4 de abril de 2011

Como será "não querer saber"...?

Sou, muitas vezes, acusado de ser pessimista (ou melhor, de "valorizar" os aspectos negativos da "coisa"), e de estar, quase sempre, a "criticar" e a "dizer mal".
Infelizmente (mais para mim do que para a maioria das pessoas que conheço), este meu péssimo hábito, de estar sempre a "imaginar" que poderia ser melhor, se nos dedicássemos a isso, nasceu comigo.
E, devo escrevê-lo: não são poucas as vezes que os meus pares são "obrigados" a dar-me razão.
Na maior parte das vezes que "critico" e "digo mal", faço-o, porque não consigo entender (e juro que me esforço por conseguir) a atitude de "deixar andar" que, normalmente nos acomete quando estamos em tempo de "fazer algo".
E esta atitude é notória nas grandes e nas pequenas coisas. A expressão "fazer para quê?" é uma das expressões que mais me incomoda. Esta forma de "não fazer", que enerva e imobiliza é, na minha modesta opinião, um dos principais responsáveis pela dita "crise" que temos vindo a atravessar e que terá, ainda, efeitos ainda mais devastadores.
Expressões co-relacionadas ("votar para quê?", "falar para quê?", "ir porquê?"...) são a evidência de uma certa forma de demissão que impede que se cresça e que se melhore. E, em sequência, vem a tal questão da "Excelência", que já reflecti em textos anteriores...
Quando "falo" (nesse tão interessante "tom" crítico de que sou acusado), e digo, por exemplo, que, na profissão docente os que se inflamaram contra a ADD serão os maiores prejudicados (quer se queira, quer não se queira, algum critério terá de existir quando os cortes forem reais - na Irlanda foram 25000 funcionários despedidos sem apelo nem agravo quando o FMI chegou... e os critérios foram esses mesmos, os da avaliação -) e poucos acham que se "deve fazer" alguma coisa.
De forma normal e natural, continuam nessa sua atitude de "laisser faire, laissez passer..." que nos vai, literalmente "matar" a todos.
E, se sou crítico e "negativista", é porque não me sinto nem estúpido nem incompetente, e custa-me pagar pelos erros dos outros.
E como dizia, e não é que goste disso, na maior parte das críticas e "sugestões negativas", o tempo acaba por me dar razão.
Mas, independentemente dessa "razão" a posteriori, admito que não consigo mesmo compreender essa atitude de inacção tão típica que, por exemplo, leva que apenas um em três pessoas faça o que tem de fazer (a "bem" da produtividade!) durante um período mais ou menos prolongado. No entanto, findo esse período, quem sofre somos todos nós...
Deixo-vos agora com uma das minhas "críticas" que acabou de ser confirmada:
"O prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, disse há pouco que a resposta à crise resultaria numa perda de rendimento em 30%. Acusaram-no de pessimista. Tudo indica que Krugman foi optimista. A perda de rendimento será muito maior. Só este ano, por efeito da inflação, da subida do IVA e dos cortes salariais foi superior a 10%. nada comprado com o que aí vem. O aumento do preço do dinheiro que o BCE vai aprovar esta semana e que será seguido por outras subidas  até ao final de 2011 (estima-se que os juros passarão dos actuais 1% para 1,75% no Verão) vão provocar uma perda brutal do rendimento disponível de todos os professores que tiverem créditos à habitação."
Quem o disse foi o Álvaro Santos Pereira no ProfBlog...

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