11 de novembro de 2008

Sobre professores, ministras e outras coisas...

Há já algum tempo que, infelizmente, não passava por cá.
O meu último "post" falava de tristeza, de tempo ocupado, de pouca clareza, de confusão...
Há algum tempo que não passava por cá, mas a razão é a mesma.
Mas agora, depois de uma manifestação em que muitos dos colegas participaram, mais uma vez (e esta é a minha opinião) motivados por muito mais do que aquilo que realmente pareceu (a mim e a todos os que, ou não são docentes, ou não os compreendem!), tive de vir cá deixar a minha opinião (ou, pelo menos, a explicitação das minhas ideias...).
Agora, anunciaram, foram 120 mil! E, para a grande parte dos que lá estiveram, ficou a impressão que "agora é que foi!".
Nada mais errado. Mais uma vez de nada serviu (nem servirá!). Infelizmente (e tenho-o dito aqui, algumas vezes) não será com manifestações, mas sim com acções concretas e claras, nas escolas, junto das famílias, na relação diária com o empregado do café, da mercearia e do cableireiro que temos de clarificar a nossa posição.
Sou o único docente de uma família de muitos irmãos. Continuo a ouvir, nas reuniões familiares, o que não quero nem gosto de ouvir. Sou tio de sobrinhos e sobrinhas que frequentam a escola pública. Continuo a ouvir (e a ver) coisas que não quero nem gosto de ouvir e de ver. Sou docente numa escola grande, com muitos professores e professoras. E continuo a ver, a ouvir e a sentir o que não quero nem gosto.
É fácil olhar para o lado e ser implacável. É fácil criticar e sugerir mudanças nos outros...
O que é mais difícil é saber que temos também de mudar.
E este é um alerta especial aos sindicatos e aos movimentos sindicais...
Que discurso é o do Professor que vai para uma manifestação exigir a demissão de uma Ministra que diz, em voz alta, o que ouvimos todos os dias em surdina?
Que professor critica um Estatuto da Carreira Docente que torna evidente o que andou a defender durante muitos anos? parece que nos esquecemos que também somos pais...
Pois é. Parece que já nos esquecemos. E o pior é que os que agora criticam são os que chegaram até ao topo da carreira sem esforço, e que, no meu entender, nem se preocuparam muito com o estado "a que isto chegou"...
De que serve uma manifestação de 100 mil se, no dia seguinte, se aprova uma lei que permite que "deputados, presidentes de Câmara e sindicalistas" atinjam a carreira superior (Professor Titular) sem sequer estar na Escola????
Há que pensar (bem) nisto!

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