Há cerca de dois anos, ouvi, pela primeira vez, numa mesma frase, a palavra "cancro" e o nome de um familiar próximo.
Nunca tal tinha acontecido (a maior parte dos familiares que já seguiram, não tiveram direito a essa conjugação).
Como me parece ser normal, todos os sinais de alerta e desconfiança foram ativados.
Não interessa, agora, deter-me no que se sente nessa altura.
Mas não posso deixar de referir que, dois anos passados, a "última" consulta trouxe boas novas: até ao próximo exame, daqui a um ano, a situação não oferece cuidados de maior.
Não obstante, não posso deixar de usar este "Livro de Trombas", onde por vezes, o pior de nos é (está) tão evidente, para dizer que, ao longo de mais de um cento de vezes em contexto hospitalar, nem uma única razão para "zurzir" no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Simpatia, empatia, cuidado, disponibilidade, consciência, atenção ou acompanhamento são algumas das palavras que acompanharam e caracterizaram esta viagem.
Médicos, enfermeiros e assistentes exemplares (alguns deles, imigrantes, que saíram dos seus países para ajudar outros; estagiários cujo sistema de educação escolar nacional formou ou técnicos que manuseiam equipamentos de altíssima gama e qualidade que resolvem, de facto, problemas...), serviços administrativos que nunca deixaram de informar adequadamente, com uma comunicação exemplar, atempada e clara ou equipamentos e instalações que prezam pela qualidade e organização, são toda a experiência vivida.
Poderão, se quiserem, dizer-me que "não é essa a vossa experiência", e até acredito que possa ser verdade.
Mas, de facto, eu, que não posso contar muitas experiências no SNS, sublinho que não sou bonito, não sou rico e não tenho "conhecimentos" de monta - o mesmo do resto da família - (o que atesta que a "sorte" que aqui relato não se inscreve no "típico Portugal" corrupto que muitos atestam como real...), só posso referir que, se o Serviço Nacional de Saúde "funciona mal" ou "não funciona", eu não o consegui comprovar. Por mais que o anunciem aos gritos, em cartazes ou por aqui, neste grande espaço hiperativo e acéfalo.
Muito haverá a fazer (há sempre mais a fazer), mas hoje, fica-me, sobretudo, a ideia que estes dois anos, vividos há 30 anos, provavelmente não teriam o mesmo desfecho.
E isso, quer queiramos, quer não, é fruto de um Estado Democrático no qual, todos nós contamos.
Como contam aqueles que escolhem trabalhar aqui, estudar aqui e viver aqui.
Por isso, em mês de celebração, não nos esqueçamos, nunca, das vitórias que nos permitem agradecer!
Obrigado.
13 de maio de 2024
Sistema Nacional de Saúde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário