É, normalmente, nesta fase do ano (os últimos dias, o "estertor da morte")que se fazem os desejos para o ano que se segue.
Como é também "tradicional" nestes últimos momentos, deseja-se aquilo que "devia ter acontecido, mas não aconteceu!".
É assim, sempre foi assim e continuará a ser assim por muitos e muitos mais anos.
Contudo, porque somos animais de hábitos, não passamos sem essa formulação "fundamentada e lógica", que nos liberta (pelo menos um bocadinho) e projecta num referencial pouco efectivo (a Sorte) aquilo que gostaríamos que, realmente, acontecesse num futuro próximo.
Assim sendo, aqui vai:
- Que 2010 seja um ano de mudança em termos ecológicos e ambientais;
- Que 2010 faça chegar a todos os portugueses a consciência de que, todos juntos, podemos fazer melhor;
- Que 2010 traga uma efectiva aposta na Educação e na Justiça como espaço fundamental para a melhoria e para o crescimento da economia;
- Que 2010 permita que se "veja mais longe" e que, consequentemente, se comecem a fazer projectos a médio e longo prazo (coisa que tem sido difícil, especialmente na Educação);
- Que 2010 seja o ano do retorno ao básico: Saber Pensar, Saber Ser e Saber Estar!!!!;
- Que 2010 permita que, no seu final, não tenhamos de voltar a fazer os mesmos "pedidos";
E por último, que 2010 seja mesmo o ANO das MUDANÇAS!
Bom Ano!
30 de dezembro de 2009
11 de dezembro de 2009
Aprendizagem Colaborativa
São muitas as mensagens que, diariamente, recebemos.
Algumas são especiais. Este é um caso:
Algumas são especiais. Este é um caso:
Participar...
Já aqui escrevi algumas vezes que me surpreendo com a alguma incapacidade que a maior parte das pessoas têm de se envolver na "coisa pública".
Já o referi também que essa pouca disponibilidade, nomeadamente no que concerne às suas próprias escolhas pessoais, me é aterradora, na perspectiva da luta por uma "vida feliz".
Parafraseando um comercial de televisão, "se eu não fizer por mim, quem o fará"?
Mas às vezes, também fico siderado com as respostas que alguns desafios obtêm.
Serve isto para explicar (se é possível) o apoio e envolvimento que tenho recebido (em nome de uma equipa maior) para a nossa "causa". E a causa até é uma "causa" menor, se tivermos em conta os problemas mais latos e globais que o país e as pessoas actualmente enfrentam.
Em torno de um projecto associativo e profissional, tem nascido uma onda de apoio e solidariedade que, devo confessá-lo, me espanta de alguma forma. Não pelo valor intrínseco que o projecto, por si, possa ter, mas pela globalidade e origem de referências de agrado e cumplicidade.
Surpreende-me e satisfaz-me, porque, sendo eu um optimista melancólico, apraz-me registar que ainda há movimentos que despoletam paixões e acções.
E isso, enquanto "forma de vida", deixa-me feliz.
O meu obrigado pela "participação".
Já o referi também que essa pouca disponibilidade, nomeadamente no que concerne às suas próprias escolhas pessoais, me é aterradora, na perspectiva da luta por uma "vida feliz".
Parafraseando um comercial de televisão, "se eu não fizer por mim, quem o fará"?
Mas às vezes, também fico siderado com as respostas que alguns desafios obtêm.
Serve isto para explicar (se é possível) o apoio e envolvimento que tenho recebido (em nome de uma equipa maior) para a nossa "causa". E a causa até é uma "causa" menor, se tivermos em conta os problemas mais latos e globais que o país e as pessoas actualmente enfrentam.
Em torno de um projecto associativo e profissional, tem nascido uma onda de apoio e solidariedade que, devo confessá-lo, me espanta de alguma forma. Não pelo valor intrínseco que o projecto, por si, possa ter, mas pela globalidade e origem de referências de agrado e cumplicidade.
Surpreende-me e satisfaz-me, porque, sendo eu um optimista melancólico, apraz-me registar que ainda há movimentos que despoletam paixões e acções.
E isso, enquanto "forma de vida", deixa-me feliz.
O meu obrigado pela "participação".
18 de novembro de 2009
Em Espanha, a defender o "que é Nacional é bom"!
Já que são parcas as vezes em que me "deixam" dissertar sobre as questões da Educação e da Educação de Infância, em locais públicos, neste cantinho "à beira Mar plantado", lá vou até Madrid para dizer em Espanhol o que não consigo que ouçam em Português...
Podem acompanhar o congresso através da internet e, se quiserem, participar "à distância".
Discorrerei sobre "Competências Tecnológicas no Jardim de Infância" e acima de tudo, absorverei o que por aí fora se anda a fazer nesta área...
Podem acompanhar o congresso através da internet e, se quiserem, participar "à distância".
Discorrerei sobre "Competências Tecnológicas no Jardim de Infância" e acima de tudo, absorverei o que por aí fora se anda a fazer nesta área...
5 de novembro de 2009
Sobre “dimensões e componentes da profissão de Educador de Infância”*
Num outro fórum em que participo, reflecte-se à volta das “dimensões e componentes da profissão de Educador de Infância” e, como é comum neste tipo de partilha, muito se tem dito, nomeadamente sobre o espaço da formação académica e, claro está, de definição de um quadro ético e deontológico.
Os comentários, designadamente os que nos oferecem uma maior profundidade de reflexão, consubstanciam, na globalidade, uma dinâmica de assunção de um problema que “urge resolver”…
Mas, independentemente de parte da reflexão se apoiar na perspectiva da pertinência da formação (inicial, contínua, especializada, etc.), prefiro destacar a "construção pessoal da profissionalidade".
Neste conceito, devo, para melhor entendimento, "ir buscar" um tópico de base da citada reflexão que enunciava um conjunto de pressupostos de “Ser Educador” (dos quais retirei alguns: Acompanhar e apoiar o desenvolvimento de cada criança; Desempenhar um papel social da mais elevada responsabilidade. (Valores Implicados) Humildade, respeito, cumplicidade, parceria, solidariedade, curiosidade, vontade de saber mais, igualdade, resignação, espírito de iniciativa, saber trabalhar em grupo; Vocação, entrega total, imparcialidade, justiça, bondade, altruísmo, partilha; saber ir ao encontro das necessidades, dificuldades, opiniões, … das crianças; ajudar as crianças a serem pessoas mais cultas, educadas, formadas a vários níveis…) que me fez sorrir: a forma como são apresentados fez-me imaginar estar a folhear um qualquer livro de "comics" americanos onde, nas primeiras páginas, se desfiam as características do super-herói protagonista...
E essa foi mesmo a sensação: a de que para alguém, os educadores/professores/docentes são super-heróis.
Desculpem-me discordar com esta visão de "Um Mundo Perfeito".
Independentemente dos valores (construídos ou inatos) do espaço social, das "obrigações e deveres" profissionais e do quadro (regulamentador) da tarefa educativa, não nos podemos esquecer, nunca, que o educador/professor/docente é um ser humano, com todas as características e condicionalismos que estão associados a esse seu estado.
Por tal, ao reflectir o espaço da organização ética e deontológica do educador/professor/docente, é fundamental incluir as questões referentes a sua condição humana e social.
Quantos de nós não erramos, não invejamos, não somos pouco solidários, não estacionamos o veículo em cima do passeio, não gritamos, não nos zangamos desnecessariamente, não somos racistas ou xenófobos?...
Faz parte da condição humana.
Citando a Prof. Isabel Batista (em entrevista à Página da Educação): "Na minha opinião, os valores éticos fundamentais dos educadores baseiam-se na proximidade e na responsabilidade. Neste sentido, costumo defender três princípios básicos: o primeiro é o reconhecimento da perfectibilidade de todas as pessoas, ou seja, de que todos podem e devem fazer um percurso de aperfeiçoamento - que, no fundo, é o direito de realização da sua humanidade. Para um professor, esta dimensão deveria constituir uma condição prévia ao exercício da sua profissão.
Depois, a crença incondicional na educabilidade do outro. Um professor que não crê neste pressuposto não pode acreditar que o aluno pode fazer um percurso de evolução positiva, nomeadamente através da sua intervenção.
Por último, a aceitação ética do negativo da educabilidade, ou seja, o princípio de que a educabilidade não pode ser exercida influenciando o percurso do outro a qualquer custo, porque o outro não é uma "obra" minha." aproveito para sublinhar o aspecto da formação pessoal e social do cidadão como base do desenvolvimento de uma competência profissional.
Neste particular, e independentemente da formação (académica) que nos seja permitida, é de particular importância a reflexão sobre o espaço da nossa intervenção individual enquanto modelo educativo. Não será "visível", no espaço formal de intervenção educativa, a nossa incapacidade de partilhar? a incapacidade de integrar, efectivamente, os nossos novos colegas de profissão (a este respeito, a conselho uma "vista de olhos" a teses ou artigos sobre "Dificuldades de Integração Profissional dos Novos Docentes", nas quais, invariavelmente, os resultados apontam como principais dificuldades percepcionadas as questões da integração na escola e o convívio com os colegas como as primeiras - destacadas - objecções...)?, de articular, efectiva e eficazmente, no pressuposto da Qualidade Educativa?, de construir um espaço relacional sem ambiguidades e, acima de tudo, de coragem e frontalidade????
Ou seja, independentemente do quadro legal, institucional, de crenças e valores profissionais, falar de ética e deontologia é também falar de mim, do EU e da minha relação com os outros e, sobretudo, predisponibilizar-me para a crítica, para a melhoria e para o crescimento individual. E estes, infelizmente, ainda são conceitos arredados da reflexão docente...
Mas não deviam…!
*ou de outros docentes!
Os comentários, designadamente os que nos oferecem uma maior profundidade de reflexão, consubstanciam, na globalidade, uma dinâmica de assunção de um problema que “urge resolver”…
Mas, independentemente de parte da reflexão se apoiar na perspectiva da pertinência da formação (inicial, contínua, especializada, etc.), prefiro destacar a "construção pessoal da profissionalidade".
Neste conceito, devo, para melhor entendimento, "ir buscar" um tópico de base da citada reflexão que enunciava um conjunto de pressupostos de “Ser Educador” (dos quais retirei alguns: Acompanhar e apoiar o desenvolvimento de cada criança; Desempenhar um papel social da mais elevada responsabilidade. (Valores Implicados) Humildade, respeito, cumplicidade, parceria, solidariedade, curiosidade, vontade de saber mais, igualdade, resignação, espírito de iniciativa, saber trabalhar em grupo; Vocação, entrega total, imparcialidade, justiça, bondade, altruísmo, partilha; saber ir ao encontro das necessidades, dificuldades, opiniões, … das crianças; ajudar as crianças a serem pessoas mais cultas, educadas, formadas a vários níveis…) que me fez sorrir: a forma como são apresentados fez-me imaginar estar a folhear um qualquer livro de "comics" americanos onde, nas primeiras páginas, se desfiam as características do super-herói protagonista...
E essa foi mesmo a sensação: a de que para alguém, os educadores/professores/docentes são super-heróis.
Desculpem-me discordar com esta visão de "Um Mundo Perfeito".
Independentemente dos valores (construídos ou inatos) do espaço social, das "obrigações e deveres" profissionais e do quadro (regulamentador) da tarefa educativa, não nos podemos esquecer, nunca, que o educador/professor/docente é um ser humano, com todas as características e condicionalismos que estão associados a esse seu estado.
Por tal, ao reflectir o espaço da organização ética e deontológica do educador/professor/docente, é fundamental incluir as questões referentes a sua condição humana e social.
Quantos de nós não erramos, não invejamos, não somos pouco solidários, não estacionamos o veículo em cima do passeio, não gritamos, não nos zangamos desnecessariamente, não somos racistas ou xenófobos?...
Faz parte da condição humana.
Citando a Prof. Isabel Batista (em entrevista à Página da Educação): "Na minha opinião, os valores éticos fundamentais dos educadores baseiam-se na proximidade e na responsabilidade. Neste sentido, costumo defender três princípios básicos: o primeiro é o reconhecimento da perfectibilidade de todas as pessoas, ou seja, de que todos podem e devem fazer um percurso de aperfeiçoamento - que, no fundo, é o direito de realização da sua humanidade. Para um professor, esta dimensão deveria constituir uma condição prévia ao exercício da sua profissão.
Depois, a crença incondicional na educabilidade do outro. Um professor que não crê neste pressuposto não pode acreditar que o aluno pode fazer um percurso de evolução positiva, nomeadamente através da sua intervenção.
