Pois é.
Por mais um ano consecutivo um apelo veemente à "congregação de esforços" para que as comemorações do 25 de Abril não passem ao espaço dos "esquecidos"...
E, mais uma vez, este apelo vem do mais alto dignitário da Nação.
Pois é. Como eu dizia!
Mas o que é mau não é a repetição do apelo. O que é realmente mau é que, para "encorpar" o apelo, o Exmo. Sr. Presidente da República se tenha baseado em dados estatísticos que (com)provam que "os jovens estão distantes da realidade" (sic).
Mas vamos por partes.
Não terá o Sr. Presidente da República tido (em algum tempo, em algum lugar...) alguma responsabilidade pelo facto?
Não continuará a ter, ao, de forma tão parcimoniosa, não apontar, verdadeiramente o dedo aos que (se calhar como ele) terão interesse em manter este "estado de coisas"?
Não seria bem mais efectivo, dentro dos poderes que lhe competem, exigir uma mais eficaz "realização de Abril" junto daqueles que, realmente, podem fazê-lo?
E não seria mais eficaz também, disponibilizar-se para, nas escolas, nos centros cívicos, nos espaços comunitários, promover a participação e a partilha?
E, por último, não faria sentido, para que se "cumprisse Abril", que "coisas" simples como a discussão pública do "Tratado de Lisboa" ou a alteração da Lei Eleitoral (para permitir uma efectiva participação dos cidadãos!) fossem, realmente, consideradas IMPORTANTES!
Pois é, Sr. Presidente, as estatísticas só nos mostram os dados. As pessoas podem mudá-los!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Estive a ler a sua reflexão do dia. Tocou-me a reflexão, pelo que me permito comentar, partilhando o seguinte: eu vivi (efectivamente) o 25 de Abril, contrariamente, acho eu, a todos os participantes na formação a decorrer no Falcão, contrariamente ao próprio Henrique, que não tem a idade suficiente para da data ter recordação. Com 10 anos, frequentava o Externato Frei Luís de Sousa, em Almada. Lembro-me perfeitamente da alegria espelhada nos rostos de todos, da sensação de aventura, de perigo, da cara do soldado que, ao passar numa carrinha militar na auto-estrada, me atirou um cravo vermelho que entrou pela janela do carro do meu pai! Para ele, certamente, uma menina de dez anos era o símbolo do Portugal futuro e a razão da luta pela liberdade. Cá em casa, sempre a Liberdade é festejada no dia 25 de Abril... no entanto, o conceito é alargado e não político. As minhas filhas têm 15 e 16 anos e pensar a liberdade é fundamental porque é pensar nos direitos e nos deveres, no respeito pelo próximo.
Vou acabar, que o comentário vai já longo!
Um abraço da Buonovento!
Enviar um comentário