27 de junho de 2008

Portugal GRANDE...

É verdade. Até parece ironia.
Depois da desclassificação daquela que disseram, em tempos, ser a melhor equipa de jogadores em representação de um país (o nosso!) até parece uma brincadeira de mau gosto este título...
Mas o que aqui quero "repescar" é a efectiva grandeza deste nosso país. Em que outro país da Europa (pelo menos!) se faz apenas uma hora e meia das montanhas do interior até à soalheira e magnífica costa marítima? Em que outro país europeu (pelo menos) se adormece num "deserto" seco e agressivo (Alentejo interior) e se acorda num verdadeiro oásis de calma e diversão (Guadiana e Alqueva)? Em que outro país se fazem 100Km (ou mais) para comer uma verdadeia Feijoada à Transmontana, e se pode, para ajudar à digestão, percorrer uma das mais bonitas paisagens naturais transformadas pelo homem (Douro Internacional)?
Pois é. Este é mesmo um grande País!
Mas, como não há bela sem senão, eis que temos de conviver com os seus habitantes. E, como diria o Edson Athaíde: "A culpa de Portugal são os portugueses!"
Tenho muito orgulho deste nosso país e ainda mais de ser português, mas, fruto da experiência, da observação e, infelizmente, da vivência do dia-a-dia, às vezes apetece-me fugir para outro qualquer país.
Este é um desabafo como muitos outros que aqui tenho feito. E, claro, haverá quem diga que "mordo a mão que me dá de comer". Mas, com pena minha, as coisas estão complicadas.
No fundo, que outro cidadão do mundo é que culpa um Governo que ajudou a eleger quando este se limita a cumprir um Programa que apresentou para eleições? ou que outro povo, unido e valoroso, desdenha as conquistas de um seu compatriota (e agora, depois dessa pequena exclamação de desagrado pelo lido, lembrem-se do Saramago, que vive em Espanha, do António Damásio, nos Estados Unidos ou da Paula Rego, na Inglaterra - só para citar alguns - que bem podiam viver entre nós se tivessem sido acarinhados...)
É este "desdizer do outro" que irrita e que cansa.
Se há quem queira fazer (e já não preciso de dizer "fazer bem"), há logo quem (e, infelizmente, muita "gente") se posiciona para "deitar abaixo"!
É como se a inveja fosse uma espécie de desporto nacional, arreigado até aos dentes em cada um de nós. É como uma espécie de informação genética descriminativa, neste caso, de um povo, que oblitera e desmotiva...
Nas mais pequenas coisas (no dia-a-dia de um trabalhador, por exemplo) até às grandes coisas ("para quê a EXPO98?", "para quê o CCB?", "não é melhor fazer escolas e hospitais em vez de...")
Pois é. Não há escolas nem hospitais, mas quando surge um entendimento comum (europeu) que nos permite, de forma simples e rápida, ir ao hospital a Espanha, fazer a licenciatura na Inglaterra, ou pagar com euros na Bulgária, aí, meus senhores, aí cai o Carmo e a Trindade...
Até parece que nos esquecemos que andámos (muitos) anos a comer com o dinheiro que nos chegou da tal "Europa"...
Que GRANDE PAÍS o nosso. Só é pena umas pessoas tão pequenas...

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