O Nietchze tinha razão.
A história é mesmo composta por períodos cíclicos.
Há cinco anos, tendo sido convidado para participar como conferencista no Encontro Mundial de Educadores de Infância (no México) e sendo o único portugês a receber tal convite, optei por, ao contrário dos "conselhos" que recebi, solicitar devidamente e oficialmente, autorização para a referida participação.
Após uma imensidão de contactos, mensagens, telefonemas, para o Ministério da Educação, para a Direcção Regional de Educação, para tudo quanto é serviço público, porque ninguém me respondia cabalmente, pela evidente "falta de legislação" adequada ao caso, acabei por entrar em contacto com a Provedoria de Justiça.
Depois de oito (!) meses de troca de informação, a Provedoria de Justiça referiu-me que, para tal efeito, a "situação poderá eventualmente resolver-se (na ausência de Portaria que regula o art.º 111 do ECD) através de pedido, fundamentado no n.º 1 do art.º 27 ou do art.º 28º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro".
No final de todo este esforço, acabei por não ir ao México, pois a Gripe das Aves inviabilizou a realização do Encontro.
Mas fiquei sem resposta oficial.
Repete-se agora a história.
Tendo sido convidado para ir a Madrid participar na "Escuela Internacional de Verano" da Asociación Mundial de Educadores Infantiles (AMEI-WAECE), volto ao universo kafkiano de serviços e burocracia do Ministério da Educação. E contibua a não haver uma resposta clara: do gabinete da Ministra remetem-me para a DRE, da DRE "escudam-se" na legislação existente (e desadequada a este caso em concreto), da Direcção do Agrupamento não se vê coragem para assumir o interesse pedagógico, educativo e formativo de tal participação, bastando para isso, por exemplo, assumir que tal participação se faz no "interesse da realização do projecto Educativo do Agrupamento, na medida em que a divulgação de práticas é um dos objectivos deste"...
Será que alguém me ajuda?
Será que, a Autonomia das Escolas é, mesmo, uma expressão vã?
24 de maio de 2011
22 de maio de 2011
Escolhas...
Todas as crises conduzem a um aumento da vulnerabilidade, mas nem todas as crises são necessariamente um momento de risco.
Está nas nossas mãos agir para mudar. Muito se tem falado de "consumir português", "emigrar", "escolher outros políticos" e de tantas outras "soluções boas, baratas e eficazes".
Mas a saída da crise (de todas as crises) é uma viagem pessoal. Interior. Egoísta.
Por mais que possamos agir (ou reagir) como um conjunto, é nos pequenos (grandes) momentos das nossas escolhas individuais que decidimos o futuro da nossa comunidade.
Quando falamos de comportamentos, não devemos (podemos) esquecer-nos que o movimento assertivo é, tal como na divisão celular, a base do desenvolvimento.
"Se eu não for, tu não vais". "Se eu não fizer, tu não fazes". "Se eu não pensar, tu não pensas".
Infelizmente, é pela negativa que nos temos vindo a "reproduzir".
Mas é chegado o tempo de nos mudarmos a nós próprios.
É chegado o tempo de não deixar lixo espalhado, apenas porque "já lá havia lixo", de não deixar o carro estacionado em cima do passeio, porque "já lá estavam outros", de não deixar de ir votar, porque os "outros também não vão..."
É chegado o momento de fazer escolhas e de as assumir.
A indefinição, a incapacidade de tomar decisões, a "facilidade" de deixar a "vontade de fazer" para os outros é o que nos tem arruinado.
Já chega!
Para bom entendedor...
Está nas nossas mãos agir para mudar. Muito se tem falado de "consumir português", "emigrar", "escolher outros políticos" e de tantas outras "soluções boas, baratas e eficazes".
Mas a saída da crise (de todas as crises) é uma viagem pessoal. Interior. Egoísta.
Por mais que possamos agir (ou reagir) como um conjunto, é nos pequenos (grandes) momentos das nossas escolhas individuais que decidimos o futuro da nossa comunidade.
Quando falamos de comportamentos, não devemos (podemos) esquecer-nos que o movimento assertivo é, tal como na divisão celular, a base do desenvolvimento.
"Se eu não for, tu não vais". "Se eu não fizer, tu não fazes". "Se eu não pensar, tu não pensas".
Infelizmente, é pela negativa que nos temos vindo a "reproduzir".
Mas é chegado o tempo de nos mudarmos a nós próprios.
É chegado o tempo de não deixar lixo espalhado, apenas porque "já lá havia lixo", de não deixar o carro estacionado em cima do passeio, porque "já lá estavam outros", de não deixar de ir votar, porque os "outros também não vão..."