Por último, a aceitação ética do negativo da educabilidade, ou seja, o princípio de que a educabilidade não pode ser exercida influenciando o percurso do outro a qualquer custo, porque o outro não é uma "obra" minha." aproveito para sublinhar o aspecto da formação pessoal e social do cidadão como base do desenvolvimento de uma competência profissional.
Neste particular, e independentemente da formação (académica) que nos seja permitida, é de particular importância a reflexão sobre o espaço da nossa intervenção individual enquanto modelo educativo. Não será "visível", no espaço formal de intervenção educativa, a nossa incapacidade de partilhar? a incapacidade de integrar, efectivamente, os nossos novos colegas de profissão (a este respeito, a conselho uma "vista de olhos" a teses ou artigos sobre "Dificuldades de Integração Profissional dos Novos Docentes", nas quais, invariavelmente, os resultados apontam como principais dificuldades percepcionadas as questões da integração na escola e o convívio com os colegas como as primeiras - destacadas - objecções...)?, de articular, efectiva e eficazmente, no pressuposto da Qualidade Educativa?, de construir um espaço relacional sem ambiguidades e, acima de tudo, de coragem e frontalidade????
Ou seja, independentemente do quadro legal, institucional, de crenças e valores profissionais, falar de ética e deontologia é também falar de mim, do EU e da minha relação com os outros e, sobretudo, predisponibilizar-me para a crítica, para a melhoria e para o crescimento individual. E estes, infelizmente, ainda são conceitos arredados da reflexão docente...
Mas não deviam…!
*ou de outros docentes!
26 de outubro de 2009
Nova vida, ou novos desafios?
Comentava-se hoje, por bandas da Sala de Professores, o que nos traria um novo Governo e um(a) novo(a) Ministra da Educação.
Não tenho respostas. Não sou futurólogo mas sinto que posso afirmar que, sem que nada se mova, tudo possa mudar.
E nada se mova porquê?
Porque é conveniente iniciar um novo período de "bodo aos pobres" que permita uma navegação segura e sem percalços.
Porque é importante que não caia nada que não se aguente em pé, e que nada seja içado que deva estar caído.
Ou seja. Para já, mudanças só na possibilidade de acharmos que alguma coisa mudará...
Não tenho respostas. Não sou futurólogo mas sinto que posso afirmar que, sem que nada se mova, tudo possa mudar.
E nada se mova porquê?
Porque é conveniente iniciar um novo período de "bodo aos pobres" que permita uma navegação segura e sem percalços.
Porque é importante que não caia nada que não se aguente em pé, e que nada seja içado que deva estar caído.
Ou seja. Para já, mudanças só na possibilidade de acharmos que alguma coisa mudará...
12 de outubro de 2009
Sobre Tudo e Coisa Nenhuma....
Chegámos a um ponto em que tudo nos é possível.
Sem nos darmos conta disso, fomo-nos tornando cada vez menos exigentes e cada vez mais permissivos.
Não basta acharmos que "alguma coisa deve ser feita". É fundamental que o façamos.
Vem este comentário a propósito da (recorrente) Avaliação de Desempenho dos Docentes (ADD).
Já muito foi dito e escrito, mas continuamos a ter a possibilidade de acrescentar mais uns pozinhos...
Hoje, a novidade foi a de que "neste contexto, não há professores excelentes!"
Desculpem-me discordar.
Infelizmente, como já tive, por mais de uma vez, a oportunidade de aqui referir, a principal (na minha modesta opinião) causa de mal-estar no grupo docente (e reparem que não lhe chamo classe, porque, por definição, teria de ser uma mole - humana - com o mesmo sentido) sobre este modelo de Avaliação proposto é o facto de partir do princípio que todos os docentes são maus e, por isso, deverão melhorar.
Claro está que, nesta base empírica, teríamos de falar da economia de escala, da curva de Gauss, da necessidade imperiosa de adequar recursos a objectivos e a resultados...
Não é, contudo, sobre estes pressupostos que agora me apetece reflectir.
Defendo que, sobre este (errado) modelo de Avaliação, bastar-nos-ia "pô-lo a funcionar" para ele cair. Ou seja, se todos nós, docentes, tivessemos requerido a "Avaliação Científica e Pedagógica", em menos de dias, todo o sistema ruiria. Além de que mostraríamos a todos aqueles que acham que não queremos ser avaliados que não é bem essa a nossa razão.
Dou-vos um exemplo: requeri a dita avaliação científica e a colega Avaliadora era docente titular de um grupo de lugar único. Nos dias em que esteve a observar-me, o seu grupo foi assegurado (para que funcionasse) pela colega do Conselho Executivo que para o efeito se deslocou...
A conveniência da coisa é que só três (em 21) docentes do Departamento solicitaram a tal avaliação, senão, quantas escolas teriam de fechar?
Serve esta interrogação para explicitar a forma mais adequada de fazer cair o modelo de avaliação: é incomportável!
Mas só fazendo-o funcionar é possível objectivar o efeito negativo e pernicioso que lhe está adjacente.
Porque temos nós medo de arriscar?
Mas gostava ainda de reflectir um outro aspecto. Tenho ouvido (e acaba por ser muito geral) que, na maior parte dos CEs (ou Directores, agora) o nível "Excelente" não tem sido muito "atribuído". Dizem-me, na maior parte das vezes que se deve ao facto de que "nenhum de nós é excelente!".
Ora aqui está uma vez mais, a nossa forma de pactuarmos com o sistema que nasceu torto.
Por definição, "Excelência" representa um estado abstracto de superioridade ou o estado de ser Bom no mais alto grau.
Ora, neste caso concreto (o da ADD), o nível "Excelente" corresponde a um espaço da graduação de avaliação (entre 9,1 e 10), logo, não corresponde a essa definição abstracta de Excelência.
Tivessem chamado a esse intervalo gradual "Muitíssimo Bom" ou "Óptimo" e se calhar não haveria pruridos, mas, talvez a escolha de palavra (e conceito) fosse propositada. Se calhar era intenção criar este "efeito nuvem" para que o prurido pedagógico-administrativo funcionasse em desfavor dos docentes...
Não havendo "Excelência" cumprir-se-ia a estratégia de "afinar por baixo" (com as tais implicações que isso teria ao nível da Carreira, da Curva de Gauss, etc., etc.), e, logo, de justificar a afirmação de que os docentes "são maus e precisam melhorar"...
Cabe-nos mostrar o contrário: que todos os docentes são excelentes, mas podem ainda ser melhores!
Mas como disse no princípio: chegámos a um ponto em que parece que tudo "não nos interessa", e, usando uma imagem proverbial: que nos comam, então, as papas na cabeça!
E, dito isto, acrescento que, tal como atribuo nota 5 (ou 20) aos meus alunos, se eles o merecerem e trabalharem para isso, também o Excelente para os docentes não me preocupa!
Sem nos darmos conta disso, fomo-nos tornando cada vez menos exigentes e cada vez mais permissivos.
Não basta acharmos que "alguma coisa deve ser feita". É fundamental que o façamos.
Vem este comentário a propósito da (recorrente) Avaliação de Desempenho dos Docentes (ADD).
Já muito foi dito e escrito, mas continuamos a ter a possibilidade de acrescentar mais uns pozinhos...
Hoje, a novidade foi a de que "neste contexto, não há professores excelentes!"
Desculpem-me discordar.
Infelizmente, como já tive, por mais de uma vez, a oportunidade de aqui referir, a principal (na minha modesta opinião) causa de mal-estar no grupo docente (e reparem que não lhe chamo classe, porque, por definição, teria de ser uma mole - humana - com o mesmo sentido) sobre este modelo de Avaliação proposto é o facto de partir do princípio que todos os docentes são maus e, por isso, deverão melhorar.
Claro está que, nesta base empírica, teríamos de falar da economia de escala, da curva de Gauss, da necessidade imperiosa de adequar recursos a objectivos e a resultados...
Não é, contudo, sobre estes pressupostos que agora me apetece reflectir.
Defendo que, sobre este (errado) modelo de Avaliação, bastar-nos-ia "pô-lo a funcionar" para ele cair. Ou seja, se todos nós, docentes, tivessemos requerido a "Avaliação Científica e Pedagógica", em menos de dias, todo o sistema ruiria. Além de que mostraríamos a todos aqueles que acham que não queremos ser avaliados que não é bem essa a nossa razão.
Dou-vos um exemplo: requeri a dita avaliação científica e a colega Avaliadora era docente titular de um grupo de lugar único. Nos dias em que esteve a observar-me, o seu grupo foi assegurado (para que funcionasse) pela colega do Conselho Executivo que para o efeito se deslocou...
A conveniência da coisa é que só três (em 21) docentes do Departamento solicitaram a tal avaliação, senão, quantas escolas teriam de fechar?
Serve esta interrogação para explicitar a forma mais adequada de fazer cair o modelo de avaliação: é incomportável!
Mas só fazendo-o funcionar é possível objectivar o efeito negativo e pernicioso que lhe está adjacente.
Porque temos nós medo de arriscar?
Mas gostava ainda de reflectir um outro aspecto. Tenho ouvido (e acaba por ser muito geral) que, na maior parte dos CEs (ou Directores, agora) o nível "Excelente" não tem sido muito "atribuído". Dizem-me, na maior parte das vezes que se deve ao facto de que "nenhum de nós é excelente!".
Ora aqui está uma vez mais, a nossa forma de pactuarmos com o sistema que nasceu torto.
Por definição, "Excelência" representa um estado abstracto de superioridade ou o estado de ser Bom no mais alto grau.
Ora, neste caso concreto (o da ADD), o nível "Excelente" corresponde a um espaço da graduação de avaliação (entre 9,1 e 10), logo, não corresponde a essa definição abstracta de Excelência.
Tivessem chamado a esse intervalo gradual "Muitíssimo Bom" ou "Óptimo" e se calhar não haveria pruridos, mas, talvez a escolha de palavra (e conceito) fosse propositada. Se calhar era intenção criar este "efeito nuvem" para que o prurido pedagógico-administrativo funcionasse em desfavor dos docentes...
Não havendo "Excelência" cumprir-se-ia a estratégia de "afinar por baixo" (com as tais implicações que isso teria ao nível da Carreira, da Curva de Gauss, etc., etc.), e, logo, de justificar a afirmação de que os docentes "são maus e precisam melhorar"...
Cabe-nos mostrar o contrário: que todos os docentes são excelentes, mas podem ainda ser melhores!
Mas como disse no princípio: chegámos a um ponto em que parece que tudo "não nos interessa", e, usando uma imagem proverbial: que nos comam, então, as papas na cabeça!
E, dito isto, acrescento que, tal como atribuo nota 5 (ou 20) aos meus alunos, se eles o merecerem e trabalharem para isso, também o Excelente para os docentes não me preocupa!
8 de outubro de 2009
Sobre manuais escolares e outros assuntos em torno da educação de infância
Já fui acusado de "radicalismo", por ser completamente contra a utilização de "manuais escolares" na educação de infância.
Compreendo que a força do dinheiro (editores, autores, intermediários, etc.) é grande e absorvente, contudo, gostava de deixar umas pequenas observações sobre este tema: na década de 70, os muitos manuais escolares em uso (que, na maior parte enalteciam as virtudes do Estado Novo) foram abandonados (queimados e destruídos, diria), ao abrigo de uma consciência colectiva que pretendia "libertar" o povo e as jovens gerações do "jugo do fascismo".
Nas décadas de oitenta e noventa, as editoras começaram a "importar" para os manuais escolares referências (directas) a marcas e, de certa forma, a publicitar, comercialmente, produtos e bens.
Na actualidade, o Ministério da Educação constituiu uma equipa para "avaliar pedagogicamente a qualidade dos manuais escolares", o que fez com que as editoras se tivessem de voltar para “novos mercados”...
Posto isto, sobre os manuais escolares, tenho dito!
Mas sobre a sua utilização, primeiro, aos que os confrontam com a utilização dos instrumentos tecnológicos (pondo-os no mesmo saco), devo dizer o seguinte: fazer essa discussão numa perspectiva de confronto (de opções e estratégias pedagógicas) faz-me perguntar se quem usa manuais usa também, assiduamente, o polidesportivo (ou a área de actividade física), se costuma subir às árvores, se costuma passear pelo campo ou cidade à volta do espaço escolar, se costuma ir à loja comprar bens e produtos, se costuma ir ao Centro de Dia e à Junta de Freguesia, se vai muitas vezes à Biblioteca Pública da zona, se costuma passar pelo Centro de Saúde e, se, por fim, costuma visitar pais e encarregados de educação nas suas actividades profissionais...
Estas perguntas surgem-me, fundamentalmente, porque, para mim (e aqui digo-o claramente) depois de “fazer” coisas e pensar sobre elas, não me resta muito tempo para treinar habilidades motoras específicas (fazer bolas e traços, pintar dentro e pintar fora...), ou, se me sobra, prefiro fazê-lo com o rato do computador (porque mais motivador para as crianças), com as histórias da Biblioteca (porque muito mais imaginativo) e com a pintura de painéis e cartazes (e reparem que não disse "desenhos") onde nos podemos - todos - exprimir com muito mais "espaço" (físico e psicológico!).
Creio que me entendem que do que falo são de opções pedagógicas e que, neste "debate" deve ser também entendida a necessidade de “conquistar, “aprender”, "incluir", "diversificar", "apoiar", "reflectir", e, acima de tudo "imaginar" e "criar".
Normalmente, quando lemos textos do Sá ou de outros "pensadores da modernidade", temos uma clara consciência de que eles falam de um "Mundo idílico", onde as crianças têm o direito de brincar, de pensar, de imaginar e de criar. "Por culpa dos pais" (expressão nossa), é um mundo difícil de alcançar, e estamos, continuamente, a criticar as opções das famílias, dos colegas, dos "outros"...
Para terminar esta reflexão, gostaria apenas de deixar uma imagem forte: imaginem o dia-a-dia de uma criança de 4 ou 5 anos que chega ao JI às 8.15h da manhã, começa por pintar uma fichas copiadas (que a animadora, ou assistente operacional lhe dá para "matar o tempo"), e depois, das 9.00h até que os colegas cheguem e completem o grupo, brinca com um puzzles e jogos de encaixe, parando às 10 para um pequeno lanche. Segue-se a “brincadeira livre” (onde até pode ser a pintar umas "fichazitas", “porque gosta”) e, depois da higiene, vai, em fila indiana, de mão dada, até ao refeitório (que fica a 10 metros de distância, em linha recta e sem obstáculos)...
Depois de almoço, porque está a chover, vai até à sala polivalente onde a animadora lhe dá mais um postalinho do Dia da Mãe para pintar e, quando volta à sala de actividades, vai acabar aquele trabalhinho do saquinho com cheirinho para levar à Mãe. Depois, ao fim do dia, volta à sala polivalente onde a animadora lhe preparou aquele filme espectacular do "Rei Leão" que ela já viu 40 vezes mas que continua a "gostar de ver", até que a mãe a vá buscar, para quando chegar a casa, a por à frente da televisão (ou do computador) a ver o episódio novo do Noddy...
Imaginem que esta pequena descrição é meramente especulativa e que não será, nunca, realidade em Portugal.
Imaginem ainda que o Jardim de Infância não é (nem será nunca!) um espaço onde se toma conta de crianças e, por fim,
Imaginem que o trabalho dos educadores de infância é tão socialmente considerado, que os colegas dos outros ciclos lhes pedem, encarecidamente, para os receberem nas salas onde eles podem aprender algo sobre Educação Sexual, Formação Cívica, Abordagem de Projecto ou Formação Pessoal e Social.
Depois de imaginarem todas estas coisa, façam o exercício de perdoar a este desbocado e compreender que ele, por vezes, não consegue exprimir o que lhe vai na alma de forma concisa , pertinente e assertiva.
Por isso, aceitem-lhe o sincero pedido de desculpa que ele vos envia...
Compreendo que a força do dinheiro (editores, autores, intermediários, etc.) é grande e absorvente, contudo, gostava de deixar umas pequenas observações sobre este tema: na década de 70, os muitos manuais escolares em uso (que, na maior parte enalteciam as virtudes do Estado Novo) foram abandonados (queimados e destruídos, diria), ao abrigo de uma consciência colectiva que pretendia "libertar" o povo e as jovens gerações do "jugo do fascismo".
Nas décadas de oitenta e noventa, as editoras começaram a "importar" para os manuais escolares referências (directas) a marcas e, de certa forma, a publicitar, comercialmente, produtos e bens.
Na actualidade, o Ministério da Educação constituiu uma equipa para "avaliar pedagogicamente a qualidade dos manuais escolares", o que fez com que as editoras se tivessem de voltar para “novos mercados”...
Posto isto, sobre os manuais escolares, tenho dito!
Mas sobre a sua utilização, primeiro, aos que os confrontam com a utilização dos instrumentos tecnológicos (pondo-os no mesmo saco), devo dizer o seguinte: fazer essa discussão numa perspectiva de confronto (de opções e estratégias pedagógicas) faz-me perguntar se quem usa manuais usa também, assiduamente, o polidesportivo (ou a área de actividade física), se costuma subir às árvores, se costuma passear pelo campo ou cidade à volta do espaço escolar, se costuma ir à loja comprar bens e produtos, se costuma ir ao Centro de Dia e à Junta de Freguesia, se vai muitas vezes à Biblioteca Pública da zona, se costuma passar pelo Centro de Saúde e, se, por fim, costuma visitar pais e encarregados de educação nas suas actividades profissionais...
Estas perguntas surgem-me, fundamentalmente, porque, para mim (e aqui digo-o claramente) depois de “fazer” coisas e pensar sobre elas, não me resta muito tempo para treinar habilidades motoras específicas (fazer bolas e traços, pintar dentro e pintar fora...), ou, se me sobra, prefiro fazê-lo com o rato do computador (porque mais motivador para as crianças), com as histórias da Biblioteca (porque muito mais imaginativo) e com a pintura de painéis e cartazes (e reparem que não disse "desenhos") onde nos podemos - todos - exprimir com muito mais "espaço" (físico e psicológico!).
Creio que me entendem que do que falo são de opções pedagógicas e que, neste "debate" deve ser também entendida a necessidade de “conquistar, “aprender”, "incluir", "diversificar", "apoiar", "reflectir", e, acima de tudo "imaginar" e "criar".
Normalmente, quando lemos textos do Sá ou de outros "pensadores da modernidade", temos uma clara consciência de que eles falam de um "Mundo idílico", onde as crianças têm o direito de brincar, de pensar, de imaginar e de criar. "Por culpa dos pais" (expressão nossa), é um mundo difícil de alcançar, e estamos, continuamente, a criticar as opções das famílias, dos colegas, dos "outros"...
Para terminar esta reflexão, gostaria apenas de deixar uma imagem forte: imaginem o dia-a-dia de uma criança de 4 ou 5 anos que chega ao JI às 8.15h da manhã, começa por pintar uma fichas copiadas (que a animadora, ou assistente operacional lhe dá para "matar o tempo"), e depois, das 9.00h até que os colegas cheguem e completem o grupo, brinca com um puzzles e jogos de encaixe, parando às 10 para um pequeno lanche. Segue-se a “brincadeira livre” (onde até pode ser a pintar umas "fichazitas", “porque gosta”) e, depois da higiene, vai, em fila indiana, de mão dada, até ao refeitório (que fica a 10 metros de distância, em linha recta e sem obstáculos)...
Depois de almoço, porque está a chover, vai até à sala polivalente onde a animadora lhe dá mais um postalinho do Dia da Mãe para pintar e, quando volta à sala de actividades, vai acabar aquele trabalhinho do saquinho com cheirinho para levar à Mãe. Depois, ao fim do dia, volta à sala polivalente onde a animadora lhe preparou aquele filme espectacular do "Rei Leão" que ela já viu 40 vezes mas que continua a "gostar de ver", até que a mãe a vá buscar, para quando chegar a casa, a por à frente da televisão (ou do computador) a ver o episódio novo do Noddy...
Imaginem que esta pequena descrição é meramente especulativa e que não será, nunca, realidade em Portugal.
Imaginem ainda que o Jardim de Infância não é (nem será nunca!) um espaço onde se toma conta de crianças e, por fim,
Imaginem que o trabalho dos educadores de infância é tão socialmente considerado, que os colegas dos outros ciclos lhes pedem, encarecidamente, para os receberem nas salas onde eles podem aprender algo sobre Educação Sexual, Formação Cívica, Abordagem de Projecto ou Formação Pessoal e Social.
Depois de imaginarem todas estas coisa, façam o exercício de perdoar a este desbocado e compreender que ele, por vezes, não consegue exprimir o que lhe vai na alma de forma concisa , pertinente e assertiva.
Por isso, aceitem-lhe o sincero pedido de desculpa que ele vos envia...
27 de setembro de 2009
Nova vida????...
Escrevia eu, no último post, que me afligia a possibilidade de termos mais do mesmo.
À hora que escrevo este post, estão a anunciar, na televisão, as primeiras sondagens (à "boca de urna", como gostam de dizer) nas quais os resultados eleitorais não surpreendem, globalmente, todos aqueles que ainda acreditam que vale a pena pensar...
E não surpreendem não pelos resultados em si, mas mais pelo facto de, com eles, podermos constatar que os portugueses são, de facto, uns seres estranhos.
Por um lado ouvimos, ao longo dos últimos 4 anos, uma constante crítica violenta sobre os políticos e, consequentemente, sobre as suas políticas.
Ao longo dos últimos meses, estas mesmas críticas centraram-se, fundamentalmente, na pessoa do Primeiro-Ministro (e, no caso dos docentes, na Ministra da Educação).
Nos últimos dias, o Governo em funções "foi o pior de sempre", e o seu Primeiro-Ministro, o "culpado de todos os males".
Pois agora, com os resultados apresentados nas sondagens a confirmar que o partido do Governo continuará, nestes próximos tempos, a gerir a "coisa pública", confirma-se que os tais "portugueses" são, maioritariamente, masoquistas.
Coligado ou não, com coligações/acordos de conveniência, com constantes "golpes de rins" caso a necessidade obrigue, o que é facto é que esta forma de governar, bem como as políticas que a consubstanciam, continuarão.
Não quero, aqui, fazer uma análise da qualidade/pertinência dessas políticas, mas não deixa de ser estranho que, apesar das inúmeras críticas/manifestações/declarações de vontade, os "portugueses" (seja lá o que for que significa essa formulação) escolheram continuar como até aqui.
Claro está que é ainda mais estranho saber que foram esses mesmo "portugueses" que elegeram, por exemplo, o ex-Presidente do Conselho, António Salazar, como o "Melhor Português" de sempre. Foram também esses "portugueses" que optaram por escolher, para Presidente da República, a mesma pessoa que tinham, literalmente, "corrido" do Governo, quando as coisas começaram a "ficar feias"...
Pois é. Os "portugueses" merecem bem o que têm. E não me venham comparar o meu país com a Filândia ou com a Nova Zelândia: eles (esses países) podem ser óptimos para viver, mas por muito que queiram, jamais terão como cidadãos os ilustres "portugueses". E isso não lhes permitirá, nunca, ter a capacidade bivalente de serem vítimas e culpados.
E, para quem gosta de pensar, isso é um excelente desafio...
À hora que escrevo este post, estão a anunciar, na televisão, as primeiras sondagens (à "boca de urna", como gostam de dizer) nas quais os resultados eleitorais não surpreendem, globalmente, todos aqueles que ainda acreditam que vale a pena pensar...
E não surpreendem não pelos resultados em si, mas mais pelo facto de, com eles, podermos constatar que os portugueses são, de facto, uns seres estranhos.
Por um lado ouvimos, ao longo dos últimos 4 anos, uma constante crítica violenta sobre os políticos e, consequentemente, sobre as suas políticas.
Ao longo dos últimos meses, estas mesmas críticas centraram-se, fundamentalmente, na pessoa do Primeiro-Ministro (e, no caso dos docentes, na Ministra da Educação).
Nos últimos dias, o Governo em funções "foi o pior de sempre", e o seu Primeiro-Ministro, o "culpado de todos os males".
Pois agora, com os resultados apresentados nas sondagens a confirmar que o partido do Governo continuará, nestes próximos tempos, a gerir a "coisa pública", confirma-se que os tais "portugueses" são, maioritariamente, masoquistas.
Coligado ou não, com coligações/acordos de conveniência, com constantes "golpes de rins" caso a necessidade obrigue, o que é facto é que esta forma de governar, bem como as políticas que a consubstanciam, continuarão.
Não quero, aqui, fazer uma análise da qualidade/pertinência dessas políticas, mas não deixa de ser estranho que, apesar das inúmeras críticas/manifestações/declarações de vontade, os "portugueses" (seja lá o que for que significa essa formulação) escolheram continuar como até aqui.
Claro está que é ainda mais estranho saber que foram esses mesmo "portugueses" que elegeram, por exemplo, o ex-Presidente do Conselho, António Salazar, como o "Melhor Português" de sempre. Foram também esses "portugueses" que optaram por escolher, para Presidente da República, a mesma pessoa que tinham, literalmente, "corrido" do Governo, quando as coisas começaram a "ficar feias"...
