É o que nos dão as reflexões partilhadas.
Por vezes, na mais insignificante (aparentemente) troca de palavras, escondem-se tesouros fascinantes do pensamento.
Há dias, numa conversa informal com uma colega, durante a hora do almoço, interrogávamo-nos sobre o porquê da cada vez mais baixa cultura dos portugueses.
Não nos estávamos a referir à Cultura num espaço do "ambiente cultural (arte, música, expressão, etc.)" mas sim às formas de interpretação do conhecimento, da análise e da acção humana.
Falávamos de cultura do saber, do saber-fazer, do interrogar, dos escolher técnicas e tecnologias adequadas à vida e à sobrevivência humana.
Neste "saco" estavam também as nossas reflexões pessoais sobre o fundamental da evolução humana. Para onde queremos nós ir? De que forma? Porquê?...
Como de resto sempre acontece nestas conversas, "perdemo-nos" em reflexões e efabulações, em opiniões e sugestões, em afirmações e constatações...
Mas destas todas, houve uma frase da Ana que me ficou a matutar na cabeça.
"As crianças seguem sempre o Conhecimento. Somos nós que as desencaminhamos!".
Se não foi assim, ipsis verbis, o significado pretendido era este.
Não no momento, como será quase lógico, mas após a maturação da ideia, eis que me vejo a atribuir um significado especial às palavras da Ana.
Efectivamente, as crianças seguem o Conhecimento.
As crianças identificam-se, naturalmente, com os seus líderes (professores, colegas, familiares, etc.) e, de entre estes, é quase certo que o fazem por confiar neles como seus guias para o Conhecimento. Não será por interesse determinado, também não o é por influência, decerto não será por manipulação...
Seguem-nos por confiar que "ficarão a saber".
É ainda mais notório que esta identificação surge espontânea e naturalmente desde muito cedo na infância.
As crianças identificam-se com quem sabe. Não escrevo sobre "saber" formal e formalizado, escolar e académico, tradicional e social. Refiro Saber como um espaço de aprendizagem para o conhecimento, para a acção, para a inclusão.
Esta identificação é demasiado visível (se quisermos vê-la!), mas, por alguma razão, a Escola não a aproveita.
Indo até um pouco mais fundo, há, demasiadas vezes, pouca identificação das crianças com os agentes da Escola, ou mesmo com a Escola...
Porque será?
Não será tempo de a Escola se tornar um líder natural, por, inconscientemente, Saber para Ser?
Que escola queremos nós para os nosso filhos e educandos: uma que lhes dê as ferramentas que necessitam para SER, ou apenas uma que as obrigue a fazer?
Voltarei ao tema.
P.S. Obrigado Ana pela "campainha" que accionaste.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Às vezes fico em "mood de revisitar". Acho que hoje é um desses dias...
É interessante revisitar, porque percebemos como se construíram os percursos, como se teceram as afinidades, como se encontraram tempos e espaços para colaborar...
Ana
Enviar um comentário