É chegado o momento de fazer escolhas e de as assumir.
A indefinição, a incapacidade de tomar decisões, a "facilidade" de deixar a "vontade de fazer" para os outros é o que nos tem arruinado.
Já chega!
Para bom entendedor...
12 de maio de 2011
O que temos...
Hoje, em trabalho, estive uma parte da tarde na lindíssima Vila de Cascais.
E assaltou-me o desejo de me "vestir" de turista e descobrir, com maior pormenor, os cantos e recantos daquela nunca conhecida, mas fantástica, área de beleza estimada.
Como cidadão, não autóctone, dou os parabéns àqueles que têm protegido (e desenvolvido) aquele espaço que brilha e se destaca.
Fez-me sentir bem.
Deu-me alento.
Acima de tudo, mostrou-me que (nós, os portugueses!), sabemos fazer.
Então, porque esperamos?
(uma pequena nota: no regresso, "inaugurei" o último troço do IC17 até Odivelas. Obra esperada e, sem dúvida, facilitadora, tem, contudo, demasiadas evidências deste "desenvolvimento" nacional a várias velocidades: três quilómetros de "obra" de ricos: centenas de "avisos" led, redundantes entre si; centenas de equipamentos sinalizadores, que, pela sua repetição se tornam desnecessários e centenas de "luxos" completamente inócuos e desadequados. Para uma "obra" que "derrapou" muitos milhares de euros, se atrasou seis anos e tem 3 quilómetros, é demais!
Só me deu para pensar que, uns quilómetros mais à frente (KM13 do IC17), morrem, mensalmente, duas pessoas em média, devido à insuficiente sinalização... Coisas!)
E assaltou-me o desejo de me "vestir" de turista e descobrir, com maior pormenor, os cantos e recantos daquela nunca conhecida, mas fantástica, área de beleza estimada.
Como cidadão, não autóctone, dou os parabéns àqueles que têm protegido (e desenvolvido) aquele espaço que brilha e se destaca.
Fez-me sentir bem.
Deu-me alento.
Acima de tudo, mostrou-me que (nós, os portugueses!), sabemos fazer.
Então, porque esperamos?
(uma pequena nota: no regresso, "inaugurei" o último troço do IC17 até Odivelas. Obra esperada e, sem dúvida, facilitadora, tem, contudo, demasiadas evidências deste "desenvolvimento" nacional a várias velocidades: três quilómetros de "obra" de ricos: centenas de "avisos" led, redundantes entre si; centenas de equipamentos sinalizadores, que, pela sua repetição se tornam desnecessários e centenas de "luxos" completamente inócuos e desadequados. Para uma "obra" que "derrapou" muitos milhares de euros, se atrasou seis anos e tem 3 quilómetros, é demais!
Só me deu para pensar que, uns quilómetros mais à frente (KM13 do IC17), morrem, mensalmente, duas pessoas em média, devido à insuficiente sinalização... Coisas!)
3 de maio de 2011
Mudança?!
Já aqui o escrevi algumas vezes, mas não me canso de o repetir: a Mudança (em Portugal!) é uma ideia vã!
Todos os dias (infelizmente), são dias de comprovar que os portugueses não são o que julgam ser.
Os portugueses são mesmo o que são.
Há uns tempos partilhava aqui, num post, uma alegoria que nos relatava um exemplo evidente de "quem são os portugueses". Nessa alegoria, dizia-se que, ao contrário do que se pensa, os portugueses contemporâneos não são descendentes dos navegadores que "deram novos mundos ao Mundo". São descendentes do portugueses que ficaram...
Hoje, mais uma vez (eu já nem devia comentar este tipo de acontecimentos...) ficou demonstrada a vontade de imobilidade tão característica do nosso "ser".
Enquanto membro de um grupo de decisão, que, na maior parte das vezes sofre de um modelo governativo incompetente, ignorante e desadequado, tenho a possibilidade (com suporte legal!) de mudar algumas práticas que, efectivamente, prejudicam seriamente a minha função profissional, a minha capacidade de resposta e, acima de tudo, a minha disponibilidade.
Também já aqui referi que, por questões de educação, cultura e (acho) conhecimento de um mundo maior do que o por aqui se respira, tenho em mim uma qualquer incapacidade de "comer e calar", tão ao gosto dos meus pares.
Por tal, não me canso de propor, em vários espaços, soluções que, no mínimo, poderiam ser reflectidas e analisadas à luz das contínuas "queixas e reclamações" de que, na maior parte das vezes, sou ouvinte e confidente.
Por isso, tendo a apresentar propostas que reúnam (pelo menos tacitamente) um apoio alargado.
