Não sei se será este o espaço mais adequado para expressar a minha indignação, mas como quero fazê-lo, talvez (pelo menos) me chegue informação sobre como o fazer de forma mais direccionada.
Bem, mas passando ao que interessa.
Sendo eu educador de Infância, formador PTE e investigador na área das tecnologias, não me reconheço nas "Metas de Aprendizagem" que, de certa forma, nos são "impostas" pelo ME.
Especificamente na chamada nova área de Tecnologias de Informação e da Comunicação.
Se atentarmos nas ditas "metas", o que se propõe é que uma criança saiba manipular alguns "instrumentos tecnológicos" assumindo, contudo, o computador o espaço central desta "manipulação".
Também no 1º ciclo se repetem, de certa forma, as "indicações" instrumentais.
Ora, se como temos vindo a observar (até para os menos atentos) uma constante e exponencial evolução no que concerne aos "instrumentos" digitais, não só no seu espaço "hardware", mas, fundamentalmente, no espaço de aplicativos e, acima de tudo, interfaces, custa-me um pouco, enquanto docente, formador e investigador, que as "Metas de Aprendizagem" não abram já a porta a um conjunto de outras dinâmicas que, penso eu, em breve se tornarão fundamentais.
As questões da virtualidade, os novos instrumentos tecnológicos postos à disposição (de entre muitos, destaco os telemóveis), as redes sociais e e a Web 2.0 no seu todo, as novas estruturas do conhecimento multimédia (TDT, GPS, etc.) e até as plataformas multiacesso de carácter mais lúdico (PSPs, Nintendos, Wii e outras) mereceriam, penso eu, um superior enfoque em termos de organização de objectivos/metas de aprendizagem.
Mais uma vez se perdeu a oportunidade de dar um passo em frente.
Será porque são sempre os mesmos a pensar?
Não quero acreditar nisso. Até porque a informação e a disseminação de práticas e investigação desenvolvidas em todo o mundo são cada vez mais evidentes...
Será que ainda vamos a tempo? ou é apenas mais uma "trabalho" de Hércules?
Fica aqui a minha indignação, já que não posso fazê-lo em mais lado nenhum...
17 de outubro de 2010
10 de outubro de 2010
O que podemos nós fazer?...
Por hábito e por interesse, sou, posso dizê-lo, leitor compulsivo de jornais, revistas e outras leituras que me possam dar (pelo menos) a sensação de "estar informado".
Aprendi, muito por "culpa própria" a fazer uma leitura crítica da maior parte dos escritos da Comunicação Social. Habituei-me a tentar encontrar uma espécie de "meio termo" que me permita ter uma visão mais aproximada do que realmente se passa.
Nas pequenas "notícias", há, na maior parte das vezes, mais informação pertinente do que nas "grandes reportagens" ou artigos de opinião de famosos (e bem colocados) "opinion makers". Grosso modo, estes, os últimos, limitam-se a reproduzir uma certa "visão", que, na maior parte das vezes é parcial e, muitas outras, "encomendada".
Nestes últimos tempos, mercê da tão propalada "crise", muitos têm sido os escritos que, quase de forma inocente, acabam por impor uma vontade culpabilizante, para que todos nós (os que trabalham, os que acreditam, os que se esforçam e, acima de tudo, os que somos vítimas de um "esforço concertado de manipulação") nos sintamos como que encurralados e sem grandes hipóteses de "respirar".
posto isto, pergunto-me (e ao expô-lo aqui, alargo a pergunta a todos os poucos que poderão ler-me) o que, na realidade, podemos fazer para partilhar das soluções.
Está visto, porque no-lo dizem insistentemente, que, acima de tudo, devemos "partilhar" da diminuição dos valores (reais) dos nossos salários, das maiores contribuições sociais e das "colectivas" acções de "solidariedade institucional"...
Mas o que é que nós podemos, mesmo, fazer diariamente?
Eu aponto três possibilidades; se cada um de nós apontar outras tantas, se calhar podemos, num esforço independente e autónomo, que, na pior das hipóteses, não prejudicará, mudar alguma coisa...
Ora cá vão as minhas:
1. Usar mais os transportes públicos e menos os veículos próprios. Se, de cada vez que abastecermos, estamos a "importar" energia (na forma de combustível), podemos diminuir, "a la longue", a dependência energética e, consequentemente, os gastos de importação;
2. Comprar mais produtos "Made in Portugal". Se tivermos o cuidado de escolher os artigos que, normalmente consumimos, feitos em Portugal (mesmo que com know-how estrangeiro), apoiaremos a produção nacional e contribuímos, mais uma vez, para a redução das importações;
3. Nos nossos locais de trabalho, assumirmos um comportamento menos despesista. se tivermos em conta, por exemplo, que o custo médio do envio de um fax é de 0.60€, e um e-mail nos "custa" 0,04€, há que fazer "escolhas" interessantes. O orçamento disponível integra todas estas "pequenas contas".
E já agora, se em vez de levarmos a esferográfica no bolso, a deixarmos para que outros a utilizem, também estamos a evitar que nos "invadam" os rendimentos mensais...
Sei que não são "soluções"milagrosas, nomeadamente comparando-as com os gastos que os organismos públicos usam em aquisições de viaturas, medalhas comemorativas e outros tais, mas, se cada um de nós fizer o seu esforço, pode ser que alguma coisa mude.
Porque, no final de contas (e como já está mais do que demonstrado, nos últimos 24 anos em Portugal), não serão os políticos eleitos que nos livrarão da "crise".
Dá que pensar, não dá?
Aprendi, muito por "culpa própria" a fazer uma leitura crítica da maior parte dos escritos da Comunicação Social. Habituei-me a tentar encontrar uma espécie de "meio termo" que me permita ter uma visão mais aproximada do que realmente se passa.
Nas pequenas "notícias", há, na maior parte das vezes, mais informação pertinente do que nas "grandes reportagens" ou artigos de opinião de famosos (e bem colocados) "opinion makers". Grosso modo, estes, os últimos, limitam-se a reproduzir uma certa "visão", que, na maior parte das vezes é parcial e, muitas outras, "encomendada".
Nestes últimos tempos, mercê da tão propalada "crise", muitos têm sido os escritos que, quase de forma inocente, acabam por impor uma vontade culpabilizante, para que todos nós (os que trabalham, os que acreditam, os que se esforçam e, acima de tudo, os que somos vítimas de um "esforço concertado de manipulação") nos sintamos como que encurralados e sem grandes hipóteses de "respirar".
posto isto, pergunto-me (e ao expô-lo aqui, alargo a pergunta a todos os poucos que poderão ler-me) o que, na realidade, podemos fazer para partilhar das soluções.
Está visto, porque no-lo dizem insistentemente, que, acima de tudo, devemos "partilhar" da diminuição dos valores (reais) dos nossos salários, das maiores contribuições sociais e das "colectivas" acções de "solidariedade institucional"...
Mas o que é que nós podemos, mesmo, fazer diariamente?
Eu aponto três possibilidades; se cada um de nós apontar outras tantas, se calhar podemos, num esforço independente e autónomo, que, na pior das hipóteses, não prejudicará, mudar alguma coisa...
Ora cá vão as minhas:
1. Usar mais os transportes públicos e menos os veículos próprios. Se, de cada vez que abastecermos, estamos a "importar" energia (na forma de combustível), podemos diminuir, "a la longue", a dependência energética e, consequentemente, os gastos de importação;
2. Comprar mais produtos "Made in Portugal". Se tivermos o cuidado de escolher os artigos que, normalmente consumimos, feitos em Portugal (mesmo que com know-how estrangeiro), apoiaremos a produção nacional e contribuímos, mais uma vez, para a redução das importações;
3. Nos nossos locais de trabalho, assumirmos um comportamento menos despesista. se tivermos em conta, por exemplo, que o custo médio do envio de um fax é de 0.60€, e um e-mail nos "custa" 0,04€, há que fazer "escolhas" interessantes. O orçamento disponível integra todas estas "pequenas contas".
E já agora, se em vez de levarmos a esferográfica no bolso, a deixarmos para que outros a utilizem, também estamos a evitar que nos "invadam" os rendimentos mensais...
Sei que não são "soluções"milagrosas, nomeadamente comparando-as com os gastos que os organismos públicos usam em aquisições de viaturas, medalhas comemorativas e outros tais, mas, se cada um de nós fizer o seu esforço, pode ser que alguma coisa mude.
Porque, no final de contas (e como já está mais do que demonstrado, nos últimos 24 anos em Portugal), não serão os políticos eleitos que nos livrarão da "crise".
Dá que pensar, não dá?
7 de outubro de 2010
Recessões...
Nos últimos dias, tem sido evidente que a palavra (e o conceito) de Recessão tem sido a que mais tem estado na "boca de toda a gente"...
Qual pasta medicinal, todos falam dela, todos esgrimem argumentos, todos (se) justificam.
É o FMI, é a OCDE, é o Banco de Portugal e ainda do próprio Governo.
Com estimativas de queda do PIB de 1,4%, a coisa não será fácil.
Mas interessa, por agora, saber se as "medidas de austeridade" resolverão alguma coisa.
Os cortes, o desemprego, a taxa de inflação, não perdoam.
E nós?
Os 18,5% de Pobreza (dados de 2008!) têm, necessariamente, de nos assustar.
Mas a minha pergunta é: continuaremos (individualmente, nos nosso postos de trabalho - quem os tem -, nas nossas actividades profissionais e pessoais) a ignorar a "crise"?
Esta pergunta relaciona-se, acima de tudo, com a capacidade de, no nosso "pequeno" mundo pensarmos (e agirmos) solidariamente. Será que, quando, nos nossos "serviços" tivermos de escrever um apontamento, uma nota, utilizaremos uma folha de papel já usada (reaproveitando-a)? ou que, em vez de mandarmos o fax necessário, seremos capazes de ligar o computador e enviar uma mensagem de e-mail? ou ainda, no momento de comprar produtos de limpeza, optaremos pelos mais indicados (que, normalmente, por se destinarem a um fim específico, são mais baratos)?
Ou, em outra perspectiva, vamos optar por andar de transportes públicos (favorecendo, dessa forma, a Economia) em vez de levarmos o nosso veículo privado?
Pode parecer pouco indicado e até algo estúpido, mas é nestes "pequenos pormenores" que podemos fazer a diferença.
Mas, sinceramente, acho que não o faremos. Estamos demasiado habituados (e porque não dizer: dependentes) aos "pequenos luxos individuais" para pensar de outra forma...
Como bons portugueses, costumamos achar que "quem vier atrás que feche a porta".
Mas vamos entalar-nos. Somos mesmo quem "vem atrás"...
Pensemos então...
Qual pasta medicinal, todos falam dela, todos esgrimem argumentos, todos (se) justificam.
É o FMI, é a OCDE, é o Banco de Portugal e ainda do próprio Governo.
Com estimativas de queda do PIB de 1,4%, a coisa não será fácil.
Mas interessa, por agora, saber se as "medidas de austeridade" resolverão alguma coisa.
Os cortes, o desemprego, a taxa de inflação, não perdoam.
E nós?
Os 18,5% de Pobreza (dados de 2008!) têm, necessariamente, de nos assustar.
Mas a minha pergunta é: continuaremos (individualmente, nos nosso postos de trabalho - quem os tem -, nas nossas actividades profissionais e pessoais) a ignorar a "crise"?
Esta pergunta relaciona-se, acima de tudo, com a capacidade de, no nosso "pequeno" mundo pensarmos (e agirmos) solidariamente. Será que, quando, nos nossos "serviços" tivermos de escrever um apontamento, uma nota, utilizaremos uma folha de papel já usada (reaproveitando-a)? ou que, em vez de mandarmos o fax necessário, seremos capazes de ligar o computador e enviar uma mensagem de e-mail? ou ainda, no momento de comprar produtos de limpeza, optaremos pelos mais indicados (que, normalmente, por se destinarem a um fim específico, são mais baratos)?
Ou, em outra perspectiva, vamos optar por andar de transportes públicos (favorecendo, dessa forma, a Economia) em vez de levarmos o nosso veículo privado?
Pode parecer pouco indicado e até algo estúpido, mas é nestes "pequenos pormenores" que podemos fazer a diferença.
Mas, sinceramente, acho que não o faremos. Estamos demasiado habituados (e porque não dizer: dependentes) aos "pequenos luxos individuais" para pensar de outra forma...
Como bons portugueses, costumamos achar que "quem vier atrás que feche a porta".
Mas vamos entalar-nos. Somos mesmo quem "vem atrás"...
Pensemos então...
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