainda demora), escrever de acordo com o Acordo Ortográfico. por isso, desculpem as incongruências, erros, gralhas e omissões...
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