Mas o que é que, também normalmente, se passa?
Quando chega a hora de votar (e assumir) as propostas, há sempre alguém (que é como quem diz: a maior parte!) que "salta fora!". É este o nosso "karma".
Como exemplo: sendo eu docente, estando eu incluído naqueles milhares de profissionais que sente as reuniões como "uma perda de tempo, inconsequentes, desastrosas e desadequadas", apresentei uma proposta clara (legal e consubstanciada em práticas realizadas em outros espaços) que pretendia não só tornar esses espaços mais adequados como, acima de tudo, mais produtivos.
Após mais de uma hora de análises e reflexão sobre a proposta, eis que a votação revela o já esperado: que "não é tempo de mudar".
E o "melhor de tudo foram as justificações pessoais": "a tua proposta é boa, mas há algumas coisinhas que não vão ser aceites pelos outros", ou "se não tivesses incluído aquela segunda linha, até as outras nova eram boas", ou ainda "eu votei assim porque já sabia que, se calhar as pessoas também iam votar como eu"...
Como imaginam, é nestes momentos que, realmente, me sinto bem!
E, melhor ainda: é nestes momentos que eu tenho ainda mais vontade de mudar...
...de País!
Nota: neste preciso momento em que escrevo, o nosso ex-futuro-primeiro-ministro anuncia que a "troika" não vai cortar o 13º nem o 14º mês... E as pensões vão ser só reduzidas para alguns... Efeitos desta "mudança" tipicamente portuguesa. Tudo está bem quando acaba em bem!....
SOCOOOOOOOORRRO!
Todos os dias (infelizmente), são dias de comprovar que os portugueses não são o que julgam ser.
Os portugueses são mesmo o que são.
Há uns tempos partilhava aqui, num post, uma alegoria que nos relatava um exemplo evidente de "quem são os portugueses". Nessa alegoria, dizia-se que, ao contrário do que se pensa, os portugueses contemporâneos não são descendentes dos navegadores que "deram novos mundos ao Mundo". São descendentes do portugueses que ficaram...
Hoje, mais uma vez (eu já nem devia comentar este tipo de acontecimentos...) ficou demonstrada a vontade de imobilidade tão característica do nosso "ser".
Enquanto membro de um grupo de decisão, que, na maior parte das vezes sofre de um modelo governativo incompetente, ignorante e desadequado, tenho a possibilidade (com suporte legal!) de mudar algumas práticas que, efectivamente, prejudicam seriamente a minha função profissional, a minha capacidade de resposta e, acima de tudo, a minha disponibilidade.
Também já aqui referi que, por questões de educação, cultura e (acho) conhecimento de um mundo maior do que o por aqui se respira, tenho em mim uma qualquer incapacidade de "comer e calar", tão ao gosto dos meus pares.
Por tal, não me canso de propor, em vários espaços, soluções que, no mínimo, poderiam ser reflectidas e analisadas à luz das contínuas "queixas e reclamações" de que, na maior parte das vezes, sou ouvinte e confidente.
Por isso, tendo a apresentar propostas que reúnam (pelo menos tacitamente) um apoio alargado.
Mas o que é que, também normalmente, se passa?
Quando chega a hora de votar (e assumir) as propostas, há sempre alguém (que é como quem diz: a maior parte!) que "salta fora!". É este o nosso "karma".
Como exemplo: sendo eu docente, estando eu incluído naqueles milhares de profissionais que sente as reuniões como "uma perda de tempo, inconsequentes, desastrosas e desadequadas", apresentei uma proposta clara (legal e consubstanciada em práticas realizadas em outros espaços) que pretendia não só tornar esses espaços mais adequados como, acima de tudo, mais produtivos.
Após mais de uma hora de análises e reflexão sobre a proposta, eis que a votação revela o já esperado: que "não é tempo de mudar".
E o "melhor de tudo foram as justificações pessoais": "a tua proposta é boa, mas há algumas coisinhas que não vão ser aceites pelos outros", ou "se não tivesses incluído aquela segunda linha, até as outras nova eram boas", ou ainda "eu votei assim porque já sabia que, se calhar as pessoas também iam votar como eu"...
Como imaginam, é nestes momentos que, realmente, me sinto bem!
E, melhor ainda: é nestes momentos que eu tenho ainda mais vontade de mudar...
...de País!
Nota: neste preciso momento em que escrevo, o nosso ex-futuro-primeiro-ministro anuncia que a "troika" não vai cortar o 13º nem o 14º mês... E as pensões vão ser só reduzidas para alguns... Efeitos desta "mudança" tipicamente portuguesa. Tudo está bem quando acaba em bem!....
SOCOOOOOOOORRRO!
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