Pois é. Os "portugueses" merecem bem o que têm. E não me venham comparar o meu país com a Filândia ou com a Nova Zelândia: eles (esses países) podem ser óptimos para viver, mas por muito que queiram, jamais terão como cidadãos os ilustres "portugueses". E isso não lhes permitirá, nunca, ter a capacidade bivalente de serem vítimas e culpados.
E, para quem gosta de pensar, isso é um excelente desafio...
21 de setembro de 2009
Mais do mesmo...
Estamos, neste momento, a cinco dias de mais umas eleições legislativas.
Poderia (se estivessemos num "país normal") ser um momento envolvente, excitante, ansiosamente esperado...
Mas não é.
Frente-a-frente situam-se duas propostas por demais conhecidas: num lado, um Partido (dito) Socialista que, nos últimos quatro anos empurrou um país quase sem rumo para um abismo de onde será difícil sair.
Afirmo, mais uma vez, que não culpo, especialmente, o Partido Socialista (nem os seus "representantes"), pois, infelizmente, a "gestão da coisa pública" há muito que não está nas suas (deles, os políticos) mãos. Somos, cada vez mais, um "objecto" de intervenção europeu.
Independentemente de serem Sócrates e companhias, pouco diferente seria se fossem outros.
Do outro lado do frente-a-frente, uma Manuela (e reparem, não digo Partido Social Democrata) bem conhecida de todos nós: ex-Ministra da Educação (e que memórias!!!!), ex-Ministra das Finanças e de Estado (quem não se lembra do aumento do IVA e do PEC????). Mais palavras para quê?
Fica este post apenas para que todos aqueles que se manifestam fartos, irritados, descontentes, desesperados ou outra coisa qualquer, tenham consciência de que não vale a pena fugir das responsabilidades: será a vossa decisão de voto no próximo domingo de que falarão nos próximos quatro anos.
Tenham cuidado com o que querem dizer/decidir!
E já agora, bons resultados eleitorais!
Poderia (se estivessemos num "país normal") ser um momento envolvente, excitante, ansiosamente esperado...
Mas não é.
Frente-a-frente situam-se duas propostas por demais conhecidas: num lado, um Partido (dito) Socialista que, nos últimos quatro anos empurrou um país quase sem rumo para um abismo de onde será difícil sair.
Afirmo, mais uma vez, que não culpo, especialmente, o Partido Socialista (nem os seus "representantes"), pois, infelizmente, a "gestão da coisa pública" há muito que não está nas suas (deles, os políticos) mãos. Somos, cada vez mais, um "objecto" de intervenção europeu.
Independentemente de serem Sócrates e companhias, pouco diferente seria se fossem outros.
Do outro lado do frente-a-frente, uma Manuela (e reparem, não digo Partido Social Democrata) bem conhecida de todos nós: ex-Ministra da Educação (e que memórias!!!!), ex-Ministra das Finanças e de Estado (quem não se lembra do aumento do IVA e do PEC????). Mais palavras para quê?
Fica este post apenas para que todos aqueles que se manifestam fartos, irritados, descontentes, desesperados ou outra coisa qualquer, tenham consciência de que não vale a pena fugir das responsabilidades: será a vossa decisão de voto no próximo domingo de que falarão nos próximos quatro anos.
Tenham cuidado com o que querem dizer/decidir!
E já agora, bons resultados eleitorais!
13 de setembro de 2009
Bom ano (lectivo)!
A educação é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado
Wilde, O.
Com esta citação, deixo aqui assinalado o início do ano lectivo (efectivo) que amanhã começa.
A Educação é, sem dúvida, uma coisa admirável. E os seus efeitos são-no mais.
Mas o que é facto é que não podemos confundir Educação com Ensino e, consequentemente, não podemos confundir "educados" com "ensinados".
Que consigamos, ao longo de mais um ano lectivo, motivar para a aprendizagem, para o conhecimento, para o interesse, para a cultura, para a solidariedade, para a humildade e, dessa forma, para a Educação.
Bom ano!
Wilde, O.
Com esta citação, deixo aqui assinalado o início do ano lectivo (efectivo) que amanhã começa.
A Educação é, sem dúvida, uma coisa admirável. E os seus efeitos são-no mais.
Mas o que é facto é que não podemos confundir Educação com Ensino e, consequentemente, não podemos confundir "educados" com "ensinados".
Que consigamos, ao longo de mais um ano lectivo, motivar para a aprendizagem, para o conhecimento, para o interesse, para a cultura, para a solidariedade, para a humildade e, dessa forma, para a Educação.
Bom ano!
2 de setembro de 2009
Conhecimento
Não se percebe bem porquê, mas o facto é que se assiste, com demasiada frequência, a uma espécie de desejo colectivo de que os outros, os que nos rodeiam ou os que estão por perto, não prestem, não sejam capazes nem competentes. Como se as limitações dos outros fossem a nossa margem de manobra, como se os deméritos dos outros fossem os nossos méritos, como se a falta de esperteza dos outros fosse a nossa inteligência.
in em teoria, o amor é sempre bom. Leal, I.
Não são palavras minhas, mas podiam sê-lo. Quando reflectimos sobre competência, sobre capacidade de fazer, de pensar, de executar, tendemos, quase naturalmente, a assumir uma atitude etno e egocêntrica.
Defendo que competência (ou incompetência) é um conceito ligado, de forma irreversível, a um outro ao qual, muitas vezes, aparentemente, não se dá valor: Conhecimento!
Conhecer é saber e, consequentemente, saber é agir conscientemente e de forma capaz. Ora, se assim é, incompetência é sinónimo de ignorância (ou melhor, de desconhecimento).
Não saber, não conhecer, é o primeiro passo para agir de forma inconsistente, prejudicial e incorrecta. Logo, desconhecer é um sinal evidente de incompetência.
E quando refiro desconhecimento, não me debruço apenas na capacidade de saber-fazer, mas, e fundamentalmente, na capacidade de reflectir, de liderar, de proporcionar...
Ser ignorante é ser incapaz de delegar, de confiar, de trabalhar em equipa e de pôr em comum o que melhor nos servirá a todos.
Ser competente, é, por oposição, ser capaz de se envolver, fazer envolver, acreditar, confiar e produzir.
Por tudo o que agora exponho, desejo, neste início de ano lectivo, que todos tenhamos coragem de querer saber mais, de querer Conhecer!
in em teoria, o amor é sempre bom. Leal, I.
Não são palavras minhas, mas podiam sê-lo. Quando reflectimos sobre competência, sobre capacidade de fazer, de pensar, de executar, tendemos, quase naturalmente, a assumir uma atitude etno e egocêntrica.
Defendo que competência (ou incompetência) é um conceito ligado, de forma irreversível, a um outro ao qual, muitas vezes, aparentemente, não se dá valor: Conhecimento!
Conhecer é saber e, consequentemente, saber é agir conscientemente e de forma capaz. Ora, se assim é, incompetência é sinónimo de ignorância (ou melhor, de desconhecimento).
Não saber, não conhecer, é o primeiro passo para agir de forma inconsistente, prejudicial e incorrecta. Logo, desconhecer é um sinal evidente de incompetência.
E quando refiro desconhecimento, não me debruço apenas na capacidade de saber-fazer, mas, e fundamentalmente, na capacidade de reflectir, de liderar, de proporcionar...
Ser ignorante é ser incapaz de delegar, de confiar, de trabalhar em equipa e de pôr em comum o que melhor nos servirá a todos.
Ser competente, é, por oposição, ser capaz de se envolver, fazer envolver, acreditar, confiar e produzir.
Por tudo o que agora exponho, desejo, neste início de ano lectivo, que todos tenhamos coragem de querer saber mais, de querer Conhecer!
16 de agosto de 2009
O Mundo é estranho...
Este é apenas um apontamento, algo enigmático, que quero deixar registado: o Mundo é estranho!
O nosso Mundo, o Mundo dos outros, o Mundo do Mundo, o lado do Mundo, o Mundo do lado...
Todo o Mundo é estranho.
Em quem podemos confiar senão em nós próprios?
E será que podemos?
"Vive pela Espada e morrerás pela Espada"...
Ouvia esta frase quando me diziam para evitar fazer algo de que arrependesse. Sempre que fiz algo,do mais pequeno ao maior feito, fi-lo convicto de que seria melhor para mim, em qualquer momento, viver pela e com a verdade.
Encarei, enfrentei, fiz-me forte quando me aptecia chorar, chorei quando era melhor rir.
Tudo isso porque dei a primazia à honestidade e à sinceridade.
E de que valeu?
Talvez um dia seja recompensado.
Talvez sim... Mas o mais provável é que não.
O Mundo é estranho!
O nosso Mundo, o Mundo dos outros, o Mundo do Mundo, o lado do Mundo, o Mundo do lado...
Todo o Mundo é estranho.
Em quem podemos confiar senão em nós próprios?
E será que podemos?
"Vive pela Espada e morrerás pela Espada"...
Ouvia esta frase quando me diziam para evitar fazer algo de que arrependesse. Sempre que fiz algo,do mais pequeno ao maior feito, fi-lo convicto de que seria melhor para mim, em qualquer momento, viver pela e com a verdade.
Encarei, enfrentei, fiz-me forte quando me aptecia chorar, chorei quando era melhor rir.
Tudo isso porque dei a primazia à honestidade e à sinceridade.
E de que valeu?
Talvez um dia seja recompensado.
Talvez sim... Mas o mais provável é que não.
O Mundo é estranho!
10 de julho de 2009
(Muito) Mais do mesmo...
Já o escrevi, aqui. Algumas vezes.
Sei que escrever aqui não é sinal de que o conteúdo e a razão da escrita, só por si, altere o que quer que seja.
A escrita funciona como uma espécie de confissão partilhada de incapacidade e de saturação. E, por vezes, ajuda a fazer uma certa "digestão" das situações.
Tenho-me como um cidadão participativo e participante, empenhado e honesto, envolvido com as causas e orientado para o "bem comum".
Sei que, por vezes, essa solicitude é (bastas vezes) confundida com uma vontade de "brilhar" ou, num registo que considero mais ofensivo, de "vaidade pessoal".
Tenho plena consciência que não serei, facilmente, compreendido.
Devo, contudo, referir, em minha defesa, que sou avesso a "cargos", "tachos", "recompensas" e demais "prémios" que, normalmente se concedem (seja por justiça seja por "silenciamento") aos que, de forma quase permanente e impertinente, procuram a mudança.
Qualquer que seja.
Nos últimos tempos, seja em espaços de colaboração profissional, seja numa lógica social, envolvi-me em desafios (porque não dizer confrontos?) que tiveram como objectivo principal promover (provocar!) a mudança. Reconheço que foram desafios extremamente arriscados e díficeis, na sua maior parte porque de confronto com uma situação instalada e suportada num "modo de fazer" que é, desculpem-me a honestidade, demasiado "português".
Senti, ao longo desses processos, um apoio que não pedi, um envolvimento pelo qual não lutei e uma união que não julgava existir mas que, em determinados momentos, me mostravam que é possível ambicionar a mudança.
Mas reconheço agora que, tal apoio, não passou de uma "habitual" assunção de que "é preciso fazer algo, desde que sejam outros a fazê-lo".
A idade, o esforço, a paciência (que vai findando) mostram-me que não devo (e não quero!) fazer pelos outros o que eles próprios não fazem por si.
Custa-me ter de assumir isso. É contrário ao meu fundamento cívico e pessoal. Mas farei um esforço por respeitar esta minha nova vontade.
Tenho consciência que ninguém me "encomendou o sermão", mas custa-me assistir, diariamente, a injustiças, a queixas, a constatações de impotência.
Se me envolvi foi, também, para dar a cara por um conjunto de evidências de incompetência, ignorância, maus funcionamentos...
Sei-o agora que só na minha cabeça tais dislates eram censuráveis.
Porquê fazer uma manifestação de vontade, se, no íntimo, não queremos que nada mude? Porquê apelar à mudança se, no fundo, "estamos bem assim"? Porquê insistir na justiça se ganhamos com o seu contrário?
Custa-me este "baixar dos braços", mas digo-o aqui: não me venham com tretas sobre a necessidade de mudar de governo (de governar, gerir, dirigir...)!
Por mais que eu não o aceite (ao governo), aceito que, em Democracia, a maioria "dita"!
Mas neste(s) processos aprendi a reconhecer a maioria "a posteriori", ou seja, aquela em que todos ficam a ganhar, porque, no fundo, não quiseram que nada mudasse, apesar do apoio "incondicional" (prévio) à vontade de mudança....
Sei que escrever aqui não é sinal de que o conteúdo e a razão da escrita, só por si, altere o que quer que seja.
A escrita funciona como uma espécie de confissão partilhada de incapacidade e de saturação. E, por vezes, ajuda a fazer uma certa "digestão" das situações.
