Isto da competência e da incompetência, associadas às questões da produtividade é uma espécie de beco sem saída, ou mesmo, diria, uma auto-estrada sem fim (e sem portagens...)!
É normal (e conveniente, diga-se!) associar as questões do desenvolvimento do país, ou da sua produtividade à competência profissional do trabalhadores, mas esquecemo-nos, também quase sempre, que há um infindável conjunto de pressupostos que definem a origem dessa competência.
Detendo-me apenas em dois, e talvez dos mais importantes, gostaria de reflectir sobre o Modelo e a Formação.
Sobre o Modelo, é importante pensarmos que o conjunto de factores que determinam melhores ou piores competências não têm de ser apenas os modelos formais. Que competência podemos exigir a alunos que vêm, ano após ano, as trapalhadas associadas à colocação de professores? Que competência podemos exigir aos alunos que observam uma cada vez maior deterioração do saber associado ao ensino? Que competência podemos exigir a alunos que nem sequer dispõem de condições físicas para experimentar, para elaborar investigação séria nas escolas ou para nem sequer terem de pensar nas condições físicas (espaços escolares, equipamento, etc.) associadas ao ensino?
Por outro lado, o da Formação, como é possível não investirmos seriamente em espaços de formação devidamente reflectidos, planeados e avaliados? Porquê insistir em modelos de formação desadequados das realidades ou, em alguns casos, que apenas servem os interesse dos formadores? Porque manter a formação associada aos créditos individuais e não às necessidades globais do país? Porquê continuar a apostar em formação que nem sequer aproveita as potencialidades do país?
Estas perguntas, que poderiam servir para incentivar um debate sério sobre a Competência, continuam sem resposta, e não se prevê que venham a ser respondidads.
No fundo, até para exigir Competência seria necessário planear, com esforço e exigência, um conjunto de linhas orientadoras.
Mas porquê continuar a reflectir nisto num país que continua a votar nas pessoas e não nas ideias? Ou será que os portugueses já conhecem os programas do Governo?
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1 comentário:
Este país não existe!... Um dia, quando isto funcionar com alguma inteligência, vamos ter saudades (uma certa nostalgia...) do tempo em que as acções eram pensadas ao ritmo do trânsito intestinal. Então não é que a "Casa da Música" não tem condições para apresentar Ópera? Não há fosso de orquestra, e como todos sabem as prima-donas não gostam de partilhar o palco com os músicos... (imagino uma récita da Norma de Bellini: Norma avança, sobe os timbales e cai na fila dos violoncelos, levanta-se e caminha arrastando pautas e músicos - entoa "casta diva".) Então gastam 100 mil... e muitos euros e não podemos ver "TODA" a música?
- Ah! Mas a ópera é outra coisa... Uns tipos com fatos de folhos e colans pretas? Isso é um espetáculo duvidoso.
Claro que a ópera é um espactáculo como não há! Radical. Histórias que nunca contaríamos, emoções a baldes, gritos, passos exagerados, morte lenta... Só na ópera se morre depois de cantar "sono andati?" (La Bohéme) ou se despede da via cantando "Se una pudica vergine" (La Traviata)e pedindo ao amante que procure uma outra mulher... A òpera é o mais completo espactáculo que a cultura produziu, combinando música, canto, teatro, cenografia e muitas emoções (visitem o site da ópera de Baltimor, vale a pena, http://www.baltimoreopera.com/student/extreme.asp). E o que disseram os responsáveis da casa? Que era caro... "A ópera é um espectáculo caro... a produção é muito cara!" A verdade é que só a incompetência é cara: estes directores, responsáveis, programadores... é que nos saem muito caros. Acham a cultura cara? Experimentem a ignorância!
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