Alguém me perguntava como "tornar simples" alguns dos conceitos definidos nas fichas de "Avaliação de Desempenho", nomeadamente aqueles sobre "os resultados escolares dos alunos"...
Também me referiam a "vontade" dos colegas dos outros ciclos de "uniformizar" a(s) nomenclatura(s)
Sinceramente, não sei o que responder. De facto, há algum tempo já reflecti algumas das questões associadas a estes "documentos" de avaliação que nos foram (são) impostos. Penso que uma parte importante das dificuldades sentidas se devem, não aos documentos em si, mas à (negativa) imagem que, em alguns casos, fomos "passando" (ao longo de muuuuitos anos...), principalmente aos colegas de outros ciclos. Ainda há quem, dentro dos nossos agrupamentos, considere a EPE um espaço "para tomar conta dos meninos", infelizmente!
Claro está que, na sequência desse "entendimento", seja "normal" que nos "venham pedir" este tipo de coisas, sem sequer se preocuparem em compreender que a nossa actividade não é mensurável através dos mesmos instrumentos. Mas nós deixámos que eles desenvolvessem essa "ideia". E agora é mais difícil desconstrui-la...
Com base nas "perguntas" formuladas nas ditas "fichas", e para "responder" com alguma qualidade (portanto, eficácia) é importante que exista uma "tradição" de elaborar "bons" projectos curriculares de turma (PCT). Mas esta é, no meu entender, uma dificuldade gritante que tenho observado na nossa prática. Há muitos anos que (andando eu a navegar de escola em escola) verifico que, ao PCT, poucos são os educadores que lhe dão REAL importância. A nossa prática mostra que fazemos "copy&paste" de um ano para o outro e, raramente, "actualizamos" (a sério) a informação pertinente.
Logo aqui começa o "problema". Nesse sentido, é complexo avaliar o "progresso dos resultados escolares dos alunos no ano lectivo anterior" e "progresso das aprendizagens dos alunos relativamente à avaliação diagnosticada realizada no início do ano", pois, se não os clarificámos (contextualízámos, aferimos, contabilizámos) torna-se inglório fazê-lo agora. A minha única (e modesta) solução passa por aferir, num quadro de competências ampla e colaborativamente definido, o "intervalo médio" de aquisições suficientes (e por exemplo podemos utilizar - aqui sim - a organização das OCEPE) e, depois, "classificar", grosso modo, a "evolução registada" e, no capítulo "evolução dos resultados escolares dos alunos relativamente à evolução média daquele ano de escolaridade", definir um conjunto de "elaborações empíricas" que nos possam dar um modelo aproximado para cada idade.
Contudo, e neste último campo, não devemos incorrer no risco de definir "comportamentos e competências expectáveis", pois, dessa forma, ficaremos reféns dos "manuais escolares e da organização etária" que, por exemplo, os espanhóis estão agora, neste momento, a abandonar (depois de 10 anos de más experiências!).
De qualquer forma, estas tais "elaborações" que refiro devem, no meu entende, ser simples e generalizáveis. Algo de funcional e "comunicável", inclusivamente a "outros agentes" e parceiros...
Pelo exposto, mais uma vez refiro a necessidade fundamental de elaborar BONS PCTs, pois essa será a base de toda e qualquer "vontade" de avaliar desempenho dos educadores. Pode parecer difícil mas, de certeza, apenas o é devido à nossa pouca prática. No fundo, fazêmo-lo de outras forma. Só temos de nos habituar a definir prioridades...
Sei que esta minha reflexão poderá criar alguma dificuldade de "entendimento", até porque acaba por não ser uma "resposta prática", mas sinto, ao mesmo tempo, que devemos chamar de novo a nós (e sei que isto é difícil porque há sempre muitos colegas nossos que não estão para aí virados) a decisão de definirmos o nosso caminho, que é como quem diz:
A Educação de Infância somos (também) nós!
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