Tenho-me como um cidadão participativo e participante, empenhado e honesto, envolvido com as causas e orientado para o "bem comum".
Sei que, por vezes, essa solicitude é (bastas vezes) confundida com uma vontade de "brilhar" ou, num registo que considero mais ofensivo, de "vaidade pessoal".
Tenho plena consciência que não serei, facilmente, compreendido.
Devo, contudo, referir, em minha defesa, que sou avesso a "cargos", "tachos", "recompensas" e demais "prémios" que, normalmente se concedem (seja por justiça seja por "silenciamento") aos que, de forma quase permanente e impertinente, procuram a mudança.
Qualquer que seja.
Nos últimos tempos, seja em espaços de colaboração profissional, seja numa lógica social, envolvi-me em desafios (porque não dizer confrontos?) que tiveram como objectivo principal promover (provocar!) a mudança. Reconheço que foram desafios extremamente arriscados e díficeis, na sua maior parte porque de confronto com uma situação instalada e suportada num "modo de fazer" que é, desculpem-me a honestidade, demasiado "português".
Senti, ao longo desses processos, um apoio que não pedi, um envolvimento pelo qual não lutei e uma união que não julgava existir mas que, em determinados momentos, me mostravam que é possível ambicionar a mudança.
Mas reconheço agora que, tal apoio, não passou de uma "habitual" assunção de que "é preciso fazer algo, desde que sejam outros a fazê-lo".
A idade, o esforço, a paciência (que vai findando) mostram-me que não devo (e não quero!) fazer pelos outros o que eles próprios não fazem por si.
Custa-me ter de assumir isso. É contrário ao meu fundamento cívico e pessoal. Mas farei um esforço por respeitar esta minha nova vontade.
Tenho consciência que ninguém me "encomendou o sermão", mas custa-me assistir, diariamente, a injustiças, a queixas, a constatações de impotência.
Se me envolvi foi, também, para dar a cara por um conjunto de evidências de incompetência, ignorância, maus funcionamentos...
Sei-o agora que só na minha cabeça tais dislates eram censuráveis.
Porquê fazer uma manifestação de vontade, se, no íntimo, não queremos que nada mude? Porquê apelar à mudança se, no fundo, "estamos bem assim"? Porquê insistir na justiça se ganhamos com o seu contrário?
Custa-me este "baixar dos braços", mas digo-o aqui: não me venham com tretas sobre a necessidade de mudar de governo (de governar, gerir, dirigir...)!
Por mais que eu não o aceite (ao governo), aceito que, em Democracia, a maioria "dita"!
Mas neste(s) processos aprendi a reconhecer a maioria "a posteriori", ou seja, aquela em que todos ficam a ganhar, porque, no fundo, não quiseram que nada mudasse, apesar do apoio "incondicional" (prévio) à vontade de mudança....
30 de junho de 2009
Virtuosismos...
Num passado recente, bastou a "compra" de melhores condições para alguns (os que, há muito tempo, fazem das estruturas sindicais a sua casa), para se "deixar passar" a aprovação...
Agora, a quatro meses das eleições, rompem-se "negociatas"...
Será que não há mais nada para negociar?
Será que todas as pensões, destacamentos e acessos automáticos estão garantidos?
Agora, a quatro meses das eleições, rompem-se "negociatas"...
Será que não há mais nada para negociar?
Será que todas as pensões, destacamentos e acessos automáticos estão garantidos?
22 de junho de 2009
Calores...
Está prestes a começar aquela altura do ano (comummente chamada de "Silly Season") na qual todos começam a assumir um comportamento, no mínimo, estranho.
Este ano, apesar de estarmos a preparar eleições (legislativas e autárquicas) não vai ser muito diferente.
Tenho quase a certeza que a indolência provocada pelo calor alterará (negativamente) a atitude dos portugueses, e, como se espera, a época de acasalamento das Garças Reais e dos Flamingos será ocupada por um desinteresse evidente pelos "assuntos da nação".
Já aqui o escrevi, continuo a acreditar que todos os povos têm o país que merecem (ou será o contrário?!) e, como não poderia deixar de ser, também este se enquadra no perfil.
Possivelmente andaremos a ouvir falar do que foi feito e do que poderia ter sido feito...
É sempre assim, mas, para que, pelo menos fique mais fresco na memória, aqui deixo algumas "pérolas":
O que deveria ter sido feito e não foi...
...a avaliação dos professores;
...a redução da pobreza;
...a promoção do Turismo;
...a valorização dos recursos naturais do país;
...a reforma da justiça;
...a alteração do método eleitoral;
...o combate à corrupção...
Sei que esta lista é igual às inúmeras listas que vamos vendo escritas por aqui e por aí. Sei também que alguns dirão: "mas não falaram (eles, os outros, os políticos...) do mesmo?".
Deixo-a aqui escrita apenas para funcionar como "marcador de tempo". Até quando falaremos das mesmas "necessidades" de sempre????
Haja vontade de mudar! E não se esqueçam: as eleições estão já aí!!!
Este ano, apesar de estarmos a preparar eleições (legislativas e autárquicas) não vai ser muito diferente.
Tenho quase a certeza que a indolência provocada pelo calor alterará (negativamente) a atitude dos portugueses, e, como se espera, a época de acasalamento das Garças Reais e dos Flamingos será ocupada por um desinteresse evidente pelos "assuntos da nação".
Já aqui o escrevi, continuo a acreditar que todos os povos têm o país que merecem (ou será o contrário?!) e, como não poderia deixar de ser, também este se enquadra no perfil.
Possivelmente andaremos a ouvir falar do que foi feito e do que poderia ter sido feito...
É sempre assim, mas, para que, pelo menos fique mais fresco na memória, aqui deixo algumas "pérolas":
O que deveria ter sido feito e não foi...
...a avaliação dos professores;
...a redução da pobreza;
...a promoção do Turismo;
...a valorização dos recursos naturais do país;
...a reforma da justiça;
...a alteração do método eleitoral;
...o combate à corrupção...
Sei que esta lista é igual às inúmeras listas que vamos vendo escritas por aqui e por aí. Sei também que alguns dirão: "mas não falaram (eles, os outros, os políticos...) do mesmo?".
Deixo-a aqui escrita apenas para funcionar como "marcador de tempo". Até quando falaremos das mesmas "necessidades" de sempre????
Haja vontade de mudar! E não se esqueçam: as eleições estão já aí!!!
12 de junho de 2009
O que mudar...
Às vezes gosto de comentar as dissertações do nosso Presidente da República...
E tenho-o feito amiúde, normalmente a partir das peças oratórias com que ele nos brinda nos "dias especiais"...
Desta vez apetece-me comentar o discurso dele no 10 de Junho de 2009...
Disse ele, para quem quer ouvir, estar preocupado com os níveis de abstenção eleitoral que marcaram as eleições europeias, no passado dia 7 de Junho...
Mostrou-se ele atento à "mensagem" que tem recebido dos "vários agentes" sobre a "pobreza democrática" a que esse "comportamento" das pessoas levará...
Está ele consternado com a "qualidade das instituições democráticas"...
Pois bem, tem toda a razão para estar.
Também nós estamos.
Daí, as perguntas: Para quando uma remodelação dos processos eleitorais deste país? Para quando uma alteração ao procedimento de governação desta "democracia" forte? Para quando procedimentos claros e eficazes de organização administrativa da coisa pública? Para quando um processo claro de financiamento dos partidos políticos? Para quando um espaço de igualdade entre os que já são "políticos" e os outros que o querem ser? Para quando um tratamento justo aos que não se veêm reconhecidos nos partidos do espectro político nacional?...
Podem parecer perguntas "difíceis", mas têm (ou podem ter) respostas directas: Quando pessoas com responsabilidades políticas no país (como o Sr. Presidente da República!) o quiserem, pois será, a partir de dentro, que a mudança se fará.
E nós continuaremos mudos, surdos e imóveis...
"et pur se muove"...
E tenho-o feito amiúde, normalmente a partir das peças oratórias com que ele nos brinda nos "dias especiais"...
Desta vez apetece-me comentar o discurso dele no 10 de Junho de 2009...
Disse ele, para quem quer ouvir, estar preocupado com os níveis de abstenção eleitoral que marcaram as eleições europeias, no passado dia 7 de Junho...
Mostrou-se ele atento à "mensagem" que tem recebido dos "vários agentes" sobre a "pobreza democrática" a que esse "comportamento" das pessoas levará...
Está ele consternado com a "qualidade das instituições democráticas"...
Pois bem, tem toda a razão para estar.
Também nós estamos.
Daí, as perguntas: Para quando uma remodelação dos processos eleitorais deste país? Para quando uma alteração ao procedimento de governação desta "democracia" forte? Para quando procedimentos claros e eficazes de organização administrativa da coisa pública? Para quando um processo claro de financiamento dos partidos políticos? Para quando um espaço de igualdade entre os que já são "políticos" e os outros que o querem ser? Para quando um tratamento justo aos que não se veêm reconhecidos nos partidos do espectro político nacional?...
Podem parecer perguntas "difíceis", mas têm (ou podem ter) respostas directas: Quando pessoas com responsabilidades políticas no país (como o Sr. Presidente da República!) o quiserem, pois será, a partir de dentro, que a mudança se fará.
E nós continuaremos mudos, surdos e imóveis...
"et pur se muove"...
1 de junho de 2009
O imobilismo é geral...
Sinceramente, às vezes sinto-me completamente incapaz de viver esta vida...
Já aqui o escrevi, e só por isso mantenho esta atitude que é a de defender o "experimentar antes de negar"...
Sendo educador, são muitas as vezes em que os meus alunos, ou por nunca terem experimentado, ou até porque "ouviram dizer", se negam a experimentar algo.
Seja a sopa, seja um novo jogo ou mesmo uma nova forma de fazer algo, o que é certo é que, por uma natural e quase inata resistência à mudança, o "Não quero!" ou "Não gosto!" sai muitas vezes antes de pensar.
Assim somos nós durante toda a vida.
São mais as vezes em que o nosso receio e incómodo de mudança nos impede de evoluir, que o contrário.
E é-o em todo o lado: na escola, na família, na comunidade...
Pensamos sempre (acho eu) que se tudo estiver "na mesma, como a lesma", não sofremos muito com isso: porque já conhecemos o que "aí vem", já "sabemos o que nos espera" e, além disso "eles são todos iguais!"
Mas quantos de nós se preparou convenientemente para a tal "crise" que muitos propalam?
E se há certeza que eu tenho é que ela, essa "crise", ainda não se mostrou. Por enquanto, há centenas (senão milhares) de novos desempregados que ainda continuam a subsistir graças aos subsídios de desemprego e ajudas de familiares...
Mas, e quando isso acabar?
E não faltará muito para que estes "adeptos" do imobilismo social (que somos todos!) venham para a rua e se manifestem.
Mas sei que essa "manifestação" não terá, em nenhum momento, a exigência de um novo comportamento e atitude de cada um de nós. Não!
O que teremos, estou certo, é a reclamação unilateral de cansaço e de saturação face "aos outros, aos que "nos governam"...
Mas então e nós?
Não teremos alguma "culpa"?
Não fomos nós que, constantemente nos recusámos a mudar?
Não sou adepto de "cheques em branco", mas se bem me lembro, até nas mudanças que teoricamente são simples (como mudar um Governo por pessoas sérias e honestas), nos tem sido difícil mudar, apesar das evidências.
E se continuarmos a negar o desconhecido, mais fundo bateremos!
Valeria a pena pensar nisto...
Já aqui o escrevi, e só por isso mantenho esta atitude que é a de defender o "experimentar antes de negar"...
Sendo educador, são muitas as vezes em que os meus alunos, ou por nunca terem experimentado, ou até porque "ouviram dizer", se negam a experimentar algo.
Seja a sopa, seja um novo jogo ou mesmo uma nova forma de fazer algo, o que é certo é que, por uma natural e quase inata resistência à mudança, o "Não quero!" ou "Não gosto!" sai muitas vezes antes de pensar.
Assim somos nós durante toda a vida.
São mais as vezes em que o nosso receio e incómodo de mudança nos impede de evoluir, que o contrário.
E é-o em todo o lado: na escola, na família, na comunidade...
Pensamos sempre (acho eu) que se tudo estiver "na mesma, como a lesma", não sofremos muito com isso: porque já conhecemos o que "aí vem", já "sabemos o que nos espera" e, além disso "eles são todos iguais!"
Mas quantos de nós se preparou convenientemente para a tal "crise" que muitos propalam?
E se há certeza que eu tenho é que ela, essa "crise", ainda não se mostrou. Por enquanto, há centenas (senão milhares) de novos desempregados que ainda continuam a subsistir graças aos subsídios de desemprego e ajudas de familiares...
Mas, e quando isso acabar?
E não faltará muito para que estes "adeptos" do imobilismo social (que somos todos!) venham para a rua e se manifestem.
Mas sei que essa "manifestação" não terá, em nenhum momento, a exigência de um novo comportamento e atitude de cada um de nós. Não!
O que teremos, estou certo, é a reclamação unilateral de cansaço e de saturação face "aos outros, aos que "nos governam"...
Mas então e nós?
Não teremos alguma "culpa"?
Não fomos nós que, constantemente nos recusámos a mudar?
Não sou adepto de "cheques em branco", mas se bem me lembro, até nas mudanças que teoricamente são simples (como mudar um Governo por pessoas sérias e honestas), nos tem sido difícil mudar, apesar das evidências.
E se continuarmos a negar o desconhecido, mais fundo bateremos!
Valeria a pena pensar nisto...
29 de maio de 2009
De onde vem isto?...
De onde virão os recursos para as faustosas cerimónias que se começam a observar, por esse país fora, no que à posse do Director diz respeito?
Chegam-me informações (algumas, admito, contraditórias) sobre as tomadas de posse que os recém escolhidos Directores têm encenado (ou alguém por eles) que, para quem, como eu, sempre se mostrou céptico sobre as reais intenções que, por vezes, se escondem debaixo de uma carapaça de "continuidade" e de "mais-valia", que me fazem saltar a pulga da desconfiança.
Que razão dá azo a que, num momento de convulsão social (pelo menos no que à Educação diz respeito), se produzam elementos de tamanha evidência festiva, com convites dirigidos a Directores Gerais, Presidentes disto e daquilo e órgãos de soberania para "presenciar e ser parte interessada" numa "revolução para a Educação em Portugal"?
Suspeito imenso destes unanimismos e, acima de tudo, sinto um enorme desconforto por achar que, mais uma vez, seremos enganados.
Que opções temos nós?
Há quem diga que as eleições legislativas farão o "acerto de contas", mas, apesar de optimista, sou céptico o suficiente para achar que não serão umas meras eleições que mudarão o "estado das coisas".
Já teria sido o tempo. Agora, tenho a certeza, há muitas mais "mãos molhadas"...
E terá de começar em cada um de nós a vontade de mudança. E não basta apenas "atribuir culpas e assobiar para o lado". Nas pequenas (e nas grandes) coisas, temos de assumir o que realmente pretendemos. Que até pode ser muito bem o que temos.
O que é importante é provocar a queda da máscara.
Estaremos prontos?
A acreditar no que vou vendo...
...ainda não estamos!
Chegam-me informações (algumas, admito, contraditórias) sobre as tomadas de posse que os recém escolhidos Directores têm encenado (ou alguém por eles) que, para quem, como eu, sempre se mostrou céptico sobre as reais intenções que, por vezes, se escondem debaixo de uma carapaça de "continuidade" e de "mais-valia", que me fazem saltar a pulga da desconfiança.
Que razão dá azo a que, num momento de convulsão social (pelo menos no que à Educação diz respeito), se produzam elementos de tamanha evidência festiva, com convites dirigidos a Directores Gerais, Presidentes disto e daquilo e órgãos de soberania para "presenciar e ser parte interessada" numa "revolução para a Educação em Portugal"?
Suspeito imenso destes unanimismos e, acima de tudo, sinto um enorme desconforto por achar que, mais uma vez, seremos enganados.
Que opções temos nós?
Há quem diga que as eleições legislativas farão o "acerto de contas", mas, apesar de optimista, sou céptico o suficiente para achar que não serão umas meras eleições que mudarão o "estado das coisas".
Já teria sido o tempo. Agora, tenho a certeza, há muitas mais "mãos molhadas"...
E terá de começar em cada um de nós a vontade de mudança. E não basta apenas "atribuir culpas e assobiar para o lado". Nas pequenas (e nas grandes) coisas, temos de assumir o que realmente pretendemos. Que até pode ser muito bem o que temos.
O que é importante é provocar a queda da máscara.
Estaremos prontos?
A acreditar no que vou vendo...
...ainda não estamos!
15 de maio de 2009
Partilhas...
Este meu Blog (que não é secreto mas que se tem posicionado, para mim, como um espaço de auto-reflexão e análise), faz-me, por vezes, algumas surpresas interessantes.
Hoje, ao consultar o meu e-mail, eis que tenho um comentário a uma das ideias/reflexões que apresentei.
A primeira "estranheza" prende-se com o facto de, por ter tão poucos comentários a tópicos (posts), ter hoje um!
A segunda surpresa, com o facto de ser um comentário anónimo.
Por último, a surpresa de parecer um comentário de resposta, sentido e envolvido.
Quero deixar bem claro que pretendo, com este Blog dar apenas "asas" às minhas angústias e reflexões. Quero também deixar claro que não uso este espaço para fazer acusações particulares (ou mesmo comuns) e também que abro este espaço à intervenção pública e conhecida, mas também à possibilidade de, tão simplesmente, participar anonimamente.
Contudo, face a este último comentário, não posso deixar de fazer dois reparos: 1. que a Lei, efectivamente, discrimina três objectivos para o CGT, 2. Que a história nos tem, infelizmente, mostrado que eu tenho alguma razão no meu "juízo de valor de puro preconceito, generalista e manifestamente pouco democrático"...
Mas é por isso que eu sou o autor do Blog...
Para poder ter opiniões!
Hoje, ao consultar o meu e-mail, eis que tenho um comentário a uma das ideias/reflexões que apresentei.
A primeira "estranheza" prende-se com o facto de, por ter tão poucos comentários a tópicos (posts), ter hoje um!
A segunda surpresa, com o facto de ser um comentário anónimo.
Por último, a surpresa de parecer um comentário de resposta, sentido e envolvido.
Quero deixar bem claro que pretendo, com este Blog dar apenas "asas" às minhas angústias e reflexões. Quero também deixar claro que não uso este espaço para fazer acusações particulares (ou mesmo comuns) e também que abro este espaço à intervenção pública e conhecida, mas também à possibilidade de, tão simplesmente, participar anonimamente.
Contudo, face a este último comentário, não posso deixar de fazer dois reparos: 1. que a Lei, efectivamente, discrimina três objectivos para o CGT, 2. Que a história nos tem, infelizmente, mostrado que eu tenho alguma razão no meu "juízo de valor de puro preconceito, generalista e manifestamente pouco democrático"...
Mas é por isso que eu sou o autor do Blog...
Para poder ter opiniões!
10 de maio de 2009
O que nos espera?...
Estamos, neste momento, em todo o país, a proceder à eleição (em quase todos os Agrupamentos) dessa nova figura institucional que, no dizer de muitos, se baseia numa ideia antiga (de muitos anos) da imagem de rigor, exigência e autoridade.
O Director, essa figura agora "reconquistada" no Decreto-Lei 75/2008, vem, penso eu, trazer consigo a intenção de "devolver à Escola" a vontade e a legitimidade de decidir no interesse da comunidade e do país.
Algures, no preâmbulo da referida lei, diz-se que se pretende aumentar o espaço de participação da comunidade bem como aumentar a capacidade de decisão do órgão de gestão executivo.
Não discordo de que assim possa ser.
Mas assusto-me, desde já, com a própria arbitrariedade do processo de eleição dessa mesma figura legítima.
Diz também a lei que o Conselho Geral Transitório (CGT) tem como função "preparar" o processo eleitoral para a escolha de um Director apenas se se esgotarem os prazos devidamente fixados. Essa era "apenas" a terceira das obrigações do CGT, depois de "actualizar o Regulamento Interno" e "preparar a eleição do Conselho Geral definitivo". Eis que surge, concomitantemente, um despacho ministerial dando poderes aos CGT para proceder à "eleição" dos referidos.
E aqui, começa, penso eu, a história...
Há cerca de uma ano os docentes manifestaram-se, e em grande número, contra a discricionidade do Ministério da Educação e contra aquilo que achavam injusto e incorrecto que, na sua base, era a aprovação de um "esquema" de avaliação de desempenho incapaz.
Depois manifestaram-se contra um estatuto de carreira que se apresentava como incongruente e que servia de base a "atrocidades" que "aí vinham"...!
E agora, não há, sequer um (pelo menos que eu saiba!) CGT que se tenha insurgido contra o tal despacho que "engana" todos aqueles que elegeram um Conselho que "iria preparar a eleição do Director"...
Que legitimidade têm para eleger o Director?
Não votei neles para eleger o director. Apenas para que "preparassem o caminho"!
E acho que o que cada um dos "nossos" representantes deveria ter feito era apresentar a demissão assim que o despacho viu a luz do dia...
Mas, daqui a uns meses, todos faremos manifestações... Ou talvez não!
Porque se calhar, os que aceitaram este "modelo" de eleição de director talvez possam vir a ser "recompensados"...
É esta a situação que vivemos: somos culpados dos nossos próprios actos!
E assim continuará a ser...
Por isso, que venham mais manifestações e outras "insurgências" como greves e "dias negros". Porque "enquanto o povo andar distraído, avançaremos com o progresso!"...
O Director, essa figura agora "reconquistada" no Decreto-Lei 75/2008, vem, penso eu, trazer consigo a intenção de "devolver à Escola" a vontade e a legitimidade de decidir no interesse da comunidade e do país.
Algures, no preâmbulo da referida lei, diz-se que se pretende aumentar o espaço de participação da comunidade bem como aumentar a capacidade de decisão do órgão de gestão executivo.
Não discordo de que assim possa ser.
Mas assusto-me, desde já, com a própria arbitrariedade do processo de eleição dessa mesma figura legítima.
Diz também a lei que o Conselho Geral Transitório (CGT) tem como função "preparar" o processo eleitoral para a escolha de um Director apenas se se esgotarem os prazos devidamente fixados. Essa era "apenas" a terceira das obrigações do CGT, depois de "actualizar o Regulamento Interno" e "preparar a eleição do Conselho Geral definitivo". Eis que surge, concomitantemente, um despacho ministerial dando poderes aos CGT para proceder à "eleição" dos referidos.
E aqui, começa, penso eu, a história...
Há cerca de uma ano os docentes manifestaram-se, e em grande número, contra a discricionidade do Ministério da Educação e contra aquilo que achavam injusto e incorrecto que, na sua base, era a aprovação de um "esquema" de avaliação de desempenho incapaz.
Depois manifestaram-se contra um estatuto de carreira que se apresentava como incongruente e que servia de base a "atrocidades" que "aí vinham"...!
E agora, não há, sequer um (pelo menos que eu saiba!) CGT que se tenha insurgido contra o tal despacho que "engana" todos aqueles que elegeram um Conselho que "iria preparar a eleição do Director"...
Que legitimidade têm para eleger o Director?
Não votei neles para eleger o director. Apenas para que "preparassem o caminho"!
E acho que o que cada um dos "nossos" representantes deveria ter feito era apresentar a demissão assim que o despacho viu a luz do dia...
Mas, daqui a uns meses, todos faremos manifestações... Ou talvez não!
Porque se calhar, os que aceitaram este "modelo" de eleição de director talvez possam vir a ser "recompensados"...
É esta a situação que vivemos: somos culpados dos nossos próprios actos!
E assim continuará a ser...
Por isso, que venham mais manifestações e outras "insurgências" como greves e "dias negros". Porque "enquanto o povo andar distraído, avançaremos com o progresso!"...
29 de abril de 2009
Há tanto tempo...
Há algum tempo que por aqui não passava.
Dizem que quem corre por gosto não cansa, mas, apesar das mil e uma ocupações, o que é facto é que acabo de rastos...
E como se subentende da frase anterior, eu corro por gosto!
Mas há dias e dias, e estes que nos ofereceram têm apenas 24 horas...
Mas hei-de vir com mais tempo.
Por agora só para deixar uma "pérola" da actualidade:
"Há 30 anos que desfilam as mesmas caras, se ouvem as mesmas vozes, se lêem as mesmas frases com monótona aridez. O País é domado por um grupo sem prestígio mas com poder".
Baptista-Bastos, "Diário de Notícias", 29-04-2009
Dizem que quem corre por gosto não cansa, mas, apesar das mil e uma ocupações, o que é facto é que acabo de rastos...
E como se subentende da frase anterior, eu corro por gosto!
Mas há dias e dias, e estes que nos ofereceram têm apenas 24 horas...
Mas hei-de vir com mais tempo.
Por agora só para deixar uma "pérola" da actualidade:
"Há 30 anos que desfilam as mesmas caras, se ouvem as mesmas vozes, se lêem as mesmas frases com monótona aridez. O País é domado por um grupo sem prestígio mas com poder".
