11 de novembro de 2018

E é agora.

E é agora...

Estamos prontos/as, estamos preparados/as, estamos/as ansiosos/as...

Daqui a uns momentos (para alguns), daqui a uns dias (para outros), iniciaremos mais um ano "letivo" (como terminologia, eu prefiro um "ano de vida"), e, provavelmente, vamos sentir, uma e outra vez, o que já sentimos antes, o que não queremos sentir, e o que, de facto, não podemos sentir...

Vamos, quase de certeza, ter de engolir sapos de tamanho de elefantes e, em algumas, poucas, vezes, vamos ter vontade de bater em alguém.

Mas, acima de tudo, vamos chegar, mais uma vez, ao final deste novo ano de vida, e vamos, globalmente, sentir-nos satisfeitos pelas experiências, vivências, aprendizagens e demais oportunidades que criámos e concedemos.

Por isso, este será apenas "mais um" ano.

Mas, já que estamos no seu início, gostava de pôr em comum algumas preocupações...

Diz o Expresso que "Crianças têm de estar mais com os pais". O Publico afirma que "Madeira perdeu 7.000 alunos nos últimos seis anos", o Diário de Notícias chama a terreiro "A importância dos avós no desenvolvimento das crianças"..

Estas, e muitas outras, notícias e "chamadas de capa" obrigam-nos, mesmo que não o queiramos, a refletir seriamente no nosso papel e na nossa função. Nas nossas crenças e nas nossas práticas. Obrigam-nos, sobretudo, a equacionar o o papel/função da educação formal, letrada, literácita e, sobretudo, industrial.

Obrigam-nos a pensar nas enormidades que temos vindo a afirmar em nome de uma "educação de qualidade" (podia aqui referir a inúmeras grelhas de avaliação, os critérios de avaliação, as matrizes curriculares, e um sem fim de porcarias - desculpem o termo, mas não há outro - que temos usado para nos escudarmos de uma certa ideia de incompetência que, independentemente (ou por isso mesmo) vai ficando).

A Educação de Infância não é (nem nunca foi, na realidade), o espaço da Escola Formal. Não é, nem nunca foi, o espaço para temermos a aprendizagem, o envolvimento, o prazer e a felicidade. Mas é tempo de nos batermos, a sério, pela sua essência.

Em ano que se iniciam reformas e flexibilizações, que se pretende olhar para a escola e para as aprendizagens como tempos e espaços de prazer e congruência, mostremos que é isso que sempre fizemos.

Mostremos que as grelhas que nos obrigaram, as matrizes que descuidadamente usámos, os instrumentos que nos obrigaram só servem a quem os imaginou. Nunca às pessoas que servimos.

Sejamos capazes de, como se refere nas OCEPE, evidenciar que "A ação profissional do/a educador/a caracteriza-se por uma intencionalidade, que implica uma reflexão sobre as finalidades e sentidos das suas práticas pedagógicas e os  modos como organiza a sua ação. Esta reflexão assenta num ciclo interativo – observar, planear, agir, avaliar – apoiado em diferentes formas de registo e de documentação, que permitem ao/à educador/a tomar decisões sobre a prática e adequá-la às características de cada criança, do grupo e do contexto social em que trabalha."

Sejamos sérios e conscientes do nosso papel e função.

No fundo, será para isto que nos pagam. Principescamente, parece😉.

Até já!

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