Por hábito e por interesse, sou, posso dizê-lo, leitor compulsivo de jornais, revistas e outras leituras que me possam dar (pelo menos) a sensação de "estar informado".
Aprendi, muito por "culpa própria" a fazer uma leitura crítica da maior parte dos escritos da Comunicação Social. Habituei-me a tentar encontrar uma espécie de "meio termo" que me permita ter uma visão mais aproximada do que realmente se passa.
Nas pequenas "notícias", há, na maior parte das vezes, mais informação pertinente do que nas "grandes reportagens" ou artigos de opinião de famosos (e bem colocados) "opinion makers". Grosso modo, estes, os últimos, limitam-se a reproduzir uma certa "visão", que, na maior parte das vezes é parcial e, muitas outras, "encomendada".
Nestes últimos tempos, mercê da tão propalada "crise", muitos têm sido os escritos que, quase de forma inocente, acabam por impor uma vontade culpabilizante, para que todos nós (os que trabalham, os que acreditam, os que se esforçam e, acima de tudo, os que somos vítimas de um "esforço concertado de manipulação") nos sintamos como que encurralados e sem grandes hipóteses de "respirar".
posto isto, pergunto-me (e ao expô-lo aqui, alargo a pergunta a todos os poucos que poderão ler-me) o que, na realidade, podemos fazer para partilhar das soluções.
Está visto, porque no-lo dizem insistentemente, que, acima de tudo, devemos "partilhar" da diminuição dos valores (reais) dos nossos salários, das maiores contribuições sociais e das "colectivas" acções de "solidariedade institucional"...
Mas o que é que nós podemos, mesmo, fazer diariamente?
Eu aponto três possibilidades; se cada um de nós apontar outras tantas, se calhar podemos, num esforço independente e autónomo, que, na pior das hipóteses, não prejudicará, mudar alguma coisa...
Ora cá vão as minhas:
1. Usar mais os transportes públicos e menos os veículos próprios. Se, de cada vez que abastecermos, estamos a "importar" energia (na forma de combustível), podemos diminuir, "a la longue", a dependência energética e, consequentemente, os gastos de importação;
2. Comprar mais produtos "Made in Portugal". Se tivermos o cuidado de escolher os artigos que, normalmente consumimos, feitos em Portugal (mesmo que com know-how estrangeiro), apoiaremos a produção nacional e contribuímos, mais uma vez, para a redução das importações;
3. Nos nossos locais de trabalho, assumirmos um comportamento menos despesista. se tivermos em conta, por exemplo, que o custo médio do envio de um fax é de 0.60€, e um e-mail nos "custa" 0,04€, há que fazer "escolhas" interessantes. O orçamento disponível integra todas estas "pequenas contas".
E já agora, se em vez de levarmos a esferográfica no bolso, a deixarmos para que outros a utilizem, também estamos a evitar que nos "invadam" os rendimentos mensais...
Sei que não são "soluções"milagrosas, nomeadamente comparando-as com os gastos que os organismos públicos usam em aquisições de viaturas, medalhas comemorativas e outros tais, mas, se cada um de nós fizer o seu esforço, pode ser que alguma coisa mude.
Porque, no final de contas (e como já está mais do que demonstrado, nos últimos 24 anos em Portugal), não serão os políticos eleitos que nos livrarão da "crise".
Dá que pensar, não dá?
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