Baptista-Bastos, "Diário de Notícias", 29-04-2009
8 de abril de 2009
Legitimidades...
Há quem defenda que a eleição legitima.
Concordo em absoluto.
Ao sermos eleitos, normalmente por um conjunto de ideias e/ou pessoas, devemos, em primeira análise, representar essas mesmas ideias e/ou pessoas.
É este espaço de representatividade (que alguns diriam democrática) que deve presidir aos nossos actos, acções e mesmo omissões enquanto elementos eleitos.
Sinto, por vezes, que não é bem assim.
Quando votamos (e não devemos esquecer-nos, nunca, que é pelo processo eleitoral que somos legitimados) estamos a escolher um representante da nossa voz e das nossas reflexões.
De mesma forma que os eleitos não deverão, nunca, esquecer que são representantes de uma determindada forma de ver, ouvir e pensar...
É difícil?
É, sem dúvida!
Acresce ao facto de que um representante deve, em última análise, fidelidade ao órgão que representa e, no caso de ser eleito entre um conjunto de outros representantes, fidelidade à entidade que representa.
Mas, na minha modesta opinião, deve, passados todos estes graus de ligitimidade e fidelização (ou obediência), representar, antes de mais, o sentir e o pensar individual de cada um dos que o escolheu como representante.
A isto chamam alguns "opinion makers" (designadamente os que vêm da área da Gestão Empresarial) a "consciência colectiva". Quer isto dizer que o eleito deve, nunca esquecendo a sua particularidade e individualidae, decidir em função de um espaço médio de análise e reflexão do grupo/entidade que o elegeu.
Nesta lógica, os deputados (que, em minha opinião até são muitos!) deveriam, malgrado as opiniões contrárias, nomeadamente as que são impostas pelos partidos políticos que representam, "votar em consciência" e que essa consciência fosse a que lhes fosse ditada pela tal "média" que lhes fosse demonstrada.
Porque é que tal não acontece?
Em primeiro lugar, quer-me parecer que esta história da "democracia representativa" é apenas um embuste.
Em segundo lugar, os ditos representantes são, demasiadas vezes, reféns dum certo tipo de "status quo" com que a eleição os brindou.
Não bastas vezes, ou esquecem quem representam ou, e esta é para mim, a principal razão, os que os elegeram não se manifestam de forma constante e preocupada.
Por último, apesar de nos exibirmos bastantes vezes como "dignos representantes do espaço democrático herdado do 25 de Abril", o que é facto é que nos nossos momentos diários somos, nós próprios avessos a participar.
No dia-a-dia, nas mais breves situações, nos nossos locais de trabalho e/ou residência somos impelidos a "participar democraticamente". Temos as assembleias de condomínio, as assembleias dos clubes locais, as assembleias de freguesia, ou mesmo, em termos profissionais, as assembleias das associações representativas. Também temos, se fizermos apelo aos que, nas suas actividades profissionais se regem por elas, as reuniões e assembleias gerais...
Mas tudo isto não é mais do que um exemplo de dinâmicas falhadas.
Somos capazes de reclamar sobre a luz da escada que está fundida há alguns dias, de reclamar sobre os buracos no passeio de acesso a nossa casa, de maldizer o Presidente do órgão sindical porque "não nos defende" cabalmente.
Mas, para além das manifestações de intenção ou da vontade de "fazer-algo-que-nunca-deixa-de-ser-apenas-vontade", em que nos transformamos numa massa disforme e desumanizada, quando é que participamos mesmo?
Quando é que escrevemos uma reclamação, interpelamos um eleito em sede própria ou, em última análise, abdicamos do nosso espaço próximo de conforto para "trabalhar em prol da comunidade"?
E melhor, quando é que aceitamos ser confrontados, claramente, com as nossas escolhas e opiniões?
Infelizmente, nessses momentos, o cinismo e o receio próprio de quem teme vem ao de cima. E são mais aqueles que optam por esfumar-se e aninhar-se do que os que levantam a cabeça e procuram o confronto de ideias.
Mas todos temos culpa. Ora por não nos "darmos ao trabalho", ora por não nos dignarmos a "representar o outros"...
Valia a pena penasr nisto!
Concordo em absoluto.
Ao sermos eleitos, normalmente por um conjunto de ideias e/ou pessoas, devemos, em primeira análise, representar essas mesmas ideias e/ou pessoas.
É este espaço de representatividade (que alguns diriam democrática) que deve presidir aos nossos actos, acções e mesmo omissões enquanto elementos eleitos.
Sinto, por vezes, que não é bem assim.
Quando votamos (e não devemos esquecer-nos, nunca, que é pelo processo eleitoral que somos legitimados) estamos a escolher um representante da nossa voz e das nossas reflexões.
De mesma forma que os eleitos não deverão, nunca, esquecer que são representantes de uma determindada forma de ver, ouvir e pensar...
É difícil?
É, sem dúvida!
Acresce ao facto de que um representante deve, em última análise, fidelidade ao órgão que representa e, no caso de ser eleito entre um conjunto de outros representantes, fidelidade à entidade que representa.
Mas, na minha modesta opinião, deve, passados todos estes graus de ligitimidade e fidelização (ou obediência), representar, antes de mais, o sentir e o pensar individual de cada um dos que o escolheu como representante.
A isto chamam alguns "opinion makers" (designadamente os que vêm da área da Gestão Empresarial) a "consciência colectiva". Quer isto dizer que o eleito deve, nunca esquecendo a sua particularidade e individualidae, decidir em função de um espaço médio de análise e reflexão do grupo/entidade que o elegeu.
Nesta lógica, os deputados (que, em minha opinião até são muitos!) deveriam, malgrado as opiniões contrárias, nomeadamente as que são impostas pelos partidos políticos que representam, "votar em consciência" e que essa consciência fosse a que lhes fosse ditada pela tal "média" que lhes fosse demonstrada.
Porque é que tal não acontece?
Em primeiro lugar, quer-me parecer que esta história da "democracia representativa" é apenas um embuste.
Em segundo lugar, os ditos representantes são, demasiadas vezes, reféns dum certo tipo de "status quo" com que a eleição os brindou.
Não bastas vezes, ou esquecem quem representam ou, e esta é para mim, a principal razão, os que os elegeram não se manifestam de forma constante e preocupada.
Por último, apesar de nos exibirmos bastantes vezes como "dignos representantes do espaço democrático herdado do 25 de Abril", o que é facto é que nos nossos momentos diários somos, nós próprios avessos a participar.
No dia-a-dia, nas mais breves situações, nos nossos locais de trabalho e/ou residência somos impelidos a "participar democraticamente". Temos as assembleias de condomínio, as assembleias dos clubes locais, as assembleias de freguesia, ou mesmo, em termos profissionais, as assembleias das associações representativas. Também temos, se fizermos apelo aos que, nas suas actividades profissionais se regem por elas, as reuniões e assembleias gerais...
Mas tudo isto não é mais do que um exemplo de dinâmicas falhadas.
Somos capazes de reclamar sobre a luz da escada que está fundida há alguns dias, de reclamar sobre os buracos no passeio de acesso a nossa casa, de maldizer o Presidente do órgão sindical porque "não nos defende" cabalmente.
Mas, para além das manifestações de intenção ou da vontade de "fazer-algo-que-nunca-deixa-de-ser-apenas-vontade", em que nos transformamos numa massa disforme e desumanizada, quando é que participamos mesmo?
Quando é que escrevemos uma reclamação, interpelamos um eleito em sede própria ou, em última análise, abdicamos do nosso espaço próximo de conforto para "trabalhar em prol da comunidade"?
E melhor, quando é que aceitamos ser confrontados, claramente, com as nossas escolhas e opiniões?
Infelizmente, nessses momentos, o cinismo e o receio próprio de quem teme vem ao de cima. E são mais aqueles que optam por esfumar-se e aninhar-se do que os que levantam a cabeça e procuram o confronto de ideias.
Mas todos temos culpa. Ora por não nos "darmos ao trabalho", ora por não nos dignarmos a "representar o outros"...
Valia a pena penasr nisto!
2 de fevereiro de 2009
Pensar pela própria cabeça...
Como diria a sabedoria popular “A cabeça não serve só para usar o chapéu!”.
Eis-nos de volta à reflexão sobre Avaliação de Desempenho e outros “males” da Escola.
Agora que, depois do “compromisso” assumido entre o Ministério e os Sindicatos (sim, esses exímios representantes da classe docente), se voltaram a olear os processos de produção de matéria avaliável (ou, como quem diz, escrever os “Objectivos Individuais”), voltaram também as formas recorrentes de “bloquear a engrenagem”.
Mais uma vez, a princípio de forma pouco clara e transparente, começaram as tentativas de descredibilizar e tornar irrealizável o acordo alcançado (?). Neste momento, e de maneira subterrânea começaram os “convites” aos professores contratados para que não preenchessem os seus objectivos, aos Conselhos Executivos para que calendarizassem desadequadamente e, mais que tudo, que os docentes, em geral, se opusessem ao processo.
Chega então a hora de “pensar pela sua própria cabeça”. E como?
Pensando que, neste espaço da Avaliação de Desempenho e de todos os procedimentos associados, há dois momentos que não podem ser tornados insignificantes: Em Junho de 2006 iniciou-se o processo de discussão e reflexão sobre o Estatuto da Carreira Docente (ECD) que viria a ser publicado em Janeiro de 2007.
Uma dessas alterações estava directamente relacionada com a divisão da carreira em dois espaços distintos: o de Professor e o de Professor Titular.
Dizem agora os sindicatos que “não foram ouvidos” ou que as suas “propostas foram ignoradas”. Não dizem, contudo, que foi por essa altura que se começaram a organizar internamente para “dar provimento às alterações que aí vêm”, nomeadamente propondo matéria legislável que permitisse a professores destacados em sindicatos, autarcas e deputados (entre outros) a possibilidade de obterem o tão almejado estatuto de Professor Titular, mesmo não estando na escola…
Em Maio de 2007 é publicado o Dec.-Lei 200 que define a forma e o processo de concurso à categoria de Professor Titular. Relembrando a introdução do decreto: “A categoria de professor titular está investida de um conteúdo funcional específico, correspondendo-lhe o desempenho das funções de maior responsabilidade no âmbito da coordenação, supervisão pedagógica e avaliação do desempenho dos restantes professores, com repercussão na organização das escolas e no trabalho colectivo dos docentes.” foi, desde sempre, claro, que seria a estes que competiria desenvolver o conjunto de actividades já definidas anteriormente no ECD.
A este concurso candidataram-se cerca de 33 mil docentes (!) dos esperados 60000 referidos no mesmo preâmbulo.
Pedem-nos agora, aos professores contratados e professores em início de carreira, que destruamos “este” sistema de Avaliação de Desempenho quando é o único instrumento de que dispomos para nos fazermos distinguir e tentarmos diminuir o tempo de espera por um ordenado minimamente aceitável nesta profissão que escolhemos como nossa?
Pedem-nos agora que ignoremos que uma avaliação eficaz (seja ela qual for) é a nossa forma de garantir que aquilo em que acreditamos não seja devassado por um conjunto (grande) de “funcionários” que, pela sua não acção ou imobilidade permitiram que a Escola, tal como a conhecemos, apresente, em Portugal, resultados tão catastróficos?
Pedem-nos agora para deitar por terra o nosso sonho de fazer da Educação algo belo e eficaz?
E então, se nos pedem isso agora porque não contestaram, com igual energia, a publicação do actual ECD? E porque é que correram com tanto ânimo ao Concurso para Professor Titular? Não podem ter sido enganados. Sempre foi claro que seria nestes que recairia a função primordial de organizar, de coordenar e de avaliar…
É verdade. É preciso pensar um bocadinho pela “própria cabeça”. Só quem nunca esteve envolvido numa associação, num sindicato, numa organização profissional pode acreditar que os Sindicatos defendem, genuinamente, os seus sindicalizados.
Nesta “luta” a que agora se assiste é necessário juntar os outros ingredientes: uma Central Sindical (CGTP) em fim de ciclo (quem estará a apontar baterias para ser o seu novo Coordenador-Geral?); um ano de eleições; uma margem política (Esquerda) a “valorizar” a pretensa “movimentação” dos docentes, sem, contudo, apresentar soluções efectivas de defesa destes (não nos podemos esquecer que, se fizermos contas “rápidas” e excluirmos aos tais 120 mil os Titulares – 30 mil “candidatos” – todos os outros são “apenas” professores: uns contratados, outros em início de carreira. E quem os defende?)…
Pelo exposto, fará sentido a necessidade de “pensar pela própria cabeça”escolher o que, de facto, fará sentido para cada um de nós.
Ou não?
Eis-nos de volta à reflexão sobre Avaliação de Desempenho e outros “males” da Escola.
Agora que, depois do “compromisso” assumido entre o Ministério e os Sindicatos (sim, esses exímios representantes da classe docente), se voltaram a olear os processos de produção de matéria avaliável (ou, como quem diz, escrever os “Objectivos Individuais”), voltaram também as formas recorrentes de “bloquear a engrenagem”.
Mais uma vez, a princípio de forma pouco clara e transparente, começaram as tentativas de descredibilizar e tornar irrealizável o acordo alcançado (?). Neste momento, e de maneira subterrânea começaram os “convites” aos professores contratados para que não preenchessem os seus objectivos, aos Conselhos Executivos para que calendarizassem desadequadamente e, mais que tudo, que os docentes, em geral, se opusessem ao processo.
Chega então a hora de “pensar pela sua própria cabeça”. E como?
Pensando que, neste espaço da Avaliação de Desempenho e de todos os procedimentos associados, há dois momentos que não podem ser tornados insignificantes: Em Junho de 2006 iniciou-se o processo de discussão e reflexão sobre o Estatuto da Carreira Docente (ECD) que viria a ser publicado em Janeiro de 2007.
Uma dessas alterações estava directamente relacionada com a divisão da carreira em dois espaços distintos: o de Professor e o de Professor Titular.
Dizem agora os sindicatos que “não foram ouvidos” ou que as suas “propostas foram ignoradas”. Não dizem, contudo, que foi por essa altura que se começaram a organizar internamente para “dar provimento às alterações que aí vêm”, nomeadamente propondo matéria legislável que permitisse a professores destacados em sindicatos, autarcas e deputados (entre outros) a possibilidade de obterem o tão almejado estatuto de Professor Titular, mesmo não estando na escola…
Em Maio de 2007 é publicado o Dec.-Lei 200 que define a forma e o processo de concurso à categoria de Professor Titular. Relembrando a introdução do decreto: “A categoria de professor titular está investida de um conteúdo funcional específico, correspondendo-lhe o desempenho das funções de maior responsabilidade no âmbito da coordenação, supervisão pedagógica e avaliação do desempenho dos restantes professores, com repercussão na organização das escolas e no trabalho colectivo dos docentes.” foi, desde sempre, claro, que seria a estes que competiria desenvolver o conjunto de actividades já definidas anteriormente no ECD.
A este concurso candidataram-se cerca de 33 mil docentes (!) dos esperados 60000 referidos no mesmo preâmbulo.
Pedem-nos agora, aos professores contratados e professores em início de carreira, que destruamos “este” sistema de Avaliação de Desempenho quando é o único instrumento de que dispomos para nos fazermos distinguir e tentarmos diminuir o tempo de espera por um ordenado minimamente aceitável nesta profissão que escolhemos como nossa?
Pedem-nos agora que ignoremos que uma avaliação eficaz (seja ela qual for) é a nossa forma de garantir que aquilo em que acreditamos não seja devassado por um conjunto (grande) de “funcionários” que, pela sua não acção ou imobilidade permitiram que a Escola, tal como a conhecemos, apresente, em Portugal, resultados tão catastróficos?
Pedem-nos agora para deitar por terra o nosso sonho de fazer da Educação algo belo e eficaz?
E então, se nos pedem isso agora porque não contestaram, com igual energia, a publicação do actual ECD? E porque é que correram com tanto ânimo ao Concurso para Professor Titular? Não podem ter sido enganados. Sempre foi claro que seria nestes que recairia a função primordial de organizar, de coordenar e de avaliar…
É verdade. É preciso pensar um bocadinho pela “própria cabeça”. Só quem nunca esteve envolvido numa associação, num sindicato, numa organização profissional pode acreditar que os Sindicatos defendem, genuinamente, os seus sindicalizados.
Nesta “luta” a que agora se assiste é necessário juntar os outros ingredientes: uma Central Sindical (CGTP) em fim de ciclo (quem estará a apontar baterias para ser o seu novo Coordenador-Geral?); um ano de eleições; uma margem política (Esquerda) a “valorizar” a pretensa “movimentação” dos docentes, sem, contudo, apresentar soluções efectivas de defesa destes (não nos podemos esquecer que, se fizermos contas “rápidas” e excluirmos aos tais 120 mil os Titulares – 30 mil “candidatos” – todos os outros são “apenas” professores: uns contratados, outros em início de carreira. E quem os defende?)…
Pelo exposto, fará sentido a necessidade de “pensar pela própria cabeça”escolher o que, de facto, fará sentido para cada um de nós.
Ou não?
23 de janeiro de 2009
Os Intelectuais (vide Professores) não ganham medalhas!
Tenho sentido algum desconforto com a ideia que me persegue de relatar, aqui, em público, o tormento burocrático que me tem perseguido nos últimos dois meses, mas, dadas as circunstâncias (e porque sei que este epaço não é assim tão "conhecido" como isso) aproveito para exorcizar (alguns do) fantasmas...
No passado dia 27 de Outubro recebi, por e-mail, um convite da Associação Mundial de Educadores de Infância para estar presente e apresentar uma comunicação no próximo Congresso Mundial, a realizar em Mérida, México, entre 21 e 23 de Maio de 2009.
Confesso-vos que senti um grande prazer pelo convite e, sem falsa modéstia, que, face ao trabalho que tenho desenvolvido, não me pareceu desadequado.
Começou, então, o calvário.
Por escrito, e anexando o convite, dirigi-me ao Conselho Executivo do meu Agrupamento, solicitando autorização para me deslocar ao México (os custos com viagens, alojamento, etc., ficariam a cargo dos organizadores).
Passados alguns dias, fui contactado pelo Conselho Executivo que me refere que, "após consulta à respectiva Direcção Regional de Educação, e pelo parecer desta ser negativo - justificando a negativa com o facto de "não ser permitido, ao abrigo da Portaria 345/2008, de 30 de Abril, que não permite que os docentes faltem a actividades lectivas para actividades de formação", não era possível autorizar-me a deslocação...
Tendo feito a leitura atenta do documento (e porque a situação não pressupunha "actividades de formação" como entendidas nessa Portaria), escrevi uma carta (registada, datada de 3 de Novembro) à Sra. Ministra da Educação, referindo a primeira negativa e solicitando (como, de resto, o define a mesma) uma autorização especial para participar no referido evento.
Recebi, em 13 de Novembro uma carta da Direcção Regional de Educação na qual, e em resposta à minha exposição, me esclarecem que "ao abrigo da Portaria 814/2005 - Regime de Acumulações do Pessoal Docente, e do seu artigo 3ª, pela incompatibilidade do horário indicado, é invalidado, desde logo, a minha pretensão".
Primeiro parêntesis: o Artº 2º do mesmo diploma revela que "para efeitos do disposto no presente diploma, não se consideram em regime de acumulação:(...)d) A realização de conferências, palestras e outras actividades de idêntica natureza, desde que, em qualquer dos casos, de curta duração".
Na sequência desta resposta, e por também a considerar insuficiente (o Congresso processa-se durante três dias, um dos quais é feriado municipal na localidade onde exerço), voltei a escrever à Sra. Ministra (agora por correio electrónico, em 8 de Dezembro) relevando esse meu estado e voltando a solicitar a tal "autorização especial".
Por tardar resposta, considerei conveniente (até por pressão dos organizadores da iniciativa), solicitar à Provedoria de Justiça a colaboração em todo este processo, no preciso dia em que se completavam 65 dias da data da primeira carta, registada.
Segundo Parêntesis: continuo à espera da resposta da Sra. Ministra.
Contactado pela Provedoria de Justiça, por telefone, foi-me solicitado que tentasse, junto do meu Agrupamento, conseguir "evidências" de que, durante a minha ausência, o meu grupo de alunos teria actividades lectivas.
Respondi, por correio electrônico que, no âmbito do Despacho n.o 13 599/2006, tal facto era uma definição legal e que, ao abrigo, ainda, do Regulamento Interno, era também descrita a forma como tal substituição se procederia.
Na volta do contacto foi-me solicitada uma declaração expressa de que tal aconteceria. Reencaminhei o pedido para o Conselho Executivo que respondeu, terminantemente, não o teria de fazer, pois tal é uma "obrigação legal"...
Pelo exposto, e porque não sei mais o que fazer, aqui fica este meu "desabafo"...
Terceiro e quarto parêntesis: num ano em que o Magalhães é o "Rei da Festa" e tendo sido convidado, fundamentalmente, pela minha prática, em Jardim de Infância, com recurso às Tecnologias (o tema do Painel em que participarei(?) é: "As novas Tecnologias na Sala de Aula"), acho estranho a (demorada) resposta da Sra. Ministra; e também me parece que, se fosse Atleta de Alto Rendimento, as coisas seriam muito mais fáceis, ou seja: os intelectuais não ganham medalhas!...
No passado dia 27 de Outubro recebi, por e-mail, um convite da Associação Mundial de Educadores de Infância para estar presente e apresentar uma comunicação no próximo Congresso Mundial, a realizar em Mérida, México, entre 21 e 23 de Maio de 2009.
Confesso-vos que senti um grande prazer pelo convite e, sem falsa modéstia, que, face ao trabalho que tenho desenvolvido, não me pareceu desadequado.
Começou, então, o calvário.
Por escrito, e anexando o convite, dirigi-me ao Conselho Executivo do meu Agrupamento, solicitando autorização para me deslocar ao México (os custos com viagens, alojamento, etc., ficariam a cargo dos organizadores).
Passados alguns dias, fui contactado pelo Conselho Executivo que me refere que, "após consulta à respectiva Direcção Regional de Educação, e pelo parecer desta ser negativo - justificando a negativa com o facto de "não ser permitido, ao abrigo da Portaria 345/2008, de 30 de Abril, que não permite que os docentes faltem a actividades lectivas para actividades de formação", não era possível autorizar-me a deslocação...
Tendo feito a leitura atenta do documento (e porque a situação não pressupunha "actividades de formação" como entendidas nessa Portaria), escrevi uma carta (registada, datada de 3 de Novembro) à Sra. Ministra da Educação, referindo a primeira negativa e solicitando (como, de resto, o define a mesma) uma autorização especial para participar no referido evento.
Recebi, em 13 de Novembro uma carta da Direcção Regional de Educação na qual, e em resposta à minha exposição, me esclarecem que "ao abrigo da Portaria 814/2005 - Regime de Acumulações do Pessoal Docente, e do seu artigo 3ª, pela incompatibilidade do horário indicado, é invalidado, desde logo, a minha pretensão".
Primeiro parêntesis: o Artº 2º do mesmo diploma revela que "para efeitos do disposto no presente diploma, não se consideram em regime de acumulação:(...)d) A realização de conferências, palestras e outras actividades de idêntica natureza, desde que, em qualquer dos casos, de curta duração".
Na sequência desta resposta, e por também a considerar insuficiente (o Congresso processa-se durante três dias, um dos quais é feriado municipal na localidade onde exerço), voltei a escrever à Sra. Ministra (agora por correio electrónico, em 8 de Dezembro) relevando esse meu estado e voltando a solicitar a tal "autorização especial".
Por tardar resposta, considerei conveniente (até por pressão dos organizadores da iniciativa), solicitar à Provedoria de Justiça a colaboração em todo este processo, no preciso dia em que se completavam 65 dias da data da primeira carta, registada.
Segundo Parêntesis: continuo à espera da resposta da Sra. Ministra.
Contactado pela Provedoria de Justiça, por telefone, foi-me solicitado que tentasse, junto do meu Agrupamento, conseguir "evidências" de que, durante a minha ausência, o meu grupo de alunos teria actividades lectivas.
Respondi, por correio electrônico que, no âmbito do Despacho n.o 13 599/2006, tal facto era uma definição legal e que, ao abrigo, ainda, do Regulamento Interno, era também descrita a forma como tal substituição se procederia.
Na volta do contacto foi-me solicitada uma declaração expressa de que tal aconteceria. Reencaminhei o pedido para o Conselho Executivo que respondeu, terminantemente, não o teria de fazer, pois tal é uma "obrigação legal"...
Pelo exposto, e porque não sei mais o que fazer, aqui fica este meu "desabafo"...
Terceiro e quarto parêntesis: num ano em que o Magalhães é o "Rei da Festa" e tendo sido convidado, fundamentalmente, pela minha prática, em Jardim de Infância, com recurso às Tecnologias (o tema do Painel em que participarei(?) é: "As novas Tecnologias na Sala de Aula"), acho estranho a (demorada) resposta da Sra. Ministra; e também me parece que, se fosse Atleta de Alto Rendimento, as coisas seriam muito mais fáceis, ou seja: os intelectuais não ganham medalhas!...
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