Já aqui o escrevi algumas vezes, mas não me canso de o repetir: a Mudança (em Portugal!) é uma ideia vã!
Todos os dias (infelizmente), são dias de comprovar que os portugueses não são o que julgam ser.
Os portugueses são mesmo o que são.
Há uns tempos partilhava aqui, num post, uma alegoria que nos relatava um exemplo evidente de "quem são os portugueses". Nessa alegoria, dizia-se que, ao contrário do que se pensa, os portugueses contemporâneos não são descendentes dos navegadores que "deram novos mundos ao Mundo". São descendentes do portugueses que ficaram...
Hoje, mais uma vez (eu já nem devia comentar este tipo de acontecimentos...) ficou demonstrada a vontade de imobilidade tão característica do nosso "ser".
Enquanto membro de um grupo de decisão, que, na maior parte das vezes sofre de um modelo governativo incompetente, ignorante e desadequado, tenho a possibilidade (com suporte legal!) de mudar algumas práticas que, efectivamente, prejudicam seriamente a minha função profissional, a minha capacidade de resposta e, acima de tudo, a minha disponibilidade.
Também já aqui referi que, por questões de educação, cultura e (acho) conhecimento de um mundo maior do que o por aqui se respira, tenho em mim uma qualquer incapacidade de "comer e calar", tão ao gosto dos meus pares.
Por tal, não me canso de propor, em vários espaços, soluções que, no mínimo, poderiam ser reflectidas e analisadas à luz das contínuas "queixas e reclamações" de que, na maior parte das vezes, sou ouvinte e confidente.
Por isso, tendo a apresentar propostas que reúnam (pelo menos tacitamente) um apoio alargado.
Mas o que é que, também normalmente, se passa?
Quando chega a hora de votar (e assumir) as propostas, há sempre alguém (que é como quem diz: a maior parte!) que "salta fora!". É este o nosso "karma".
Como exemplo: sendo eu docente, estando eu incluído naqueles milhares de profissionais que sente as reuniões como "uma perda de tempo, inconsequentes, desastrosas e desadequadas", apresentei uma proposta clara (legal e consubstanciada em práticas realizadas em outros espaços) que pretendia não só tornar esses espaços mais adequados como, acima de tudo, mais produtivos.
Após mais de uma hora de análises e reflexão sobre a proposta, eis que a votação revela o já esperado: que "não é tempo de mudar".
E o "melhor de tudo foram as justificações pessoais": "a tua proposta é boa, mas há algumas coisinhas que não vão ser aceites pelos outros", ou "se não tivesses incluído aquela segunda linha, até as outras nova eram boas", ou ainda "eu votei assim porque já sabia que, se calhar as pessoas também iam votar como eu"...
Como imaginam, é nestes momentos que, realmente, me sinto bem!
E, melhor ainda: é nestes momentos que eu tenho ainda mais vontade de mudar...
...de País!
Nota: neste preciso momento em que escrevo, o nosso ex-futuro-primeiro-ministro anuncia que a "troika" não vai cortar o 13º nem o 14º mês... E as pensões vão ser só reduzidas para alguns... Efeitos desta "mudança" tipicamente portuguesa. Tudo está bem quando acaba em bem!....
SOCOOOOOOOORRRO!
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2 comentários:
Após ouvir as declarações do 1º ministro apeteceu-me postar no meu moral "crise?! Alguém ouviu falar em crise?? Bora lá fazer umas compritas...", é claro que estava carregado de ironia. Afinal de contas andamos nós duas semanas (?) tão preocupados com o que poderia vir por aí, para afinal recebermos a notícia que estamos num mar de rosas. E o pior é que este tipo vai ganhar novamente as eleições, porque...não é tempo de mudança e porque os portugueses têm memória curta.
Bjos, amigo e não cales essa boca!
São
Upss! Não revi o que escrevi e inseri um gravíssimo erro no meu comentário, onde se lê "moral" deverá ler-se "mural".
Sorry,sorry
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