13 de março de 2011

Quem somos?

Desde há algum tempo que recebo, por correio electrónico, por mensagens instantâneas, através do facebook ou por outros canais, informação, divulgação e convocatórias sobre grupos, ajuntamentos, colectividades e outro tipo de associações,  para me juntar a movimentos e ideologias que se querem, elas próprias, "livres de ideologias".
Lia ontem, na Visão desta semana as prerrogativas governativas do "novo" PSD...
Fico preocupado.
Sim. Bastante preocupado.
Estou preocupado porque, somando tudo, há algumas coisas que necessitam de uma profunda reflexão, que não vejo estar a ser feita:
- O facto de ser crescente o número de "iniciativas" que visam "destituir" o modelo governativo (como por exemplo, o "1 milhão pela a demissão..."), revela, não só um crescente descontentamento das pessoas mas, acima de tudo, uma crescente incapacidade para lidar com os "problemas", pois, em nenhuma iniciativa, nos é apresentada uma alternativa credível;
- Como é que um partido como o PSD (com longo historial neste país "democrático", onde os apoiantes "de agora", foram os "indefectíveis de outros", num passado recente) se propõe a mudar, sabendo nós que a história é cíclica e confirma as escolhas passadas;
- Como é que este país, de cidadãos que acabaram de votar, para Presidente da República, num rosto sobejamente conhecido (para o bem e para o mal!), antecipa as mudanças obrigatórias, se pela mão dos "mesmos de sempre"?
- E, por último, como é que, no fim do túnel, nos libertaremos dos interesses económicos e financeiros que têm sustentado os "delírios" governativos dos últimos anos?
Sei que, normalmente, quem questiona é "advogado do Diabo", "mal-intencionado" ou ainda "mau Português". É o costume.
Mas gostava mesmo de saber quantos dos que ontem se manifestaram em todo o país estão disposto a mudar(-se) mesmo?
Mas mudar-se a eles próprios: deixar de pensar em si e no seu umbigo e pensar, solidariamente, no país que nos alberga e no Estado que nos ajuda...
Quantos?
A culpa é sempre dos outros. Mas talvez fosse a hora de começarmos por nós mesmos.
Frases como "se me tiram 3% do ordenado, não dou nem mais um minuto..." têm de ser reequacionadas...
Porque, se "me tiram" agora foi porque me habituei a "viver dos outros" antes...
Pode este discurso parecer reaccionário, violento e/ou despropositado, mas, para quem me conhece e tem acompanhado alguns dos escritos aqui divulgados, sabe que defendo que a mudança começa em cada um de nós, no dia-a-dia, no grau de exigência com o nosso trabalho, com as nossas chefias, com os nossos colegas, com as nossas famílias...
Um exemplo "brando": se todos os portugueses fizessem uma efectiva reciclagem de resíduos, a "factura energética" ganhava cerca de 35%(!!!), e assim, todos poderíamos beneficiar de uma menor pressão financeira sobre os produtos energéticos...
E este é apenas um de muitos exemplos possíveis.
Por isso reafirmo: mudemo-nos antes de querermos a mudança dos outros!

Sem comentários: